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terça-feira

Artilharia da multa



Os carros antigos tinham motores mais fracos. Em consequência a velocidade era muito menor. Nas rodovias o limite de velocidade era de oitenta quilômetros por hora. A tecnologia e a segurança eram pífias. A potência de muitos motores aumentou, especialmente nos últimos vinte anos. A tecnologia de segurança também fica cada vez melhor.

A maioria das rodovias mantém o limite de oitenta quilômetros por hora, inclusive as duplicadas. A tecnologia dos radares medidores de velocidade é bem melhor. Alguns radares conseguem medir a velocidade a centenas de metros de distância. A frota de veículos cresceu de forma acelerada também.

Esses fatores criaram uma nova cultura de fiscalização. Além dos radares móveis, temos os pardais, os semáforos e as lombadas eletrônicas, que multam milhares de veículos no Estado e milhões no Brasil.

A segurança nas estradas e nos municípios deveria estar bem melhor. Não está!  Os veículos estão sendo multados pela União, pelos Estados e pelos Municípios. Algumas cidades mantêm limites de velocidade de 30km/h.

A verdade é que foi criada a indústria a multa.

As instituições que trabalham com esse controle têm cotas para atingir, ou seja, um número mínimo de multas. Por outro lado, é bom observar que muitos acidentes graves são causados por veículos muito velhos, sem fiscalização das autoridades. Caminhões sem freio e com rodados soltos estão matando nas estradas. Os carros mais novos são os mais multados. Carros velhos não pagam multas e rodam sem as mínimas condições. Os veículos com tecnologia de segurança tem que rodar a oitenta quilômetros por hora. E caminhões velhos, caindo aos pedaços sequer são fiscalizados.

 Não defendo o excesso de velocidade. Ao contrário: limites devem ser impostos, dentro de uma avaliação de coerência.

 Há um fato que deve ser ressaltado: muitos fiscalizadores se escondem para multar. Serve um barranco, uma depressão na margem da estrada, desde que o motorista não possa ver. Em Porto Alegre, agentes da EPTC se escondiam atrás de um poste, na Avenida Carlos Gomes, na capital. Muitos ônibus fazem excursões em péssimas condições, sem freios e com pneus lisos. Essa fiscalização também não é feita. Esses veículos causam acidentes com muitas mortes.

O IPVA de 2015 não terá validade legal de um ano.

Anteciparam o pagamento. Apesar de tanto imposto, tantas taxas e tantas multas, as rodovias estão cada vez mais esburacadas, especialmente as estaduais. Aqui no Rio Grande do Sul a regra é aumentar impostos, sem a contrapartida para a sociedade.

Quando teremos gestores capazes de ver tantos equívocos? E uma última pergunta: Será que os gestores públicos fazem isso de propósito? Quem sabe é falta de conhecimento e capacidade de administrar. Essas perguntas ficam para reflexão, neste início do ano de 2016.

Até quando vamos ser ovelhas, esperando a voracidade do fisco e do Estado acabar com a nossa economia doméstica? Brasileiras e brasileiros, como diria um ex-Presidente, vamos fazer prevalecer as necessidades da sociedade neste ano? Ou esperaremos que os nossos políticos continuem o assalto à nossa economia?


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