É cada "coisa" compartilhada nas redes sociais que tem
hora que pergunto a mim mesmo: o que estou fazendo aqui nas redes sociais?
Não seria melhor ficar
off-line e voltar para os livros ou para onde eu possa encontrar fontes mais
confiáveis de informação ou onde eu possa acompanhar o fluxo desta?
Temos presenciado um
crescimento gigantesco no número de informações que circulam, sobretudo, via
redes sociais. Se por um lado, isso é sinal de maior democratização da
informação, por outro, nos deixa em alerta para o risco eminente de uma
“desinformação” da sociedade, ou, diria, uma deformação.
O número de
informações e sua velocidade impossibilita uma análise mais profunda e atenta
do que lemos nas redes sociais, assim como nos impossibilita de checarmos cada
uma das informações. Mentiras, verdades e meias verdades “voam” juntas, mais
confundíveis que joio e trigo, que alho e bugalho.
O risco da
desinformação se dá por três motivos combinados:
i)por termos um sistema de ensino, sobretudo o
público, com qualidade duvidosa;
ii)crescente ampliação
de canais de infomações, tais como as redes sociais, onde todos são receptores,
transmissores e produtores de informações sem pré-requisito e;
iii) a falta de interesse e incapacidade de
muitos leitores em chegar as informações recebidas antes assimilá-las ou de
passar a diante.
O resultado dessa
combinação se manifesta em informações que desenformam mais do que informam.
Notícias e comentários mal explicados e inverdades são rapidamente
compartilhados, desinformando a população; formando indivíduos equivocados
quanto a vida política, econômica, social e cultural do país e do mundo.
Junto com a
democratização da informação e da mídia informatizada, multiplicam-se os jornalistas
amadores, assim como “críticos”, “ensaístas”, “sociólogos” e “filósofos” de
plantão que tratam de tudo e de todos, disputando um “lugar ao sol”, ou melhor,
uma curtida ou compartilhada de seus posts.
São verdadeiros
caçadores de seguidores; sedentos por visualizações rápidas de tudo que expõem
nas redes sociais. Se antes clamávamos por mais informação para a formação do
cidadão, agora o risco de formação propiciada por esse tipo e volume de
“informação” nos assombra.
O leitor, que antes
era apenas receptor, bombardeado por tantas “notícias” acaba assimilando e
reproduzindo um amontoado de informações, muitas vezes desconexas com a
realidade. São tantos “especialistas em nada” que escrevem sobre “tudo e todos”
que chega a me assustar.
Quero ter viva a esperança que tudo isso
levará as pessoas a lerem e a escreveram mais e melhor. Mas no momento presente
estou um pouco assustado com o que vejo sendo compartilhado e curtido por
milhares de internautas-leitores-autores e com o volume de informações não
“ruminadas”.
Não que o leitor não
encontre muitas informações úteis e importantes nas redes sociais. Tal espaço é
importante e frutífero, mas também perigoso, sobretudo àqueles que não tiveram
acesso a uma educação de qualidade.
Temos que ler com
muita atenção cada informação e examinar os argumentos e as ideias
apresentadas; isso se o fluxo nos permitir, sendo ele bem maior que o tempo
disponível.
É cada “coisa”
compartilhada nas redes sociais que tem hora que pergunto a mim mesmo: o que
estou fazendo aqui nas redes sociais? Não seria melhor ficar off-line, voltando
para os livros ou para onde eu possa encontrar fontes mais confiáveis de
informação, ou, pelo menos, as quais em possa ler com mais atenção e analisar?
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