Ao
lançarmos nosso olhar sobre a educação contemporânea, somos levados a fazer uma
reflexão sobre o passado e perceber algumas mudanças ocorridas nos sistemas
educacionais mais adequadas às demandas sociais vigentes.
Segundo Sacristán
(2000), refletir sobre o presente e planejar o futuro são impossíveis sem se
valer do passado, pois é nesse tempo que é gerado o presente, e assim, por meio
das imagens gravadas em nossa memória é que são construídas as bases do que
está por vir. É desta forma que o
passado sobrevive no presente e este, no futuro.
Esse
olhar também nos revela que a educação do futuro, estabelecida através do
entrelaçamento de culturas, deve ser repensada constantemente.
Flecha e
Tortajada (2002) evidenciaram algumas tendências da educação do novo século,
geradas com o surgimento da sociedade da informação, na década de 1970, que
requer novas competências para a inserção do indivíduo na sociedade e no
mercado de trabalho.
É
preciso, pois, considerar que a revolução tecnológica gerada nos últimos tempos
colaborou para o surgimento de uma economia informacional e global conduzida
por sistemas democráticos em nível micro e macro.
Na
educação, percebeu-se que a sociedade da informação, priorizou o domínio de
habilidades ligadas às técnicas e tecnologias vigentes. Dessa forma, as pessoas
que não possuem as competências para criar e tratar a informação ou os
conhecimentos exigidos pela rede de informação permanecem, à margem dos processos de inclusão social,
cultural e econômico.
Diante
dessa situação, coube à educação formal proporcionar aos educandos acesso aos
meios de informação e de produção, com o objetivo de minimizar ou superar esse
quadro excludente.
É nesse
sentido que manifestamos nossa preocupação com os que fazem parte da clientela
escolar, os educadores e alunos. Nós educadores, visamos sempre uma educação
que não apenas facilite o acesso dos educandos à uma formação fundamentada na
aquisição de conhecimentos, mas, também permita o desenvolvimento das habilidades
necessárias na sociedade de informação.
Outra
tendência mencionada por Flecha e Tortajada e comungada pelos profissionais de
educação refere-se à transformação de escolas em comunidades de aprendizagem.
Para esses autores, a participação da comunidade é indispensável na superação
dos processos de exclusão que ocorrem na sociedade informacional, afetando
todos os níveis, inclusive o educacional.
Por muito
tempo deixou-se de lado a ideia de que a educação é um instrumento útil para
proporcionar a igualdade de oportunidades. A educação levada a efeito como
aquela que compensa ou adapta o individuo a sociedade, é uma educação, que não
observa o ser humano como ser integral e potencial. Tanto a compensação como a
adaptação à diversidade sem a igualdade, leva à potencialização do círculo
fechado da desigualdade cultural. Dentro dos princípios inovadores que norteiam
a educação de qualidade, é indispensável repensar outras maneiras que, de
acordo com as provocações geradas pelas mudanças impostas pela sociedade atual,
partam da transformação e da igualdade.
Transformação,
porque compensar ou adaptar leva à exclusão de determinados setores sociais, e
igualdade, porque todas as pessoas esperam uma educação que garanta viver com
dignidade.
A
transformação da escola em comunidade de aprendizagem é a resposta igualitária
para a atual transformação social. “Essas comunidades de aprendizagem partem de
um conceito de educação integrada, participativa e permanente. Integrada,
porque se baseia na ação conjunta de todos os componentes da comunidade
educativa, sem nenhum tipo de exclusão e com a intenção de oferecer respostas
às necessidades educativas de todos os alunos. Participativa, porque depende
cada vez menos do que ocorre na aula e cada vez mais da correlação entre o que
ocorre na aula, em casa e na rua. Permanente, porque na atual sociedade
recebemos constantemente, de todas as partes e em qualquer idade, muita
informação, cuja seleção e processamento requerem uma formação contínua.
O clima
estimulante da aprendizagem está baseado nas expectativas positivas sobre a
capacidade dos alunos” (Flecha e Tortajada, 2002, P. 34). Diante desta
situação, torna-se indispensável o engajamento da comunidade escolar e familiar
às funções da escola.
E assim,
por caminhos diversos, a comunidade
escolar apresentando na centralidade os educadores e educandos têm procurado desenvolver ações dentro de um plano democrático de
direito, na construção permanente da educação que acreditamos: formação
integral do ser humano.
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