Dúvida é muito comum entre os pais.
Uma dúvida muito comum entre os pais é em qual idade deve ser
iniciado o tratamento ortodôntico. Normalmente, muitos levam os filhos somente
quando um problema ortodôntico já se estabeleceu. “O ideal seria a criança ser
acompanhada por um odontopediatra desde que os primeiros dentes de leite
começarem a nascer.
O acompanhamento, que deve ser no mínimo semestral, visa
evitar vários problemas bucais, incluindo os ortodônticos. Infelizmente, ainda
é comum encontrar casos onde não é dada atenção para os dentes de leite, devido
a crença de que depois eles serão 'trocados' pelos dentes permanentes e,
portanto, não precisam de cuidados. E é justamente aí que grande parte dos
problemas iniciam”, destaca a professora da Escola de Odontologia da IMED, Dra.
Graziela Oro Cericato.
Uma das maiores causadoras de problemas ortodônticos são as
perdas precoces de dentes de leite. A docente explica que a perda de um dente
de leite precocemente pode causar alterações no posicionamento dentário de toda
uma arcada. “Além disso, os dentes de leite servem como guias para a erupção
dos permanentes.
Assim, quando se perde um dente de leite muito cedo o dente
permanente que irá o suceder pode ficar retido e não irromper ou irromper
apinhado (torto). Por isso, caso ocorra da criança perder um dente de leite
muito cedo é fundamental que se instale um aparelho (que pode ser fixo ou
móvel), chamado de mantenedor de espaço”.
É muito importante saber que existem diferentes tipos de
aparelhos ortodônticos, podendo ser preventivos, interceptativos e corretivos.
Os mais usados por crianças são os aparelhos preventivos e interceptativos,
sendo que os aparelhos corretivos (fixos, com bráquetes), com exceção de alguns
casos específicos, são indicados no início da dentição permanente, quando todos
os dentes de leite caíram.
“No entanto, há muitos procedimentos que não só
podem como devem ser realizados antes da erupção dos dentes permanentes. É
muito importante ficar atento a alguns hábitos, considerados deletérios, como
chupar dedo, chupetas e roer unhas, já que, se perdurarem por tempo prolongado,
podem ocasionar problemas como a mordida aberta anterior, mordida cruzada
posterior e atresia maxilar (quando o céu da boca fica muito estreito). Nos
casos de aparecimento de qualquer um desses problemas, eles devem ser tratados
o quanto antes”, aponta a docente.
Um outro exemplo que necessita de intervenção precoce é quando
um dente (o mais comum é o incisivo superior), nasce cruzado (por trás do
incisivo inferior). A mordida cruzada nessa fase, exceto em casos muito graves,
é fácil de se resolver. Para Graziela, as intervenções ortodônticas nas
crianças são, na maior parte dos casos, tratadas com medidas simples que podem
diminuir a necessidade de tratamento ortodôntico e até mesmo evitá-lo por
completo.
“Normalmente, na infância, o que se corrigem são os problemas
funcionais, de crescimento dos ossos da face, de 'engrenamento' da mordida,
falta e manutenção de espaços para a erupção dos dentes permanentes e na
remoção de hábitos”, destaca.
A decisão pela idade certa para iniciar a intervenção é muito
variável e depende sempre de uma análise individual de cada caso. O ideal é que
já antes dos seis anos de idade a criança realize uma consulta com o
ortodontista, que irá determinar a necessidade ou não de intervenção precoce.
Conforme Graziela, muitas vezes, a criança e a família estão ansiosas pelo
início do tratamento, sendo que em alguns casos ele é desnecessário e,
portanto, não indicado.
“Hoje em dia o recomendado é que o tempo de permanência
do aparelho na boca seja o menor possível. Um dos principais fatores para isso
é a dificuldade de higienização correta, que exige paciência por parte dos pais
e da criança, já que os aparelhos fixos aumentam a retenção de biofilme”,
finaliza.
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