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domingo

Imunização masculina é imprescindível


Apesar de causar mais problemas em mulheres, 50% dos homens portam papilomavírus
Em setembro, o Ministério da Saúde iniciou a campanha da 2ª dose da vacina contra o HPV (papilomavírus humano). A vacina contempla meninas de nove a onze anos.  A segunda dose da vacina é imprescindível para que a imunização seja efetivada. Mas não apenas as mulheres precisam se prevenir conta o HPV. Os homens também contraem o vírus e estão propensos a patologias graves.
Conforme ressalta a médica Marilene Lucinda, especialista em vacinas do Laboratório Padrão, além de ser o principal transmissor do vírus para as mulheres, o homem, quando não imunizado contra o HPV, pode desenvolver doenças como câncer de pênis, na região anal e de orofaringe.
 “A imunização masculina é uma importante aliada para que o papilomavírus seja controlado. A vacina contra o HPV deve ser adotada como uma medida de prevenção para ambos os sexos”, explica.
A recomendação é que a vacinação, tanto na mulher  quanto no homem, ocorra antes do início da atividade sexual. A doutora ressalta que “a atividade sexual tem sido iniciada cada vez mais cedo, por isso é aconselhável que a imunização ocorra entre os nove a onze anos”. A rede pública só disponibiliza vacinas para mulheres de certa faixa etária.
Doença
Existe mais de 100 tipos de HPV, a doença é transmitida em relações sexuais. A maioria das infecções por HPV é assintomática ou inaparente e de caráter transitório, ou seja, uma pessoa que adquiriu o vírus pode não apresentar nenhuma lesão ou sintoma ou, ainda, apresentar uma lesão que regride espontaneamente, mesmo sem tratamento.
Por motivos desconhecidos, o homem sofre menos com o papiloma do que a mulher. Porém a taxa de mortalidade também é alta. De acordo com pesquisa divulgada na revista médica The Lancet, pelo Centro de Câncer e Instituto de Pesquisa da Flórida, 50% dos homens sexualmente ativos são portadores do HPV. A pesquisa abrangia 1.159 homens entre 18 e 70 anos dos EUA, Brasil e México.
Outros estudos apontam que 80% das mulheres sexualmente ativas irão contrair algum tipo de HPV. O câncer de colo de útero mata 270 mil mulheres por ano e no Brasil, estima-se que esse ano morrerão cerca de 4,8 mil.
Vacina
A vacina dá imunidade a quatros tipos de HPV, o 6, 11, 16 e 18. Pode parecer pouco, já que existem mais de 100 variações. Porém os vírus 16 e 18 são responsáveis por 70% dos casos de câncer de colo de útero. Os tipos 6 e 11 são responsáveis por 90% das verrugas anogenitais e problemas bucais.
A vacinação na rede pública é aplicada em três doses. A segunda dose, já é imunizadora e deve ser aplicada seis meses após a primeira. A terceira e última, que serve como um reforço, deve ser aplicada cinco anos após a primeira dose.
A rede pública não imuniza homens, o que é visto pelos especialistas como um grande erro, pois o homem pode portar o vírus e transferi-lo posteriormente para mulheres. Além disso, o homem também está suscetível aos problemas de verrugas genitais.

Sintomas e Tratamento

Atualmente não existe um exame de sangue para detectar os tipos de HPV. O clínico geral, Marcos Paulo, explica que nos homens os sintomas são raros, por isso existe dificuldade em diagnosticar a doença. O aparecimento de verrugas genitais é a característica clínica mais sugestiva para o HPV masculino. No entanto a ausência destes sintomas não é suficiente para afirmar se o homem está ou não com HPV.
Existem diversos exames como a peniscopia, vulvoscopia, vaginoscopia, colposcopia que permitem localizar lesões suspeitas. “Quando o exame preventivo mostra alterações mais intensas, pode ser necessária a realização de biópsia para definir o tratamento”, explica o médico Marcos Paulo.
Mulheres devem fazer ao menos uma vez ao ano o exame de papanicolau para prevenir o câncer do colo de útero.
O tratamento para homens e mulheres é o mesmo. Dependendo do caso utilizam-se pomadas, em outros a cauterização e até mesmo cirurgias.
Transmissão
O vírus HPV é transmitido através do contato direto com pele ou com mucosas infectadas, por meio da relação sexual. A transmissão também pode ocorrer de mãe para filho na hora do parto. A Organização Mundial de Saúde estima que cerca de 290 milhões de mulheres no mundo estejam infectadas pelo vírus.
A ação do HPV no corpo causa alterações celulares que podem gerar o câncer no colo do útero, que demora alguns anos para se desenvolver. De acordo com o Atlas de Mortalidade por Câncer no Brasil, publicação do Ministério da Saúde e do Instituto Nacional do Câncer (Inca), O número de mortes por câncer do colo do útero no país aumentou 28,6% em 10 anos, passando de 4.091 óbitos, em 2002, para 5.264, em 2012.

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