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domingo

O que fazer para melhorar a qualidade de vida

Há um desequilíbrio global nas finanças, no comércio exterior, no preparo das novas gerações. Muitos países estão altamente endividados. Faltam objetivos enobrecedores. Enquanto isso tudo não for equacionado de forma séria e com critério de justiça, tudo o mais será paliativo, e a decadência geral entre os povos persistirá.

Na África, a situação beira ao insustentável. Diariamente, milhares de imigrantes tentam fugir das inóspitas condições de vida e da falta de tudo, viajando em direção à Europa através do Mediterrâneo, em embarcações clandestinas sem segurança nenhuma. Só no mês de abril deste ano foram registradas mais de mil mortes em decorrência dos riscos da travessia. Só mesmo um grande desespero para levar as pessoas a se aventurarem, numa fuga tão arriscada e dramática.

A Líbia é um dos laboratórios da humanidade. Se a situação calamitosa que lá se instalou se espalhar para outros países, teremos o caos no mundo. Contamos 2015 anos da era cristã, mas também o mesmo período de irresponsabilidade com o futuro, deixando que coisas erradas proliferem sem preocupações com as consequências. Quando só se pensa no imediatismo e nas vantagens do presente, esquecemos que as coisas continuam em andamento em conformidade com as premissas estabelecidas, e as consequências boas ou más são inevitáveis. Haverá tempo para melhorar esse futuro sombrio que se aproxima? Com nossos desejos, pensamentos e ações, somos todos responsáveis pelo melhor ou pior futuro.

O jornalista Giles Lapouge, referindo-se ao caos da imigração para a Europa, disse que “todo o mundo sabe que o fluxo de imigrantes só poderá ser controlado se a fonte pestilenta, que é o caos instalado na Líbia, for estancada nesse país rico em petróleo e que ainda ontem era um Eldorado”.

O cenário atual de transformações globais indica que estamos diante de uma crise cuja curva de estagnação se alonga no tempo, com problemas no todo, o que causa descrença nas instituições e nos sistemas econômicos. Suponhamos que uma determinada moeda valha 2y em relação a uma outra. Então o que vem de fora custa 2y. Mas se de repente passasse a valer só y pelas forças do mercado (financeiro), toda a relação de troca iria para o brejo. Assim o artificialismo e manipulações do câmbio e outros fatores estão provocando a desindustrialização em vários países pela impossibilidade de uma concorrência equitativa. O que vai acontecer? Como recuperar o equilíbrio geral na produção, comércio, empregos, balança de pagamentos. Falta uma globalização humana que respeite as individualidades dos povos.

A democracia assegura as liberdades individuais, mas ainda não foi satisfatória para impulsionar o aprimoramento da humanidade. A globalização deverá incluir bem estar, preservação da natureza, responsabilidade com o futuro, desenvolvimento humano com respeito às individualidades dos povos. O cenário atual prenuncia uma fase de transformações, pois estamos diante de uma crise global em andamento. O público quer diversão, mas está saturado de violência; quer mais leveza e menos apelos para a agressividade e o comportamento caótico que revela a incompreensão do significado da vida.

“Não olhe para trás”, um filme recente com Al Pacino, mais real que muitos outros, apresenta como tema o bom astral de consideração pelas pessoas, apesar das maluquices de Danny e seu nefasto exemplo de artista viciado que carrega drogas escondidas num enorme crucifixo oco pendurado no pescoço. Sem dúvida, uma cena politicamente incorreta e ofensiva aos crentes da Igreja. Mostra também as consequências do sexo casual que também gera filhos. Estamos na era da geração casual. O que será dela? O que será do futuro do mundo?

Analisando o Quarto Mandamento de Deus, “Honraras pai e mãe!”, Abdruschin explica que o Mandamento se destina aos próprios pais, exigindo destes que honrem a paternidade e a maternidade, impondo deveres incondicionais para que conservem sempre completa consciência de sua elevada missão, e com isso também mantenham sempre diante dos olhos a responsabilidade que nela se encontra. No filme, embora tardiamente, o personagem interpretado por Al Pacino reconhece exatamente a responsabilidade de que trata esse Mandamento como meio para a melhora geral da humanidade.


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