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sábado

A importância do filho



Fico pensando se o Bernardo Cerveró, filho de Nestor Cerveró, não tivesse gravado toda a conversa com o senador Delcídio do Amaral e líder do governo, como ficaríamos sabendo da "missão quase impossível" urdida por Delcídio e pelo banqueiro André Esteves. Certamente, continuaríamos a achar que o senador era um homem com cara bonachona e muito honesto, e o banqueiro um “baita” gestor e gênio das finanças. Só que não!

Sobre o senador petista, as gravações mostram bem o caráter dele e seus propósitos. Por outro lado, junto com o senador petista, que foi abandonado pela direção nacional do partido, foi preso também o banqueiro André Esteves, que muitos perguntam ainda os motivos para tal prisão.

 É preciso conhecer um pouco certos fatos, para entender.

André Esteves era considerado uma das maiores expressões do sistema financeiro nacional e homem bilionário, com relações em todos os partidos, especialmente, com o PT, PSDB e PMDB. Não preciso nem explicar os motivos.

Pode-se caracterizar Esteves como aquelas aves de rapina que colocam seus ovos em vários ninhos diferentes para garantir a sobrevivência da espécie.

Pois bem, em 2013 , o banco Pactual de André Esteves pagou três viagens do ex-presidente Lula a Londres, com estadia no mais luxuoso hotel. Oficialmente, Lula foi contratado para dar palestras. Sempre preocupado na preservação dos laços que lhe poderiam render prestígio e dinheiro, André Esteves também pagou as diárias do luxuoso hotel de Nova Iorque para Aécio Neves e esposa, também em 2013, e também para realizar palestras para investidores.

Prosseguindo sua estratégia de sobrevivência, o banco Pactual financiou a campanha de Dilma Rousseff com R$ 6,2 milhões, a campanha de Aécio Neves com R$ 5 milhões. O que recebeu menos foi Eduardo Cunha, “somente” R$ 500 mil. Tudo declarado.

Mas por que ele foi preso? Porque, em conluio com o senador Delcídio Amaral, vinham tentando sabotar a Operação Lava jato, especialmente, para impedir que o ex-diretor da Petrobras, Nestor Cerveró, fizesse a delação premiada e revelasse certos fatos, que poderiam comprometer o senador, e os negócios suspeitos do banqueiro com a estatal.

André Esteves repassaria cerca de R$ 4 milhões para a família de Cerveró e pagaria uma “ajuda” mensal de 50 mil reais.

Agora, o mais engraçado ainda é verificar que certos analistas e (de) formadores de opinião juntarem, o mais depressa possível (talvez para amenizar a descoberta das "espertezas petistas), o fato de o banqueiro ter sido padrinho de casamento do senador tucano Aécio Neves e ter presenteado os custos da lua de mel do tucano. Sim, e daí? Isto anula aquilo?

Cabe uma pergunta: quem esteve e está no poder atualmente?


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