Os homens e mulheres da França não têm
culpa... Os homens e mulheres da Síria não têm culpa... Os cristãos da Europa
não podem ser responsabilizados... Os muçulmanos do mundo não podem ser
estigmatizados... Enquanto inocentes eram massacrados por estratégias de
guerrilha que enlouqueceram Paris, na sexta, grande parte do Oriente
transformou-se num campo minado ou alvo de ataques de potências ocidentais.
Já disse, mas vale a pena repetir: não há
uma guerra envolvendo religiosos, mas fanáticos que deturpam o Islamismo, hoje,
como deturparam o Cristianismo no passado.
Mais,
há uma mortífera atividade de produção de armas que nasce no ventre das grandes
potências e que não se importa com a opção partidária, a cor da pele, a religião
do sangue que corre como fruto dos seus ataques.
Guerras são frutos de estratégias políticas
e econômicas, utilizando do fanatismo de pessoas e grupos. Esta mistura, sim, é
explosiva. Neste caso, é só seguir o rastro do interesse por petróleo, dólares
e euros que ensanguentaram as mãos de algumas das maiores fortunas
internacionais.
Ao ver a discussão entre qual é a pior
desgraça, se Mariana ou Paris, ou de que cores as redes sociais devem se cobrir
em luto, percebe-se o equívoco em que as pessoas entram por questões
emocionais: nosso caso é fruto de anos e anos de políticas equivocadas e
omissão de todos nós; Paris é um alerta que preocupa a paz mundial.
As redes sociais estão jogando nas casas
imagens dos ataques feitos por países como os Estados Unidos e aliados na Síria
e adjacências.
Alvos militares foram exterminados, mas
também população civil e, até, quem se dispôs a prestar serviços humanitários.
Não é uma guerra "cirúrgica" como a mídia internacional reproduziu
dos "relises". É um massacre inclemente que levou pessoas a buscarem
o rumo da Europa, assim como grande parte da população da Europa buscou abrigo
no norte da África e em outros lugares quando sentiu que a 2ª Guerra Mundial
chegava às suas fronteiras.
Uma coisa as "autoridades"
reconhecem: sabiam que algo iria acontecer. Mas foram incompetentes em barrar a
ação dos "terroristas".
Tudo ainda é muito recente. É previsível que
haja retaliação e que a vida dos migrantes que cercam as fronteiras da Europa
se torne pior do que já é.
Isto acontecendo, as supostas
"autoridades" esquecem que o mal maior que fizeram foi incentivar
ditadores de plantão pelo Oriente ou insuflar rebeliões contra governos
estabelecidos. Não acolhendo ou dando uma justa destinação para esta gente, é
certo que cairão nas garras do Estado Islâmico.
Esta é uma história que precisa ser mais bem
contada...
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