A afirmação do Relatório de Inflação do
Banco Central é um alerta: o aumento nas projeções de inflação torna-se um
“claro e importante sinal” que demanda monitoramento para a definição dos
próximos passos na estratégia de definição da taxa básica de juros, a Selic.
“As
expectativas referentes a 2016 têm-se elevado desde agosto, invertendo a
trajetória declinante até então. Esse movimento ascendente nas expectativas -
que ocorreu em conjunto com o aumento das incertezas relacionadas aos
resultados fiscais - também é observado, apesar de que em menor medida, nas
projeções de mercado para 2017 e 2018”, afirma o BC, no relatório.
O principal instrumento usado pelo BC para
controlar a alta dos preços é a taxa básica de juros, a Selic. O Comitê de
Política Monetária (Copom), responsável por definir a Selic, elevou a taxa por
sete vezes consecutivas. Nas reuniões do comitê em setembro, outubro e
novembro, o Copom optou por manter a Selic em 14,25% ao ano.
A taxa é usada nas negociações de títulos
públicos no Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic) e serve como
referência para as demais taxas de juros da economia. Ao reajustá-la para cima,
o BC contém o excesso de demanda que pressiona os preços, porque os juros mais
altos encarecem o crédito e estimulam a poupança.
O BC espera que a inflação, medida pelo
IPCA, este ano chegue a dois dígitos e passe longe do teto da meta de 6,5%. A
projeção do Banco Central (BC) é que a inflação feche este ano em 10,8%. Para
2016, a estimativa para o IPCA subiu de 5,3% para 6,2%. Em 2017, a inflação
deve ficar em 4,8%.
Segundo o BC, a inflação está alta devido ao
realinhamento entre preços administrados e livres e entre domésticos e
internacionais. Também há influência das “incertezas quanto à velocidade do
processo de recuperação dos resultados fiscais e à sua composição”.
Para o BC, quanto mais rápida for retomada a
trajetória favorável para a dívida pública, melhor será para a confiança de
famílias e empresas. Especificamente sobre o combate à inflação, diz o BC, o
“desenho de política fiscal consistente e sustentável” permite que as ações de
política monetária (definições da Selic) sejam plenamente transmitidas aos
preços.
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