Buscando
a perfeição
De onde advém está
assertiva frase ou dito popular? Alguns a atribuem a um trecho da Bíblia,
outros ao próprio Jesus Cristo; enfim, muitas frases podem tê-la originado: em
Provérbio 13, 20, está: “Quem anda com sábios será sábio; mas o companheiro dos
tolos sofre aflição.” E Salmos 1, 1-6 assim fala em seu primeiro versículo:
“Bem-aventurado o homem que não seguindo o conselho dos ímpios, nem se detém no
caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores.”
Eu sempre
procurei andar com os sábios para não sofrer a aflição de ser tolo, mas em
muitas circunstâncias ainda o sou, principalmente na contínua tentativa de
acreditar nas pessoas e procurar ver nelas o lado bom. O negativo, às vezes,
procuramos não enxergá-lo, mas ao percebê-lo, o aconselhável é que o evitemos
e, quando necessário, até o repudiemos.
Não
seguir o conselho daqueles que não respeitam os valores morais, torna-se
complicado em certas situações, pois há os malandros que zombam de nossa boa-fé
e nos colocam em situações muito desagradáveis. Aqui, posso justificar o porquê
de muitas vezes mudar abruptamente de direção, opinião e sugestões.
Ainda
filosofando: uma professora, a quem respeito profundamente pelo conhecimento e
com quem tenho minhas divergências naturais e aceitáveis no campo profissional,
ligou-me dias atrás e disse que gostaria de saber quem eu era.
Pois bem,
professora! Sócrates, na essência de sua frase: “Conhece-te a ti mesmo”,
induz-nos a uma autotranscedência para sabermos modificar ou aprimorar a
relação conosco, com os outros e com o mundo.
Não sei
se me conheço tanto ao ponto de me definir. O que posso dizer é que me
assemelho a muita gente: vou de zero a 100 facilmente (tomo até remédio). Mudo
de opinião. Volto atrás. Tento reconhecer meus erros e devaneios (tarefa
difícil). Reconheço a capacidade e a importância de meus oponentes (nem
sempre). E procuro, dentro de minha fé espírita, procurar uma contínua reforma
íntima – aqui é que vejo o quanto tenho que melhorar, pois perfeição de mim
passa longe.
Portanto,
professora, o seu questionamento me levou a fazer a releitura do poema de
Carlos Drummond de Andrade: “O homem; As viagens” … forcei-me a fazer a
dificílima, dangerosíssima viagem de mim a mim mesmo, colocando o pé no chão,
no meu coração; e experimentei (por algum tempo) colonizar, civilizar,
humanizar a mim mesmo… Certíssimo está o poeta: O homem, realmente é um bicho
da Terra muito pequeno, que constantemente se chateia com ela, mais até, que
com a miséria e a pouca diversão.
Para tudo
há um motivo. Para tudo existe um porquê. Muitas vezes, podem nos interpretar e
julgar erroneamente, ou, quem sabe, sabiamente, pois a nossa vida é uma
contínua transformação, cujos atropelos, decepções, desencontros e incônditas
revoltas, fazem com que o excesso de nossa vontade, vaidade e descontrole
machuquem algumas pessoas que não merecem ou despertem outras de suas
tentativas burlescas de mascarar uma realidade, evidenciadas em seus próprios
atos.
Mas a
grande verdade é que devemos lutar contra o que não julgamos correto. Devemos
retroceder-nos diante de muitas coisas, mas jamais nos dissociarmos das nossas
razões. Aproximando-se dos meus cinquenta anos, percebo o quanto já fui tolo, o
quanto sou tolo mas, acima de tudo, o quanto é necessário ser honesto em minhas
ações.
A vida
nos leva a maquiarmos certas situações. A sermos tolerantes pela “educação” com
algumas pessoas. A engolir sapos, jias, pererecas e toda a turma dos anfíbios.
A bater. A confiar em quem não merece. A servirmos de cabo de chicote, quando
usam nossas “secretas” interpretações e avaliações (compreensível e
“aceitável”, não é meu mensageiro?). Enfim, tem hora que é chato demais
conviver.
Em alguns
artigos tenho recebido e-mails indagando-me por que razão não digo logo o nome
de quem delineio. Respondo: porque o lado bom é vê-los vestindo a carapuça e
esperando o que ainda está por vir. Alguns familiares me aconselham: melhor
você ligar, xingar, esbravejar, brigar… Eu rechaço: para quê? Sei que de nada
adiantará e talvez seja isto o que tanto querem. Nada melhor do que
evidenciá-los com os contornos de suas errôneas atitudes e imbecilidades.
Não sou
vingativo, porém não tolero falsidade. Para mim, a pior mazela do ser humano é
ser falso. É tentar ludibriar as pessoas, valendo-se da sua boa-fé; ajuda;
colaboração; compaixão; respeito; amizade; tolerância. Expor e desmantelar no
seu merecido tempo, as ardilosas articulações, torna-se algo aprazível de quem
se sente injustiçado. Não podemos chamar isto de vingança, sendo tal atitude um
revide a mentira e a falsidade.
Quando às
vezes nos distanciamos, evitamos ou repudiamos, podemos voltar a frase inicial
deste ínfimo artigo, se é que posso assim chamá-lo. Não quero andar e nem estar
ao lado de quem serpenteia nas articulações, posando de vítima após os seus
despautérios.
Por hoje
é a segunda parte do prometido. Depois? Ainda não sei! A quem? Ah, estes sabem!
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