Há
dúvidas que pairam no imaginário e nem sempre há quem se disponha a falar sobre
elas. Mito ou verdade? A vida continua após a vida? Como, se o corpo ficou
soterrado, foi cremado ou, mais modernamente, congelado?
Hoje,
aborda-se esse assunto mais à vontade, pois, no alvorecer do terceiro milênio,
a humanidade costuma argumentar sobre a veracidade desses fatos, sem o risco de
enfrentar uma fogueira. Até nossas crianças querem saber de onde elas vem, para
onde irão e quem elas são.
Seria de
mais fácil entendimento, essa questão, se não houvesse discrepância entre
ciência, filosofia e religião, o que retarda o entendimento e o acerto das
respostas a essas perguntas, precocemente formuladas.
Quando o
homem morre, perde apenas o seu invólucro mais grosseiro. O Espírito conserva
um segundo corpo, que é etéreo, invisível para os olhos humanos, no estado
normal, mas pode tornar-se, acidentalmente visível e até tangível, como sucede
no fenômeno das aparições.
Isto não
é nenhuma novidade. Com mais precisão, colha mais dados em o Livro dos
Espíritos, Editora FEB, sobretudo nas questões de 93 a 95. Maiores detalhes são
abordados na mesma obra através das questões de149 a 160…. Continue folheando o
livro que encontrará bem mais…
Desde
tempos remotos a humanidade reconheceu a existência do corpo espiritual, que
Allan Kardec denominou perispírito, como mediador plástico ou organismo sutil,
entre o Espírito e o corpo carnal.
Mais
recentemente, Humberto de Campos afirmou, através do lápis jornalístico do
médium Francisco Cândido Xavier, que a ideia da imortalidade da alma nasceu com
a própria razão, no cérebro do homem. Numa retrospectiva, que transcrevemos,
afirma que, no Egito, há milênios, a nobreza faraônica admitia, sem restrições,
a sobrevivência dos mortos , que seriam julgados por um tribunal presidido por
Osiris, dentro do mais elevado padrão de justiça.
Os
grandes condutores hindus, há muitos séculos, chegavam a dividir o Céu em
diversos andares e o Inferno, em vários departamentos, segundo as leis de Manu.
Já os
chineses, não menos atentos a esse assunto, declaravam que os mortos eram
recebidos, além do túmulo, nos lugares agradáveis ou atormentados que haviam
feito por merecer.
Os
romanos viviam em torno dos oráculos e dos feiticeiros, consultando as vozes
daqueles que haviam atravessado o leito escuro do Rio da Morte. O repórter do
além, afirma, através de fatos, que Suetônio revelara, em sonhos, o assassínio
de Júlio César e que Nero, Calígula e Cômodo eram célebres obsediados, sempre
perseguidos por fantasmas.
Marco
Aurélio dizia-se inspirado por entidades superiores, confiando suas reflexões à
posteridade.
Na
Grécia, os gênios da Filosofia e da Ciência formulavam perguntas aos mortos, no
recinto dos santuários. Assim é que Tales ensinava que o mundo é povoado por
anjos e demônios. Sócrates era acompanhado, de perto, por um Espírito guia que
lhe ditava conselhos pertinentes à missão que lhe cumpria desempenhar.
Também na
Pérsia o zoroastrismo alimenta a crença na lei de retribuição, depois da
sepultura, sob a liderança de Ormuzd e Ariman, os doadores do bem e do mal.
Em todos
os círculos da cultura antiga e moderna percebe-se o sulco marcante da
espiritualidade, na evolução terrestre.
Referindo-nos
ao fato do retorno à vida corporal, no Antigo Testamento, encontramos em Isaías
26:19 – “Os teus mortos viverão, os meus a quem tiraram a vida ressuscitarão.”
O profeta sugere que todos os que estão mortos viverão de novo. Clara alusão à
jornada evolutiva do Espírito Imortal, que traça sua saga através de várias
vidas, estagiando ora no corpo físico como encarnado e ao final de um ciclo,
retornando à erraticidade, no mundo espiritual, onde aguardará novo recomeço.
No livro
de Oséias (13:14) a idéia também é clara: “Eu os remirei do poder do inferno e
os resgatarei da morte; onde estão, ó morte, as tuas pragas? Onde está, ó
inferno, a tua destruição?” Aqui a condenação eterna cai por terra. O resgate
da morte é nada mais nada menos do que a veracidade desse trânsito constante do
Ser Imortal entre dois mundos ou duas dimensões: a material e a espiritual.
No Novo
Testamento, em João 3:3, vemos a conversa de Jesus com Nicodemos, o doutor da
lei, na calada da noite: “Ninguém pode ver o reino de Deus se não nascer de
novo”.
O mundo
espiritual se revela em toda a passagem de Jesus pelo Orbe. Do nascimento à
crucificação vê-se a manifestação do plano espiritual. Vozes diretas do Céu
fazem-se ouvir em seu batismo, no Jordão. A transubstanciação da matéria na
transformação da água em vinho, nas Bodas de Caná. A corporificação dos
Espíritos de Moisés e Elias no Monte Tabor, tudo fala e testifica a existência
de uma outra dimensão, com a continuidade da vida.
Até mesmo
a mediunidade torturada de infelizes, dos quais se apossavam espíritos
sofredores e dos quais o Senhor os libertou, figuram como hino de esperança
para libertar-nos do ontológico medo da morte e do império do nada.
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