A crise financeira do Estado, que já era grave, ganhou
contornos desesperadores. O bloqueio das contas gaúchas após o atraso no
pagamento da dívida com o governo federal gera efeitos perversos, que afetarão
sobretudo a população. Um quadro que amplia os prejuízos ao atendimento de
serviços essenciais para os cidadãos.
A medida ameaça a liberação de R$ 305 milhões, valor
devido pelo Palácio Piratini para diversas áreas. Na saúde, diversos programas
estão em risco como as Unidades de Pronto Atendimento, a Farmácia Básica e a
Estratégia da Saúde da Família (ESF). Teve prefeitura que precisou suspender
até a distribuição de fraldas.
O impacto é sentido em mais setores, como a assistência
social, que não recebe recursos estaduais há 20 meses, o que inviabiliza
serviços de proteção básica. Na educação, o atraso afeta o transporte dos
alunos. Outras áreas, como segurança, agricultura e infraestrutura, também
sofrem com a crise. Ou seja: de uma forma ou outra, todos os gaúchos são
prejudicados.
A Famurs propõe quatro alternativas, de curto e médio
prazo, para reforçar o caixa em mais de R$ 2,5 bilhões. Em primeiro lugar,
defendemos a redistribuição dos royalties do petróleo e a ampliação de 85% para
95% no limite do saque dos depósitos judiciais. Também estamos dispostos a
fortalecer o combate à sonegação fiscal e pressionar a União para regulamentar
a lei que renegocia a dívida dos estados.
As medidas trarão algum alívio imediato. Mas é preciso
mais: o momento é oportuno para se discutir a origem do problema e estabelecer
um novo Pacto Federativo. Caso contrário, seguiremos enxugando gelo, com uma
dívida eterna e serviços básicos comprometidos. É preciso agir antes que o
cenário ruim se torne ainda pior.
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