Quebre esse paradigma de uma vez por todas executando aquilo que
lhe apraz com pura exultação, bom-humor, gozo e jovialidade.
Pablo
Neruda sagazmente disse: “Você é livre para fazer suas escolhas, mas é
prisioneiro das consequências.” Seguramente, o poeta chileno quis dizer que
cada ser humano possui uma responsabilidade tremenda no universo, de sorte que
uma simples opção é capaz de mudar todo o curso da história para sempre.
Pegando
um gancho nessa poderosa explanação, tenho notado que muitas pessoas deixam
para viver apenas no expirar de suas vidas, isto é, elas não buscam um grande
amor (desses que fazem a gente suspirar), não param para apreciar o som da
natureza e das árvores se comunicando, não se regalam quando encontram algo
jocoso e raro, não permitem que seus corpos sejam entregues aos cenários
ousados e as atmosferas tipicamente desafiadoras e tampouco valorizam com toda
alma, coração, força e entendimento as criaturas que desesperadamente as amam.
Por
isso, são vazias, ocas, frias e absolutamente desprovidas de inteligência, dado
que perderam a maior de todas qualidades humanas, a saber: a magnificente
alegria de servir.
No
mercado de trabalho, as coisas funcionam da mesma forma: um profissional de
ponta não conseguirá produzir o máximo de suas potencialidades se não realizar
atividades que lhe trazem felicidade e conforto pessoal. Então, o primeiro
passo é alinhar a profissão ao propósito existencial para posteriormente
encontrar uma atividade que possa fundir inteligentemente tais variáveis.
Aprendi
com um velho amigo de infância a longos anos atrás que trabalhar é simplesmente
colocar em prática o que acreditamos fielmente, ou seja, é mostrar para os
outros indivíduos que somos comprometidos com os nossos princípios e valores,
instituindo ideias que complementem não só a missão empresarial, mas
principalmente as nossas estimadas e elevadas insígnias interiores.
Portanto,
essa clássica indagação de que um colaborador precisa executar tão somente o
que gosta não é uma mera questão opcional, pelo contrário, é uma condição
fundamental para tal sujeito alcançar a suprema excelência em suas estrondosas
ações, porquanto nenhum individuo conseguirá ser ascendente no que quer que
seja sem antes crer rigorosamente nas exteriorizações que rondam sua galáxia
moral e filosófica.
Autoconhecimento: o ás dos ases
Se
uma pessoa se conhece, ela sabe exatamente onde quer chegar (foco), tem total
domínio de sua personalidade (autocontrole), conhece as fraquezas e fortalezas
de seu núcleo (mapa próprio) e discerne suas necessidades e desejos (hobby).
Quando
um sujeito se sobressai nesse campo (“autognose”) e se depara com uma tarefa
complexa onde possui vasta resistência para encará-la, ele prospera
infinitamente: alcançando um quilate elevado por ostentar faculdades
milimetricamente diferenciadas. Michael Jackson, Charles Chaplin, Franz
Beckenbauer, Victor Hugo, Massami Kurumada, Kiichiro Toyoda, Pablo Picasso,
Pitágoras, todos esses geniais seres foram excepcionais em seus ofícios, pois
uniram o dom natural ao veemente preparo. Assim, se tornaram deuses de suas
eras por estamparem uma pujança intelectual muito acima dos demais.
Existe
ainda um outro ingrediente imprescindível para que essas positividades sejam
atingidas: o entusiasmo, visto que de nada adianta reunir numerosas
competências e habilidades se o leão que mora dentro de você ficar adormecido
nas profundezas enlameadas de um entendimento superficial e raso.
Para
explicar com mais clareza essa reflexão, irei ilustrá-la com um episódio do
anime “Os Cavaleiros do Zodíaco”, no qual um dos personagens áureos da trama se
depara coincidentemente com a referida esfera. Shiryu - cavaleiro de bronze de
dragão -, conheceu essa fatídica veracidade em pleno solo de batalha: após
perder sua visão em uma sangrenta luta contra o cavaleiro de prata Algol de
Perseu, o sereno guerreiro de cabelos longos e face serena simplesmente
aniquilou da mente a vontade de guerrear, sofrendo por duradouros meses em que
desejara a morte mais do que tudo em sua essência (em razão de sua refratária e
tempestuosa cegueira).
E
no meio dessa angústia incontrolavelmente infernal, o pupilo mais querido do
Mestre Ancião (seu mentor) reencontrou um parceiro de pelejas que não via a
muitas primaveras e verões: seu nome era Okko e ele pertencia a intrépida
constelação de Tigre.
Conhecendo
o dragão e sua original garra como poucos, o ex companheiro de treinamentos de
Shiryu se surpreendeu rapidamente ao vislumbrar a sorumbática tristeza nos
punhos do bravo soldado e prontamente procurou alertá-lo: dizendo que a chama
de suas pupilas havia se apagado e que o belo farol que outrora se fazia
inextinguível agora não passara de um fosco e desbotado candelabro. Naquele
dia, o lendário herói percebeu que sua energia estava muito além da intensidade
física e do sólido vigor técnico de seus golpes. Ele compreendeu que não havia
nada mais importante do que a determinação de persistir perante os aspectos
negativos e hipoteticamente inversos que apareciam a sua volta.
E
depois de absorver essas notáveis racionalizações, ele rompeu colossalmente os
arquétipos que o oprimiam e venceu seu adversário com folgas, transformando uma
pilha de malignidades em formosos templos de luz. Dessarte, o problema ocular
que o afligia noutro momento foi drasticamente trocado por uma ideia mais
valorosa e rochosa, a saber: a divina arte de abraçar a perseverança com furor
e acérrimo independentemente dos opostos fluxos instituídos.
Trazendo
essa deliciosa lição para a nossa jubilosa realidade, devemos mesclar afoiteza
e autoanálise para que as nossas armaduras interiores se tornem
intransponíveis, insuperáveis e irretocáveis, como foram titanicamente as do
beligerante e tenaz combatente de pulsos raivosos e encapelados.
Trabalho e satisfação: duas bolas que nem
sempre se conectam
É
utópico pensar que uma empresa vai pagar para os seus colaboradores terem seus
sonhos profissionais concretizados ante as tarefas cotidianas, pois essas
organizações foram geradas para darem lucro para os seus instituidores e
alcançar longevidade (nada mais).
Ora,
nenhum líder vai montar um projeto que agrade individualmente seus
funcionários. Isso seria cômico demais. Pense em Jobs reunindo sua equipe e
dizendo: “A partir de amanhã, iniciaremos um novo protótipo: o
colaborador no topo, onde trabalharemos exaustivamente para
deleitar cada integrante do nosso ninho corporativo com coisas que todos amam e
perseguem. Logo, como âncora dessa organização, eu vos peço humildemente e
imediatamente: esqueçam a inovação, a concorrência, os alvos futuros, o
marketing, o planejamento estratégico, enfim tudo o que edificamos até agora,
porque o que vale a partir de hoje é tão somente o contentamento do grupo e de
seu inoxidável e duradouro bem-estar.”
E
a Apple (que mudaria sua nomenclatura para Staff Smile) seria o grande jardim
de infância dos fracassados, com direito a carrossel, roda gigante e algodão
doce, no qual homens adultos trocariam suas vidas maduras por um ingresso de
vinte e quatro horas na pele de uma criança ingênua e desaforada.
Com
certeza, essa masoquista loucura somente se realizaria em um fantasioso desenho
da Disney, desses bem espantosos e irreais, onde monstros se casam com
princesas, bonecos de madeira viram gente e soldadinhos de chumbo atacam e
tomam soberanamente a cidade cardinal.
Lendo
esses quatro parágrafos sob alicerce de uma ótica autossabotante e banal, você
só poderá concluir o seguinte: estou inevitavelmente fadado a ter um destino
fétido e infeliz, onde trabalharei em uma função que odiarei eternamente e
serei sufocado por ela até morrer de tédio, afogo e monotonia até não aguentar
mais, certo senhor Pablo? Errado, besouro alienado, não foi isso que eu quis
dizer.
Seus
pés podem transitar em duas trilhas: uma é a do empreendedorismo, que é um
percurso de idealizações excêntricas e pessoais que consiste em ser dono de um
negócio especialmente seu, de forma que tudo sairá de sua consciência particular
- liberdade plena do espírito -, a outra é a edificação de uma carreira
subordinada que nada mais é do que uma senda em que seus braços e pernas
estarão constantemente amarrados, mas que poderão ser completamente soltos a
longo prazo (com muita paciência e denodo), permitindo sua aura gozar de uma
independência colossalmente nobre e titanicamente assertória. Em ambas as
situações, é possível ter êxito, todavia a segunda exige que você se destaque
dos demais por intermédio de atributos formidáveis e caracteristicamente
regeneradores. Em outras palavras, ou você cria um planeta exclusivo (sendo
empresário) ou faz as pessoas se encantarem por suas singulares virtudes (sendo
um funcionário insuperável).
O
mago supremo de Atenas acertadamente externou: “Nós somos aquilo que fazemos
repetidamente. Excelência, então, não é um modo de agir, mas um hábito.” Como
Aristóteles primorosamente defendeu, quem anseia prosperar e ter júbilo na
profissão deve iniciar uma perpétua busca pela impecabilidade, de sorte que
todas as instâncias de tal cosmo percorram os imaculados ventos da
superioridade, magistralidade e totalidade até que essa pedra bruta se torne um
lindo diamante, reluzindo no céu estrelado do dourado firmamento para
cintilantemente resplandecer.
Oh
raios, um homem bem sucedido não é o que mais popularidade e riqueza acumulou,
até porque essas primazias podem ser apanhadas por qualquer ente que tenha um
pouquinho de conhecimento técnico aliado a leves pitadas de esforço e
perseverança. Contudo, atingir uma realização sempar, fazendo tal entidade se
orgulhar ao contemplar seu reflexo pessoal no espelho é tarefa para raríssimas
criaturas (e é exatamente aí que entra a excelência tão defendida por
Aristóteles na antiga Grécia).
Por
conseguinte, se for para ser um padeiro, se apaixone pelas receitas, namore as
massas e faça tudo com muito amor e gratidão, se for para ser um vendedor,
trate os clientes com empatia e simpatia, procurando ouvi-los, respeitá-los e
estima-los, se for um estudante, persiga as melhores notas, ouça os mestres que
merecem seu tímpano e atenção, se aproxime corajosamente da prática e jamais
deixe de se atualizar, se for um presidente corporativo, olhe para o chão de
fábrica do mesmo modo que olha para o gabinete dos principados, se for um médico,
não herde a pífia substância de um caça-níquel: colocando a saúde dos pacientes
em segundo plano para usar astutas estratégias de enriquecimento, em suma, não
se contente em ser mais um na multidão - busque ter uma mentalidade grandiosa
em tudo que se propor a fazer para que suas representações tenham uma
consistência construtiva seguida de preclaras e salutares materializações.
Sem
dúvidas, as categorias que enobrecem a casta humana são as da humildade, do
zelo, da honra, da competência, da retidão, da candura e da austeridade. Com
isso, em todos os seguimentos presentes a verdade é uma só: sucesso e
reconhecimento são restritos a temperamentos sinceros, leais e íntegros, de
modo que todos que se encontram fora desse aparatoso arraial estão automaticamente
impossibilitados de desfrutarem de tão eminentes preciosidades.
Destarte,
entre nesse mar desconhecido e aprenda a transmudar a vida alheia, formando
atividades que sirvam de prazer e simultaneamente tragam valores para o
próximo. Creia nisto e serás mais feliz que a rosa adamascada, a noite
ensolarada e a fragrância delicada, como um excelso ser de inigualáveis e
inenarráveis formosuras.
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