PROTESTE avalia que bandeiras
tarifárias são ilegais e redução de 3% é irrelevante
Conta de luz continua alta e
impacta orçamento
Anunciada como benefício ao
consumidor, a redução de 3% na conta de luz, a partir de fevereiro, pela
criação de novo patamar de cobrança da bandeira vermelha, é avaliada como
irrelevante pela PROTESTE Associação de Consumidores.“Tendo em vista os mais de
50% de reajuste no ano passado, a conta de luz continua pesando muito no
orçamento. O consumidor paga caro por serviço de má qualidade”, destaca
Maria Inês Dolci, coordenadora institucional do grupo.
Desde que houve consulta
pública para discutir a implantação das bandeiras tarifárias, há quatro anos,
a PROTESTE vem contestando a legalidade da medida que impacta a
capacidade dos consumidores de baixa renda de pagar tarifa, bem como a
inflação.Reforçam, também, que a garantia de acesso aos serviços públicos
essenciais, como é o caso da energia elétrica, é importante instrumento de
distribuição de justiça social, nos termos dos artigos 1º e 3º, da Constituição
Federal e, ainda, um direito básico nos termos do artigo 6º, inciso X, e 22, do
Código de Defesa do Consumidor, e as bandeiras configuram claro empecilho de
cumprimento destas finalidades.
Com as bandeiras tarifárias
há repasse automático à conta de luz, que pode ser mensal, do custo adicional
do acionamento das usinas termelétricas. Os valores cobrados pela energia
passam a flutuar de acordo com a necessidade do uso dessas geradoras mais
caras. Só não há acréscimo na conta quando vigora a bandeira verde, que
significa custos baixos para gerar a energia. Desde que a medida foi
implantada, o consumidor sempre pagou pela bandeira vermelha, a mais cara.
Dependendo das usinas
utilizadas para gerar a energia, esses custos podem ser maiores ou menores.
Antes das bandeiras, essas variações de custos eram repassadas no reajuste
seguinte, um ano depois.Quando a bandeira fica vermelha, o adicional cobrado
proporcional ao consumo era até agora de R$ 4,50 por 100 kWh. Quando a bandeira
é amarela, o acréscimo era de R$ 2,50 por 100 kWh. A esses valores são
acrescentados os impostos vigentes.
A partir de segunda-feira, 1º
de fevereiro, a bandeira vermelha passará a ter dois patamares: R$ 3,00 e R$
4,50, aplicados a cada 100 kWh (quilowatt-hora) consumidos, e a bandeira
amarela passará a R$ 1,50, aplicados a cada 100 kWh. Os novos valores,
segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) permitirão maior
flexibilidade e aderência frente às variações dos custos de geração de energia.
Até fevereiro do ano passado,
para cada 100 kWh consumidos (ou suas frações), a bandeira vermelha era de R$ 3,00
e a amarela de R$ 1,50. A partir de março de 2015, para cada 100 kWh consumidos
(e suas frações), a bandeira vermelha passou a ser de R$ 5,50 e a amarela de R$
2,50. Em setembro de 2015, a bandeira tarifária vermelha foi reduzida de R$
5,50 para R$ 4,50 a cada 100 kWh consumidos (ou suas frações).
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