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quinta-feira

SUS, a dor que não passa


São chocantes as cenas que se repetem ao longo dos anos em pelo menos 71 prontos-socorros da cidade de São Paulo. A maioria tem pacientes em macas pelos corredores, não se consegue a transferência de doentes e as equipes médicas são incompletas. O quadro dramático se agrava com falta de materiais e de estrutura nas salas de emergência.
Algumas consultas podem levar meses, os exames são marcados para muito depois. As filas para atendimento ajudam a compor este quadro desumano. Este conjunto de problemas é o triste cenário da saúde pública na décima cidade mais rica do mundo, segundo estudo do Conselho Regional de Medicina em São Paulo. A dor da parcela carente da população brasileira é tão antiga quanto as discussões sobre o Sistema Único de Saúde (SUS) e do financiamento da saúde pública. O governo federal não cumpre com seu dever nesta área. E nos últimos anos vem reduzindo a sua participação, deixando a conta para ser paga pelos estados e municípios.
O que o governo paga ao SUS jamais cobriu os custos reais com o atendimento. Em São Paulo e em todo o país o número de leitos vem diminuindo e cada vez menos médicos se arriscam a enfrentar a falta de infraestrutura dos hospitais e salários precários.
O atendimento à saúde é uma equação que não fecha. Nos governos Lula e Dilma a tabela do SUS foi reajustada abaixo da inflação. Há ainda de se levar em conta as fraudes e a corrupção, além da falta de gestão competente, denunciadas pelo do Conselho Federal de Medicina. No curto prazo não há remédio que cure o desgoverno nesta área. O descaso com a saúde dos brasileiros é vergonhoso, apesar dos discursos de palanque sobre a assistência aos pobres. Enquanto isso, as filas só aumentam. E a população continua pagando a conta para não ter atendimento de qualidade.

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