Um dos obstáculos ao progresso do
Brasil e à instrução de brasileiros, é o dissídio sobre a direção que se deve
seguir, para alcançar a realização da maioria. Ideias, preconceitos e
convicções divergem tanto que acabam desorientando seus meio-cidadãos e
representantes políticos.
Naturalmente, em um País de
ignorantes, a culpa está, sobretudo, na falta de instrução e no sacrifício dos
bodes expiatórios. Não existe convergência sobre como se imagina o Brasil daqui
a tantos e quantos anos.
É assim que a política de
reorganização escolar do governo do estado de São Paulo tenha sido tomada como
estopim de protestos estudantis e tergiversações.
E que, também, a crise dos privilegiados
do Brasil tenha colocado sua presidente, democraticamente, eleita Dilma
Rousseff na iminência de impedimento de governar.
Embora estes sejam dois fenômenos
diferentes, eles trazem, na essência, o medo de mudanças e de derrubada de
privilégios. Temos aqui um parasitismo mórbido.
O Brasil não se deixa educar nem
produzir. O fechamento de escolas ineficientes poderia, em um cenário ideal,
levar à abertura de outras instituições de ensino com um modelo, que realmente
funcione ao tempo, que otimize os gastos públicos em educação.
O mesmo deveria ocorrer com
universidades financiadas pelo governo, onde a maioria de seus estudantes é de
famílias que podem pagar mensalidades. O setor privado poderia dar conta de
muitas delas, para que fiquem melhores alocadas.
Contudo, a mentalidade de que o
Estado deve pagar salários e promover o banquete das elites corrói o País e
gera uma casta de privilegiados e sanguessugas.
Enquanto isso, o setor produtivo, no
Brasil, não consegue valorizar tanto seus trabalhadores quanto poderia, porque
o salário real se reduz com excesso de encargos.
tampouco, os produtos brasileiros são
tão competitivos no mercado quanto mereceriam, se tivéssemos um sistema
tributário justo, menos fiscais corruptos cobrando propinas de empresários, e
mais estímulo à indústria nacional. Pior que isso, concretizam-se aumentos de
taxas de água, combustível, luz...
Apesar de tudo, nós brasileiros
continuamos fazendo nossas escolhas, por exemplo, no que se refere à classe que
nos representa politicamente. A meu ver, a reeleição do Partido dos
Trabalhadores no poder Executivo foi uma tragédia para todos que esperavam
melhoras no País, mas o processo de impedimento da presidente só piora as
coisas, por desfocar dos problemas reais que embargam o Brasil.
É patente que há, no Brasil, fuga de
investimentos, alta de preços, previsão de mais inflação, instabilidade do Real
frente a outras moedas, fechamento de empresas, perda de empregos e falta de
confiança em negócios.
Estes são sintomas de que pouco se tem
feito para mudar o modelo que tolhe o Brasil em corrupção generalizada, máquina
pública inchada e receio de investimentos.
Lamento, por tantos motivos,
discordar dos espiritualistas que dizem que o Brasil tem vocação a ser “coração
do mundo” e de outros que acreditam que, aqui, é um manancial de democracia.
Com a persistência de nossos meio-cidadãos (p. ex. motoqueiros que dirigem em
cima da faixa entre os carros) e o desejo ávido de manutenção de privilégios
(como centenas de funcionários do Tribunal de Contas do Estado do Rio de
Janeiro que ganham salários muito acima da média de mercado para funções
equivalentes). Não passaremos de um rincão produtor de alimentos e minérios,
uma terra de bichos avessos a qualquer onda educadora.
Para reverter esse impasse
fundamentalmente educativo e ético, há que contribuir com exemplos no cotidiano
e a tolerância aos seres mesquinhos que encontramos diariamente nos logradouros
públicos ou que vemos na televisão fazendo promessas.
Não há que perder, assim, a esperança de
limpeza da podridão que sufoca o Brasil há séculos e que nos avilta, como se
fôssemos bichos de zoológico.
Mas não pense, compatriota, que um
mero clamor contra a Dilma ou um panelaço na janela do condomínio será
suficiente para higienizar o Brasil. É preciso também tolerar o pensamento
diferente, mas sem deixar que estas divergências prejudiquem o progresso do
País e seu desenvolvimento cultural, econômico e social.
O primeiro passo é colocar a França
de lado, como modelo de civilização para o Brasil, devido às brutalidades e
gafes que esse país europeu comete contra países islâmicos...
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