Serão adquiridos, ainda este ano, medicamentos para aids e
hepatite c. Acordo prevê ainda criação de banco de preços de medicamentos e
deverá ampliar poder de compra dos governos.
Os países
integrantes do Mercosul realizarão, no próximo mês, a primeira compra conjunta
de medicamentos para hepatite C e aids.
A iniciativa tem como objetivo promover
a ampliação da oferta de medicamentos de maneira mais econômica e sustentável
para seus respectivos sistemas de saúde.
Os preços cobrados para o mesmo
medicamento pode ser até cinco vezes maior de um país para outro. O anúncio foi
feito no dia 11/09 e faz parte de acordo assinado durante a XI Reunião do
Conselho de Ministros da Unasul realizada em Montevideo, no Uruguai. O acordo
prevê também a criação de um banco de preços de medicamentos e produtos de saúde.
As ações,
que tem a liderança do governo brasileiro, são resultado das propostas
apresentadas na última reunião do grupo, em junho, que sugeriu alternativas
para a compra regional de medicamentos viabilizando uma aquisição em maior
escala para fortalecer o poder de negociação dos membros do Mercosul.
A escolha
do Brasil foi um reconhecimento à iniciativa e esforços em prol do sistema
acesso universal à saúde do país. Assinaram o acordo: Argentina, Paraguai,
Uruguai, Bolívia, Venezuela, Chile, Equador e Suriname.
A
expectativa do governo é de que o processo de compras conjuntas tenha início em
outubro e que até o final, deste ano, a aquisição já tenha sido concluída. Para
isso, serão realizadas rodadas de negociações entre a indústria farmacêutica e
os representantes dos países.
Os quantitativos que serão adquiridos serão
definidos pelos governos de acordo com as demandas locais.
“Essa é
uma conquista importante em busca da sustentabilidade dos sistemas de saúde,
uma vez que é de amplo conhecimento o aumento significativo dos gastos com a
saúde em todo o mundo. O esforço conjunto dos países do Mercosul demonstra o
compromisso destes países em oferecer para a sua população medicamentos cada
vez mais modernos, ampliando o arsenal terapéutico e consequentemente o acesso
ao sistema de saúde”, avaliou o secretário de Ciência, Tecnologia e Insumos
Estratégicos do Ministério da Saúde, Adriano Massuda.
Cada país
elegeu os seus medicamentos prioritários para a compra e, diante do acordo,
definiram conjuntamente os medicamentos que serão adquiridos nas duas compras
já previstas: em novembro deste ano e no primeiro semestre de 2016. Os países
deverão realizar a aquisição por meio da Organização Pan-Americana da Saúde
(OPAS) ou em conjunto com os sistemas nacionais.
BANCO DE
PREÇOS - Outra medida importante será a criação de um banco de preços do
Mercosul que reunirá detalhes sobre as compras de medicamentos e equipamentos
realizados pelos ministérios da saúde da América do Sul. O sistema de
informações contará com dados como preços das últimas compras, quantitativos,
fornecedores, entre outros. A base de dados utilizada será o banco de preço do
governo brasileiro. O sistema ficará concentrado no Equador, onde está situada
a sede da UNASUL, e terá início imediato.
No
Brasil, o orçamento para garantir o acesso aos medicamentos ofertados pelo SUS,
em 2014, foi de R$ 12,6 bilhões. Para 2015, considerando o orçamento aprovado,
será de R$ 14 bilhões, o que representa um crescimento de 11%. Desde 2010, o
Ministério da Saúde implantou ações para aprimorar o uso de recursos, como a
compra centralizada de produtos estratégicos – o que já gerou economia de R$
1,3 bilhão – e negociação direta do Ministério com fornecedores. Atualmente, os
medicamentos adquiridos de forma centralizada representam 65% do orçamento, o
equivalente a R$ 8,2 bilhões.
NEGOCIAÇÕES
- Em junho, representantes da América do Sul estiveram em Brasília para a 37ª
Reunião de Ministros do Mercosul. Além da proposta de garantir melhores preços
de compra aos respectivos sistemas de saúde. Na ocasião, também foram assinados
acordos sobre segurança no trânsito e redução do tabagismo, da obesidade
infantil e do sódio nos alimentos, bem como a criação de um banco unificado de
informação sobre doação de órgãos.
Comente
este artigo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário