Nas
últimas décadas, a expectativa de vida para pessoas com Deficiência Intelectual
(DI) rompeu paradigmas e superou os 19 anos estimados na década de 1930.
Atualmente, pessoas com DI de grau leve podem alcançar a mesma expectativa de
vida da população geral, exceto nos casos com diagnóstico de Síndrome de Down
em que, além do envelhecimento precoce, a pessoa pode apresentar maior
vulnerabilidade para desenvolver o Alzheimer, doença que requer, assim como em
outras síndromes, um planejamento de vida singular com ações e medidas
específicas de assistência em saúde, junto a uma equipe multidisciplinar.
Um
fato que norteia o envelhecer de alguém com DI diz respeito às diferenças e
especificidades presentes em um mesmo grupo de pessoas consideradas, muitas
vezes, apenas como pessoas com Deficiência Intelectual em processo de
envelhecimento.
No
entanto, nesse mesmo grupo, podem ocorrer padrões distintos de envelhecimento,
com expectativas de vida diferentes e necessidades específicas de atenção em
saúde e cuidados. Em países desenvolvidos, por exemplo, a expectativa de vida
em pessoas com diagnóstico de Síndrome de Down é de 82 anos.
As
alterações presentes no envelhecimento da pessoa com Deficiência Intelectual
podem ser identificadas pelo declínio funcional, evidenciado pelo
comprometimento das habilidades em atividades diárias, se comparado à infância
e idade adulta.
Alguns fatores característicos deste envelhecimento são:
obesidade, diminuição da aptidão física, alterações psiquiátricas e
comportamentais, osteoporose, distúrbios da tireoide, doenças do coração não
isquêmicas, alterações sensoriais (perdas auditivas e visuais), epilepsia,
doenças da pele, alterações dentais, doenças gastrointestinais e necessidades
do uso de polifarmácia ao longo de toda vida.
Pesquisas
na área de promoção de saúde no envelhecimento dessas pessoas revelam que cerca
de 40% dos idosos com idades acima de 75 anos não são ativos (Heller et al.,
2011;Heller et al., 2014). Além disso, a maioria deles apresenta uma doença de
base ou uma comorbidade associada à própria Deficiência Intelectual.
Assim, a intervenção precoce objetivando a
investigação das condições atuais de saúde e a verificação do perfil funcional
no envelhecimento da pessoa com DI é fundamental para o aumento da longevidade
e melhora da qualidade de vida.
Comente este artigo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário