Muitas bicicletas e pouca segurança

O Brasil é o quinto maior consumidor de bicicletas no mundo, com uma frota de 61,3 milhões de unidades, segundo levantamento da Abraciclo, associação que representa os fabricantes do setor. Este número pode crescer ainda mais com a multiplicação de ciclovias em todo o país.

 Ao mesmo tempo em que o setor avança, a proporção dos ciclistas que usam óculos de segurança e capacete é irrisória, de apenas 1%, segundo a pesquisa.

E essa falta dos equipamentos de proteção aumenta o risco de doenças e ferimentos oculares que podem causar danos irreparáveis à visão, alerta o oftalmologista do Instituto Penido Burnier, Leôncio Queiroz Neto, perito em Medicina do Trânsito e membro da Associação Brasileira de Medicina do Tráfego (Abramet).

O especialista também chama a atenção para as falhas no planejamento das ciclovias. Isso porque, embora os atropelamentos causados por ciclistas sejam poucos quando comparados aos provocados por motos e carros, a falta de sinalização e outras deficiências, como as ciclovias que dividem o espaço das calçadas de pedestres, podem aumentar o número de atropelamentos.

Entre os benefícios dos óculos para ciclismo, o oftalmologista destaca a redução em até 90% dos acidentes oculares durante o trajeto; a prevenção a doenças oculares que podem ser desencadeadas pelo efeito acumulativo do sol nos olhos; a diminuição do risco de lesões na superfície dos olhos e de descolamento da retina decorrentes da penetração de corpo estranho e trauma nas quedas, e a diminuição do ressecamento da lágrima que torna a visão embaçada.

As armações dos óculos para ciclistas devem proteger inclusive as laterais dos olhos. As lentes mais adequadas são as de policarbonato, material inquebrável que evita ferimentos oculares em caso de acidentes.

Os ciclistas também devem estar atentos para que as lentes tenham 100% de proteção UV (ultravioleta), independentemente da cor, afirma o especialista. Outra recomendação é manter o mesmo grau dos óculos de prescrição para quem tem miopia, hipermetropia ou astigmatismo.

A cor das lentes pode ainda melhorar o conforto e visibilidade. As dicas do médico são as seguintes: verde - melhora a visão de contraste e filtra um pouco da luz azul que também danifica os olhos; âmbar ou marrom - ideal para míopes e hipermétropes por melhorar a visão de contraste; cinza - a mais adequada para quem tem astigmatismo por reduzir o brilho e a distorção de cores, e amarela - reduz o ofuscamento no entardecer, melhora a visão de contraste à noite e a diminui durante o dia.

Fonte: Abraciclo e RedePress-BR.

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