Desde os tempos de criança, nos foi dito que
dezembro é um mês de festa e de esperança. Com o passar dos anos, a afirmação,
que se calcava no Cristianismo, foi ganhando cunho comercial, mas, mesmo assim,
ainda era um “tempo feliz”. Vivemos, hoje, o mês mágico de outrora, atropelados
por um formidável mote de notícias ruins.
O governo ameaça cair, o Congresso Nacional
tem muito de seus integrantes sobre o fio da navalha, os indicadores econômicos
são negativos, a inflação sobe, por pouco, o Brasil não tem de dar um salto
para o passado e voltar a fazer eleição em papel e urna de lona, quinze anos
depois de ter trocado o processo antigo pelo eletrônico.
Nem
mesmo o tradicional toque natalino da harpa do falecido Luis Bordon faz-se
presente para lembrar o Natal que se aproxima. O ruim de tudo isso é que,
ainda, pode piorar.
Nunca – nem nos momentos de ruptura – houve
tanta desconfiança e desprestígio do governo, da classe política e até das
instituições. Depois das corrupções reveladas no Mensalão, na Lava Jato e em
outros esquemas, que levaram figurões ao cárcere, o governo esvai-se, e o
Congresso, que deveria estar forte para reequilibrar a situação, sangra na
incerteza de seus membros envolvidos.
No abraço de afogados, os componentes desse
indigesto jogo político buscam, no Judiciário, as soluções que eles próprios
deveriam ter coragem, autoridade e liberdade, para adotar. Peticiona-se para
que o Supremo Tribunal Federal decida questões que não são de sua alçada.
O Executivo tem a missão de governar, e o
Legislativo a de legislar e fiscalizar, sem promiscuidade. Se conseguirmos
isso, com certeza, voltaremos a ter dezembros felizes e de esperança.
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