O diminutivo carinhoso,
Mãezinha, refere-se ao nome de Carolina Maria dos Santos, na intimidade, dona
Mocinha, mãe adotiva do avô adotivo de Maria Eduarda, que fez questão de
acrescentar ao seu sobrenome – Marques Caetano Porto – o Vieira da Neves de sua
predileção.
Como que para efetivar
nosso vínculo afetivo, surge sempre alguma situação que confirma nosso
parentesco espiritual, como por exemplo, ver uma imagem do Cristo crucificado,
que toca profundamente o coração das crianças. Numa dessas exibições de uma
rede de televisão, ela, Maria Eduarda, exclamou:
– Que pena, vovó! Olhe
lá Deus morto! Ao que sua avó, cuidadosamente lhe explicou: – Ele está vivo,
minha filha. A imagem ali de Jesus, como se vê na igreja, é só para a gente
lembrar como ele sofreu por nós. Mas ele já viveu de novo. E exemplificou: –
Meu pai, minha mãe, quem já morreu, todos vão viver de novo. – Mas, e onde a
gente vai morar? – Não sei, mas a gente vai se encontrar um dia e ficar todo
mundo junto. – Ah, que bom, então eu vou conhecer Mãezinha!
A oração predileta
Maria Eduarda gosta de
deitar-se em companhia da vovó, que chama Mãe Rivane, e de entreter-se com
historinhas fantasiosas, para ao final rezar sua oraçãozinha predileta: Santo
anjo do Senhor, meu zelore bardadô (zeloso guardador), que a ti me confiou a
berdade divina (bondade divina), sempre me rege, me guarde, govele (governa) e
ilumina, amém.
Às vezes surpreende com
observações do tipo – Por que existem meninos pobres? –Tadin deles, mamãe! –
Não têm casa, não têm cama, não têm comida. Meu sentimento é dar comida pra
eles. Deixar tomar banho na minha casa. Comprar coberta pra eles. De repente, vira-se
para avó: – Mamãe, qual é o telefone de Deus? Eu quero falar com ele.
– Deus não precisa de
telefone pra gente falar com ele – explica Mãe Rivane – você pode falar com ele
até baixinho, que ele escuta. – E se eu não falar nada? – Deus vê os pensamentos.
– Eu acho que é Deus que faz nosso pensamento, não é, mamãe? Pergunta e já
responde – Deus é pai e Mãezinha é mãe! Faz silêncio e dorme.
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