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segunda-feira

Profissão: professor brasileiro


Ser professor hoje em dia está bem difícil. Os baixos salários, a correria em várias escolas em busca de um pouco mais de dinheiro, a desvalorização e as imposições que nos são passadas cada vez mais “goela a baixo” estão acabando com a profissão.

No Ensino Médio Politécnico, no seu 2º ano de funcionamento, nada se sabe ao certo, tudo é imposto e a cada dia de uma maneira diferente, deixando alunos e professores completamente perdidos. Ora vale a nota, ora é conceito, ora temos provas, ora tem-se que avaliar o aluno qualitativamente, ora tem dependências, ora são acompanhamentos paralelos ao longo do bimestre (não sei em que horário) e no final de tudo a orientação é: passar todo mundo! Porque se não, ano que vem será a mesma regra deste ano... com alto índice de repetência os alunos que reprovaram no 1º ano do politécnico tiveram que fazer um provão no final de março e serem “empurrados” para o 2º ano.
Depois de quase 1 mês de aulas, perderam a matéria correspondente ao 2º ano, deixaram de fazer trabalhos e as turmas ficaram mais lotadas, com os alunos que já estavam ali e os que foram remanejados. Abrir outra turma, para quê? Quase 40 alunos dentro de uma sala de aula com 1 professor é barbada! Afinal, agora, esta é a nova regra: fechar turmas.

Não só no ensino médio, mas também no fundamental e em várias escolas. Turmas que já estavam funcionando desde março tiveram que ser fechadas e os alunos “jogados” em outra sala de aula.

A "ordem" é não contratar mais professores, mas a qualidade do ensino em nenhum momento é questionada. Como ficarão essas turmas agora, como será o ensino? Isso é bobagem, nisso não precisamos pensar.

A "ordem" é fechar turmas e reaproveitar os professores que sobraram, em outras escolas que estão sem professores desde o início do ano letivo.

 Aí nós professores nos viramos, corremos de uma ponta a outra da cidade, dando aula em vários colégios e tentando ensinar algo em uma sala de aula lotada e sem a mínima estrutura. E por tudo isso, somos recompensados com nossos “excelentes salários”!

Mas por trás de tudo isso, ainda existe o amor pela profissão, o fazer, o poder de mudar a vida dessas crianças e adolescentes que passam pelas nossas mãos. Isso é o que nos dá forças para continuar na carreira e batalhar por melhorias na qualidade do ensino.

E espero que eu consiga fazer a diferença na cabeça de alguns deles e que os faça pensar, para quando forem eleitores, sejam eleitores conscientes e não repitam os mesmos erros que eu repeti.

 Mas fica a pergunta: até quando vamos aguentar tanto descaso???