Estamos em plena Semana de nossa Pátria brasileira. Tanto o Dia
como a Semana são celebrados para que o amor à pátria seja alimentado. Quem ama
a pátria sonha que a sociedade que a forma seja a mais digna possível. Quantos
sonhos de dignidade podem ser destruídos se não tivermos amor à pátria?
Para que esses sonhos de dignidade não sejam destruídos, os
bispos católicos do Brasil, através da presidência da sua Conferência Nacional,
emitiram uma "Nota a favor do Brasil", no dia 27 de agosto. Vale a
pena aqui comentá-la. O que os bispos católicos do Brasil não deixam de sonhar?
A Nota começa alertando para o momento presente em que estamos
vivendo: "A população brasileira acompanha, apreensiva, a grave crise que
atinge o país, procurando conhecer suas origens, resistir às suas consequências
e, sobretudo, vislumbrar as soluções. A realidade é dura e traz de volta
situações que, por algum tempo, haviam diminuído significativamente como o
desemprego, a inflação e a pobreza".
Segue a Nota apontando algumas causas da situação atual:
"Pagamos um alto preço pela falta de vontade política de fazer as reformas
urgentes e necessárias, capazes de colocar o Brasil na rota do desenvolvimento
com justiça social, quais sejam as reformas política, tributária, agrária,
urbana, previdenciária e do Judiciário.
O gasto com a dívida pública, o ajuste
fiscal e outras medidas para retomada do crescimento colocam a saúde pública na
UTI, comprometem a qualidade da educação, inviabilizam a segurança pública e
inibem importantes conquistas sociais".
Não podia faltar um alerta à corrupção, a qual é nominada pelos
bispos com uma metástase: "A corrupção, metástase que atinge de morte não
só os poderes constituídos, mas também o mundo empresarial e o tecido social,
desafia a política a seguir o caminho da ética e do bem comum.
Combatê-la de forma intransigente supõe assegurar uma justa
investigação de todas as denúncias que vêm à tona com a consequente punição de
corruptos e corruptores. A corrupção, gerada pela falta de ética e incentivada
pela impunidade, não pode ser tolerada".
Lembrando palavras fortes do papa Francisco, a Nota fala de uma
cultura inclusiva e democrática a ser fortalecida: "É urgente resgatar a
credibilidade da atividade política em que seja fortalecida a cultura inclusiva
e democrática, pois um 'método que não dá liberdade às pessoas para assumir
responsavelmente sua tarefa de construção da sociedade é uma chantagem', e
'nenhum político pode cumprir o seu papel, seu trabalho, se se encontra
chantageado por atitudes de corrupção'".
A chantagem é sempre corrupção.
Lamentavelmente, o cenário político brasileiro não está isento desta condenável
prática.
Conforme a Nota, os interesses públicos e coletivos são
soberanos sobre os individuais, corporativos e partidários: "É inaceitável
que os interesses públicos e coletivos se submetam aos interesses individuais,
corporativos e partidários. As disputas políticas exacerbadas podem comprometer
a ordem democrática e a estabilidade das instituições. Garantir o estado de
direito democrático é imperativo ético e político dos brasileiros.
O bem do
Brasil exige uma radical mudança da prática política".
E a Nota conclui reafirmando o necessário e permanente diálogo:
"Reafirmamos o diálogo para preservar e promover a democracia. Nesse
diálogo, devem tomar parte os poderes constituídos e a sociedade civil
organizada. Com o papa Francisco, lembramos que 'o futuro da humanidade não
está unicamente nas mãos dos grandes dirigentes, das grandes potências e das
elites.
Está fundamentalmente nas mãos dos povos; na sua capacidade de
se organizarem e também nas suas mãos que regem, com humildade e convicção,
este processo de mudança'".
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