O acúmulo de minha experiência em atendimento a pacientes em
consultório tem mostrado um hábito mais recente dos brasileiros, especialmente
os mais adeptos à internet, que é a procura de sintomas e diagnósticos em sites
de buscas on-line.
Um sintoma de febre com dores no corpo: digita no Google. Uma
mancha vermelha na pele: corre para o Yahoo Cadê! para pesquisar casos
semelhantes. É uma prática que até pode agilizar o esclarecimento de dúvidas
sobre a enfermidade, porém, sem um acompanhamento profissional adequado, o que
pode acarretar em problemas graves como automedicação.
Há fóruns na web bem completos, que ajudam na coleta de
informações e esclarecimento de dúvidas. E somente isso. O diagnóstico preciso
só pode ser validado por um profissional da classe médica, que orientará
corretamente quais procedimentos realizar para evitar problemas maiores. Mas
vamos propor uma situação real: imagine você e sua família recolhidos em seu
lar e, durante a madrugada, seu filho acorda em estado febril, sentindo dores
de garganta e ouvido.
A primeira, e mais correta, atitude a se tomar é levantar,
arrumar-se para sair, entrar no carro ou chamar um táxi e dirigir-se ao pronto
socorro mais próximo. Chegando lá, é preciso passar pelo procedimento de
cadastro, pegar a fila de espera e aguardar ser atendido, com a possibilidade
de esperar mais um pouco para aplicarem a medicação. Conclusão: todo esse
processo de acordar, trajeto, espera e atendimento demorará aproximadamente
quatro horas, ocasionando um cansaço extra a todos, e se estenderá ao longo do
dia.
Imagine agora a mesma situação e, por meio de um computador ou
tablet, você entra em um site específico de atendimento médico on-line e,
utilizando o recurso de videoconferência, recebesse uma orientação profissional
e capacitada para orientar o caso.
Em uma conta básica, você
realizou todo o procedimento em 40 minutos e conseguiu o mesmo diagnóstico que
receberia caso estivesse no hospital. E a economia vai além de tempo: custos
como combustível, estacionamentos e similares são poupados. Segundo a ATA
(American Telemedicine Association), países como os EUA já utilizam esse
sistema de atendimento on-line, e comprova que há 80% de acerto no diagnóstico
de patologias simples, evitando o deslocamento de pacientes até uma unidade de
atendimento médico.
Segundo a associação, 97% dos usuários aprovam esse modelo de
serviço, alegando redução de tempo, custos e rapidez para solução dos casos.
Ainda mais adiante, em situações de patologias que necessitam de mais atenção,
o acompanhamento profissional pode ser feito a distância, podendo ser acionado
pelo próprio médico, caso ele perceba alguma situação fora das normalidades
determinadas para aquele paciente. Todo esse monitoramento é realizado por
empresas de telemedicina, que todos os anos realizam milhares de laudos de
exames a distância, em diversas especialidades como cardiologia, neurologia,
pneumologia, radiologia.
Com o diagnóstico prévio, realizado por um profissional especializado,
o tempo para atendimento e solução de casos tem sido menor e fundamental para
salvar vidas. A ação médica especializada on-line leva recursos imediatos a
todos locais onde não tenham médicos ou não possuam todas as especialidades.
Claro que estamos falando
em quebra de paradigmas. Mas se é para um bem maior, se os ganhos para
sociedades cada vez mais populosas e predominantemente carentes de recursos
econômicos, como é o caso do Brasil, por quê não?
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