O Centro de Extensão em Atenção
à Terceira Idade - Cetres, da Universidade Católica de Pelotas, chega aos 25
anos. Neste quarto de século, viu uma mudança significativa no jeito de
envelhecer, no papel que o idoso tem na sociedade e a própria sociedade ser
obrigada a olhar com mais atenção àquela que será a primeira “geração idosa”.
Na tarde desta quarta (30),
faço minha participação nas comemorações com minhas reflexões sobre “dez coisas
que aprendi nos meus 60 anos”. Mas foi numa discussão na TV Cidade, com a
Fernanda Puccinelli e a coordenadora do Cetres, Sulanita Arruda, que pude
perceber a amplidão de um serviço que iniciou como um motivo de encontro,
relacionamento e aprendizado e, hoje, amplia seus horizontes para a busca pela
conscientização do papel deste mesmo idoso na sociedade.
Ainda há aqueles que, não
havendo nada mais para fazer, vão sentar no Calçadão, para ver as meninas
desfilarem. Mas cresce o número dos que não querem apenas deixar a vida passar.
Claro, uns preferem os bailinhos, festividades gastronômicas, espaço para fofocas.
Mas, há, também, aqueles e
aquelas que se aposentam e veem a oportunidade de realizar sonhos: viagens,
aprendizado, novas experiências e relacionamentos. Confirma-se o pensamento de
Vitor Hugo: “quarenta anos é velhice para a juventude, e cinquenta anos é
juventude para a velhice.”
Do nascimento do Cetres para
agora, muita coisa mudou: a expectativa de vida, por exemplo. Mas também já
existem muitos que se dão conta do poderio e capacidade de mobilização para
pessoas que podem usufruir do seu próprio tempo para fazer campanhas, exercer
pressão, buscar uma cidadania em plena maturidade.
Podem dizer: existem “idosos” e
“idosos”. Aceito o fato de que já se cumpriu boa parcela da existência, é tempo
de ocupar a mente, o espírito e o corpo: ainda se pode estudar, ler, ver bons
filmes, ouvir boa música; a presença crescente em todos os credos e filosofias,
certos da contribuição ponderada e amadurecida que se tem para dar; atender às
necessidades do organismo, buscando o prazer da academia, dança, caminhada,
futebol...
O Cetres é uma das boas ações
que instituições públicas e comunitárias têm para atender a um público que se
amplia e torna cada vez mais exigente. Vale a pena lembrar de Marcel Proust:
“acontece com a velhice o mesmo que com a morte.
Alguns enfrentam-nas com indiferença, não
porque tenham mais coragem do que os outros, mas porque têm menos imaginação.”
Somando-se imaginação e disposição temos a receita quase perfeita para
envelhecer!
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