Ao meio
ambiente, seja nos casos de ação ou omissão atribuíveis a um indivíduo ou a um
Estado, imputa-se a necessidade de equilíbrio.
O espaço natural não
constitui preocupação da ecologia exclusivamente, mas também de nossa sociedade
enquanto espécie dominante. Pensando nisso, a Conferência das Nações Unidas
sobre Mudanças Climáticas 21 (COP21)começou, no último domingo (29), a
busca por um novo acordo global. O evento reúne 195 delegações, mais a União
Europeia, e vai se prolongar até 11 de dezembro, em Paris.
O objetivo primordial da COP21 é
formular um estratagema que reduza o aquecimento global a 2 graus Celsius. Em
síntese, pode-se fazer a análise de três tipos de fenômenos ambientais. Os
promovidos pela natureza; os naturais, porém agravados por intervenções
humanas; e os provocados, exclusivamente, pelo homem. O tipo mais corrosivo,
evidentemente, é o último. A destruição do meio ambiente atingiu, sobretudo nas
últimas décadas, escala industrial. Desse modo, as medidas de hoje incitam
nossa continuidade amanhã.
Recentemente, num evento cultural
realizado em Porto Alegre, a norueguesa Gro Brundtland, uma das militantes
ambientais mais reconhecidas e respeitadas do mundo, anunciou suas expectativas
face à COP21. Ela lamenta a lentidão dos países em alterar posturas ineficazes.
“Uma boa governança funciona dentro de um contexto de regras”, frisou.
O modelo
atual de desenvolvimento global é, para Gro, insustentável, sob o risco de
ecossistemas e comunidades humanas perecerem. Segundo a norueguesa, os
efeitos das alterações climáticas já estão sendo sentidos, dos continentes às
ilhas, dos países ricos aos pobres.
“No futuro, se a situação assim permanecer,
o ártico esquentará e o gelo derreterá”, analisa.
Gro destaca que a pobreza é a maior
fonte de poluição de nosso planeta e alerta para a necessidade de os países
equalizarem preservação ambiental, social e crescimento econômico. Os três
pilares da sustentabilidade, termo cunhado por ela.
Destarte, as alterações do
estado natural estão diretamente relacionadas à nossa sobrevivência. Na medida
em que o planeta perde seu equilíbrio, as catástrofes irão se agravar e,
consequentemente, o número de vítimas também aumentará.
Os refugiados
ambientais já existem. À mercê de projetos ineficazes, talvez chegue o dia no
qual a raça humana inteira será refugiada.
E sem a Terra, não haverá lugar para
salvação. Nosso compromisso é aqui e agora. Espero que os países da COP21
percebam isso o quanto antes.
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