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sábado

Crise na USP



O agravamento da crise econômica fez com que a Universidade de São Paulo (USP) congelasse 20% dos gastos com custeio e investimentos. A medida, segundo informe interno divulgado pela reitoria, permitirá uma economia de R$ 114 milhões ainda neste ano. O corte vale para todos os órgãos e unidades.

A economia afeta pequenas obras, compras de equipamentos ou gastos com transportes. Segundo diretores ouvidos pelo jornal O Estado de S.Paulo, os cortes ainda estão sendo decididos internamente em cada unidade. Faculdades que têm fontes alternativas de recursos são menos afetadas.

"O desempenho econômico em 2015 tem ficado abaixo dos cenários mais pessimistas traçados ao fim de 2014", diz o comunicado. A arrecadação do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) paulista caiu 3,9% entre janeiro e julho, na comparação com o mesmo período do ano passado, em valores corrigidos pela inflação. A principal fonte de recursos da universidade é uma cota de 5,03% desse tributo.

As estimativas preliminares, aponta o texto, sinalizam para uma queda de R$ 200 milhões nos repasses do Tesouro estadual em relação ao previsto no orçamento original de 2015. Pelos cálculos atualizados, a USP deve receber R$ 4,64 bilhões do governo até o fim do ano.
O contingenciamento, argumenta a reitoria, "será de grande importância para minimizar os efeitos da queda nos repasses sobre o desempenho financeiro da universidade."

O corte dos 20%, porém, não zera o déficit da USP neste ano, previsto em R$ 988 milhões. Novas medidas anticrise podem ser tomadas após reunião do Conselho Universitário, órgão máximo da instituição, que se reúne em outubro para rever o orçamento.

A reitoria ainda gasta 102,8% do que recebe do Estado com salários. O patamar máximo ideal seria de 85%. Para honrar os compromissos, precisa recorrer a reservas financeiras. A crise orçamentária se estende desde o fim de 2013.

Com a piora financeira, o reitor Marco Antonio Zago vê diminuírem as chances de entregar a USP com as contas equilibradas ao fim do mandato, no início de 2018. Ele já tomou medidas impopulares, como congelar obras e contratações, além de fazer um plano de demissão voluntária, que teve a adesão de cerca de 5% dos servidores.

Em 2015, a USP também não vai pagar o prêmio de excelência acadêmica aos docentes e técnicos pelo segundo ano seguido. Os cortes são alvo de críticas de sindicatos e do movimento estudantil.

 Com a arrecadação fraca, a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e a Universidade Estadual Paulista (Unesp) também atravessam crise orçamentária e já cortaram gastos.


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