Proposta do Governo
Federal foi apresentada no II Seminário do Ensino Médio
O Governo
federal propõe criar uma base comum para ensino técnico. A proposta, inédita,
foi apresentada no II Seminário do Ensino Médio, organizado pelo Conselho
Nacional de Secretário de Educação (Consed), em Manaus. A ideia é que os alunos
do ensino médio recebam uma formação básica em uma das 13 áreas técnicas para
que, a partir dai, possam escolher continuar a formação em um curso de
graduação em educação profissional tecnológica de graduação.
Na
prática, um estudante do ensino médio poderia escolher, por exemplo, receber a
formação em recursos naturais. Depois, as horas estudadas ainda na escola
poderiam ser aproveitadas em cursos técnicos em agropecuária, em mineração ou
em florestas.
Segundo o
secretário de Educação Profissional e Tecnológica do Ministério da Educação
(MEC), Marcelo Feres, a intenção é trazer opções para os estudantes. “Fazer um
curso técnico para os alunos hoje não é um processo natural. Eles são
empurrados, na formação, para o ensino superior”, diz. Ele explica que um dos
objetivos do ensino técnico é também melhorar a qualidade do ensino médio,
aumentando a atratividade para os estudantes, que teriam acesso a formações na
área de interesse.
Formação diversificada
Pela
proposta, a Base Nacional Comum Curricular,encheria 60% do tempo do ensino
médio. O restante seria para uma formação diversificada. O MEC sugere que a
base do ensino técnico possa, a critério das redes de ensino, entrar na parte
diversificada, correspondendo a 20% da formação.
A base
técnica, de acordo com Feres, não impedirá que as escolas ofertem também a
formação específica e que os alunos deixem a escola como técnicos, como já é
feito em parte das escolas. Segundo os dados apresentados pelo secretário, dos
7,8 milhões matriculados no ensino médio regular, 1,7 milhão recebe educação
profissional de nível técnico, o que equivale a um aluno de ensino médio
profissionalizante para cada 4,4 que não recebem essa formação.
“Está se
criando uma convicção de que o ensino médio tem que ter possibilidades,
caminhos diversos. Ter um currículo comum técnico, e colocar no ensino médio, é
uma possibilidade”, avalia o secretário de Educação e da Qualidade de Ensino do
Estado do Amazonas, vice-presidente do Consed e coordenador do
Eixo-Reformulação do Ensino Médio, Rossieli da Silva. Para ele, é importante
que isso seja uma opção, e não uma imposição aos estados, que são os entes da
Federação que detém a maior parte das matrículas do ensino médio.
Uma base
técnica, segundo Rossieli, ajudaria a melhorar a qualificação dos alunos e
contornaria as atuais dificuldades em se ofertar uma formação técnica ainda no
ensino médio, que exige prática e professores especializados. “No interior,
temos a dificuldade de compor a prática, mas qualificação conseguimos fazer.
Podemos disponibilizar um especialista no conserto de motor ou em criação de
peixe. Não consigo formar o técnico, mas consigo dar algumas horas de
qualificação”, diz.
A
expansão do ensino técnico é uma das metas do Plano Nacional de Educação (PNE).
De acordo com a lei, o Brasil deve, até 2024, triplicar as matrículas da
educação profissional técnica de nível médio, assegurando a qualidade da oferta
e pelo menos 50% da expansão no segmento público.
“Se
continuarmos fazendo do que jeito que estamos fazendo provavelmente não
conseguiremos chegar no resultado”, diz Feres, aos representantes dos estados
presentes na reunião. “Isso requer de nós ações de política pública conjuntas”,
acrescentou.
O ensino
médio é um dos maiores desafios na educação brasileira, entre os problemas
estão a evasão de estudantes e a distorção idade-série, os alunos chegam na
etapa mais velhos do que deveriam.
Agência
Brasilia.
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