Que não fique apenas no papel! O Marco de
Ação Educação 2030 foi aprovado na última semana por unanimidade durante a 38ª
Conferência Geral da Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e
Cultura (Unesco), em Paris, e prevê o investimento entre 4% e 6% do Produto
Interno Bruto (PIB), a depender do tamanho do país e da demanda educacional.
O documento busca mobilizar todos os países
em torno do novo objetivo global de educação e de suas metas. Ele também propõe
maneiras de implementação, coordenação, financiamento e revisão da Agenda de
Educação 2030 - em níveis nacionais, regionais e global -, para garantir
oportunidades educacionais igualitárias para todos. A intenção é que os países
se comprometam a ajudar a cobrir globalmente o déficit de US$ 40 bilhões de
dólares, principalmente onde as necessidades são mais agudas.
O Brasil é um dos países que assumiram o
compromisso. O país, no entanto, tem uma meta mais ambiciosa de investimento a
nível nacional, estabelecida no Plano Nacional de Educação (PNE), de investir
pelo menos 10% do PIB até 2024. Atualmente, de acordo com o Instituto Nacional
de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), o país investe 6,6%
do PIB no setor.
A coordenadora de Educação da Unesco no
Brasil, Rebeca Otero, disse que o novo marco vai na mesma direção do PNE,
fortalecendo ainda mais a agenda educacional. "Um dos grandes desafios no
Brasil, neste momento de cortes orçamentários, é manter os recursos necessários
para o conjunto das metas do PNE e para as metas do Marco de Ação", disse.
O Marco de Ação Educação 2030 dará
continuidade ao Marco de Ação de Dakar, Educação para Todos: Cumprindo nossos
Compromissos Coletivos, firmado em 2000 por 164 países e que vigorou até este
ano. De acordo com a Unesco, um terço dos países conseguiu cumprir as metas e a
falta de recursos está entre os principais motivos dos demais dois terços não
terem chegado à meta.
O novo marco foi aprovado por mais de 70
ministros, representantes dos estados-membros das Nações Unidas, de agências
multilaterais e bilaterais, da sociedade civil, de organizações regionais, de
docentes, da academia, da juventude e do setor privado, informou a Unesco. Os
elementos essenciais do marco foram acordados no Fórum Mundial de Educação de
Incheon, na Coreia do Sul, em maio deste ano.
Um avanço destacado pelo coordenador da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, Daniel Cara, que participa da reunião, são os mecanismos de avaliação e monitoramento, que, segundo ele, podem e devem dialogar e inspirar o acompanhamento do PNE, "que ainda carece de instrumentos similares", diz. Os indicadores para se monitorar o cumprimento do novo marco serão determinados até março de 2016. Foi estabelecido também um grupo de acompanhamento.
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