Já é habitual que análises e explicações
sobre a penúria dos estados da Federação e da própria União sirvam de
justificativa para a adoção de medidas de ajuste e correção dos rumos da
economia no Brasil, seja através de minguados cortes orçamentários ou da
rotineira majoração da carga tributária que aumenta a arrecadação de impostos e
contribuições.
As diferenças de postura entre alguns
estados brasileiros em reação ao quadro de agravamento da crise têm provocado
um fenômeno inusitado no que diz com a atração de empresas, especialmente em
relação aos efeitos da chamada 'guerra fiscal'.
A nova realidade nos mostra que, com os
necessários ajustes fiscais, muitos governantes têm sistematicamente reduzido
os benefícios e incentivos fiscais de forma a encontrar, nessa via, o
necessitado incremento de receita para o equilíbrio das contas públicas.
Por outro lado, outros estados se
anteciparam à crise e promoveram controle qualificado dos gastos públicos,
reduziram a máquina administrativa, extinguiram privilégios, aumentaram o
desempenho de seus servidores realizando melhor atendimento com número menor de
pessoas. Tais medidas resultaram na manutenção de cenário atrativo para
empresas, com a preservação de suas políticas de incentivos e da atividade
econômica de seu Estado.
O inusitado na "nova guerra
fiscal" revela-se no efeito prático dessa postura austera. Ao direcionar
seus esforços para a qualidade do gasto público, os estados conseguiram
preservar um ambiente favorável de negócios, estável, sustentável, de forma que
a livre iniciativa pode fomentar ainda mais as suas atividades.
Estudos sobre o ambiente de negócios sob o
prisma político, econômico, regime tributário, inovação, infraestrutura,
ambiental, entre outros fatores, apontam que a região Sul é propícia para
negócios, estando praticamente equivalente na média geral, à região Sudeste.
Onde deixamos de ser competitivos? No
aspecto tributário. Nosso sistema de tributação é complexo, oneroso e
burocrático, especialmente comparado com outros estados das outras regiões do
país, decretando muitas vezes a perda de investimentos. A inusitada guerra
fiscal será vencida pelo Estado que mostrar capacidade de adaptar o seu
ambiente de negócios, e aqueles que já fizeram sua lição de casa estão um passo
à frente na corrida, merecidamente.
Por fim, os empresários devem analisar todas
essas variáveis para eleger o melhor local para implantar suas operações e, não
raras vezes, o aspecto tributário é determinante nessa escolha.
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