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segunda-feira

Está chovendo sopa e estamos de garfo na mão

Empresários brasileiros receberam a vice-ministra e secretária de Estado de Economia da Suíça, Marie-Gabrielle Ineichen-Fleisch, na sede da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). O tema do encontro foi inovação e acordos de livre comércio. Presente no debate, o especialista em Relações Econômicas e Políticas Internacionais do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) Renato Baumann afirmou que apesar de recentes sinais de um esforço em se aproximar de mercados estrangeiros, o Brasil ainda amarga um "baixíssimo grau de integração produtiva com países vizinhos".
"Temos pouquíssimos acordos comerciais, de preferências comerciais, e certamente não iremos participar dos mega-acordos que estão sendo negociados hoje. Costumo usar a imagem de que está chovendo sopa e estamos de garfo na mão. Não estamos nos beneficiando em nada de um mundo que está mudando de forma muito rápida", alertou Baumman, ao esclarecer a situação brasileira referente a inovação e competitividade.
Segundo ele, a relação entre inovação e competitividade é clara. Mas quando se trata de acordos de livre comércio e inovação, essa ligação pode ser "menos imediata". Em um ambiente de livre comércio não se observa necessariamente a transferência tecnológica. São decisões políticas maiores. Um livre comércio pode desestimular a inovação se as condições internas do país não estão dadas para estimular e viabilizar esse esforço.
Na avaliação de Baumann, o país precisa de uma condição básica para que os esforços de inovação alcancem resultados. Segundo ele, é preciso um Sistema Nacional de Inovação, "que é basicamente o indicador de um país desenvolvido ou subdesenvolvido. Se você tem o sistema, você é rico, se não tem, não, é tão simples quanto isso".
O Sistema Nacional de Inovação consiste, segundo o especialista do Ipea, em instituições, legislação, estruturas de incentivo e financiamento. Marie Gabrielle destacou a importância da educação no processo de desenvolvimento de um país. No entanto, Baumann alertou que somente o INVESTIMENTO na formação da população não é suficiente para tornar um país inovador e competitivo.
Na Fiesp para estudar meios de chegar a um acordo de livre comércio entre Brasil e Suíça, Marie Gabrielle afirmou que o país é o mais importante na América Latina para os suíços. Ela listou algumas condições que acredita serem fundamentais para desenvolver a competitividade: educação, flexibilidade do mercado de trabalho, estabilidade e previsibilidade macroeconômica e um ambiente que encoraje o INVESTIMENTO.
Agência Indusnet Fiesp.


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