A crise de confiança do
povo brasileiro com as instituições políticas não para de aumentar. É o que
mostra o Índice de Confiança Social (ICS), realizado pelo Ibope Inteligência.
Segundo a pesquisa, que mede a confiança dos brasileiros em 18 instituições e quatro
grupos sociais, as instituições que mais perdem a confiança da população são
partidos políticos, Congresso Nacional, presidente da República, governo
federal, sistema eleitoral e governo municipal.
De acordo com as
informações divulgadas no site do Ibope, o ICS, realizado desde 2009, sempre no
mês de julho, registrou uma queda de confiança em todas as instituições e
grupos sociais em 2013, período pós-manifestações. Algumas conseguiram se
recuperar em 2014 e também em 2015, o que não é o caso das instituições
políticas, que caem novamente neste ano.
Em uma escala que vai
de zero a cem, sendo cem o índice máximo de confiança, os Partidos Políticos
mantêm a última colocação do ranking, com 17 pontos, praticamente metade do
índice que obtiveram em 2010 (33 pontos) e 13 pontos a menos do que no ano
passado.
Já o Congresso Nacional
continua com a penúltima colocação, posição agora compartilhada com a
presidente da República, que até 2012 oscilava entre a terceira e a quarta
posição. Em 2015 ambos obtêm 22 pontos e atingem seu menor índice desde 2009.
Enquanto o Congresso registra queda de 15 pontos em sua confiança em relação ao
ano passado, a presidente, que tinha 44 pontos em 2014, apresenta a maior queda
de confiança dentre todas as instituições medidas: 22 pontos. Em 2010, último
ano do governo Lula, chegou a ter 69 pontos, o maior da série histórica, quando
ocupou o posto de terceira instituição na qual os brasileiros mais confiavam. O
governo federal também registra queda expressiva, indo de 43 para 30.
Além das instituições
políticas, o Sistema Público de Saúde, que havia recuperado a confiança em
2014, é o que apresenta a maior queda: de 42 para 34 pontos.
O Corpo de Bombeiros,
que ocupa a primeira posição desde 2009, segue no topo do ranking e registra a
maior evolução na confiança da população - passou de 73 em 2014 para 81 pontos
neste ano. O mesmo movimento ocorre com as igrejas, que mantêm a segunda
colocação, subindo de 66 para 71 pontos e recuperam o patamar de 2012. A
recuperação da confiança nesta instituição se dá independentemente da religião
dos entrevistados: entre católicos, de 67 em 2014 para 72 agora; entre
evangélicos, de 71 para 78; entre adeptos de outras religiões ou ateus, de 62
para 68.
Na terceira posição
estão as Forças Armadas (de 62 para 63), seguidas pelos Meios de Comunicação
(de 54 para 59), que interrompem um movimento contínuo de queda que vinha
ocorrendo desde o início da medição.
Em 2015, o ICS das
Instituições de um modo geral cai de 49 para 45 pontos, atingindo o nível mais
baixo até então.
Outra medida do ICS é a
confiança da população nas pessoas e na sociedade em geral. Neste ano, a
confiança nas pessoas da família permanece praticamente a mesma do ano passado,
passando de 87 para 86 pontos. Amigos, vizinhos e brasileiros, de um modo
geral, seguem a mesma linha e marcam leves variações em relação ao ano
anterior.
O Índice de Confiança
Social ouviu 2.002 pessoas com mais de 16 anos em 142 municípios. A pesquisa
foi realizada entre 16 e 22 de julho.
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