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quinta-feira

A estética de Lampião, rei do cangaço

O temível bando do sertão

Resolvi, neste dia calorento, falar sobre a influência da estética de Lampião, o temível Rei do Cangaço. Entre 1916 e 1938, a simples menção de seu nome já fazia tremer o cabra mais macho do Nordeste. Virgulino Ferreira da Silva, aterrorizou o sertão com seu bando que, segundo os historiadores, se compunha de, aproximadamente, duzentos homens.
Nos sete Estados brasileiros, onde as leis não eram levadas a sério, e com uma polícia, chamada de Volante, cometedora de excessos, as populações se sentiam inseguras. Sua gangue, como se fora uma horda de um Hobbin Hood caboclo, justificava os assassinatos, as degolas, estupros e assaltos sob a justificativa de supostas bandeiras sociais, e, desse modo, conseguia angariar a simpatia das populações pobres.
Mas, desejo relatar aos meus leitores que, quando não estava praticando crimes, isto é, nas “horas vagas”, esse histórico cangaceiro se dava ao luxo de se utilizar de agulhas e linhas para costurar e bordar, lindamente, roupas, revestimentos para seu canil, cinturões decorados, bornais (espécies de bolsas) e, ainda, lenços que usava ao estilo Elton John, hoje em dia, o grande astro britânico.
Também, seu sanguinolento bando gostava de exibir uniformes vistosos, repletos de flores, estrelas e outros símbolos místicos. Embora, esse aparato causasse estranheza, esse estilo estético tinha consoante afirmam seus biógrafos, a finalidade de despertar admiração entre a população. Servia, também, como uma patente hierárquica do bando.
Lampião acreditava, ainda, que alguns desses símbolos conseguiam blindar seus homens contra os maus espíritos. O lenço e os adornos de Maria Bonita, por exemplo, eram feitos de seda inglesa, e os enfeites fabricados com ouro, joias, obviamente, roubadas, que continham, inclusive, pedras preciosas.
 Como curiosidade, desejo lembrar que o Rei do Cangaço morreu aos quarenta anos, em 1938, junto com sua fiel companheira. Os dois e mais nove homens do bando foram decapitados e suas cabeças expostas como troféus pela polícia nas escadarias da Igreja de Piranhas, em Alagoas. Neste local foram fotografados ao lado dos objetos preciosos do grupo, além de espingardas, cartucheiras etc.
O interessante é que, além dessas armas, havia duas máquinas de costura, marca Singer, na época, sonho de muitas famílias que não as possuíam. Lampião, para onde ia, levava consigo essas duas “ferramentas”, de vez que, ao contrário de ser cangaceiro, se houvesse sido costureiro, principalmente de objetos de couro, certamente teria uma carreira brilhante.

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