Para que o lema se transforme
em realidade
O belo slogan “Brasil, Pátria
Educadora” foi anunciado com a promessa de que a educação seria a “prioridade
das prioridades” nesse mandato presidencial, infelizmente, parece que ficou
somente no discurso.
Sem metas, faltam estruturas capazes
de superar os desafios existentes como: a universalização do ensino; a
alfabetização na idade certa e a reformulação do ensino médio. No discurso de
posse, a presidente (a) identificou problemas e apontou soluções para garantir
o acesso a um ensino de qualidade em todos os níveis, da creche à pós-graduação
para todos os segmentos da população – dos marginalizados, dos negros, das
mulheres e de todos os brasileiros.
Comprometeu-se a disponibilizar
recursos mais expressivos à educação, tendo inclusive apontados as possíveis
fontes. Porém, com o governo comprometido em outras questões, a
prioridade deixou de ser as propostas contidas no “Brasil, Pátria Educadora”,
apesar de muitas delas serem de responsabilidade dos estados e municípios, que
gerem as redes de educação básica, se o Governo Federal não repassar mais
verbas para a educação aos Estados e Municípios, estes terão poucas condições
de contribuírem para o alcance dos objetivos.
Citando uma parte de um pronunciamento
bastante comentado: “…nós não vamos estabelecer a meta…”, não sei em qual
ocasião foi dita, mas, é sabido que para chegar a um objetivo é necessário que
metas sejam estabelecidas e conquistadas uma de cada vez.
Além dos escândalos de cada dia
(desde sempre neste país), dos problemas estruturais de saneamentos, da falta
de atenção básica na saúde, da crescente população de aedes aegypti e outras
pragas, a população brasileira sofre com o aumento da insegurança e elevado
número de violência como nunca visto.
A origem de tamanha insegurança e
violência encontra-se na falta de uma boa educação. A boa educação deve começar
em casa, conforme um velho ditado: “É de menino que se torce o pepino.” Nossa
gente não precisa de paternalismo, ela precisa aprender a pescar e não de
ganhar o peixe; precisa produzir no mínimo o suficiente para seu sustento e o
de sua família.
Uma população sem oportunidade de aprendizado
e emprego corre riscos de procurar outros caminhos, por isso, cresce a
criminalidade.
Provocados pela insegurança, falta
de oportunidades e fugindo da violência, muitos habitantes das zonas urbanas,
superpovoadas, realizam um fenômeno contrário ao ocorrido no século passado,
agora o êxodo é urbano, o que é bom, pois, assim teremos mais mão de obra
produtiva na zona rural.
Faltam responsabilidades
governamentais e mais comprometimento com a educação, está muito longe de
sermos merecedores do título de pátria educadora.
A educação pública está em situação
crítica, dá a impressão de ser interessante para os maiores políticos, que as
aulas não sejam ministradas e o conhecimento não chegue à população. Talvez
seja uma forma de manutenção do poder, pois, no futuro teremos uma mão de obra
farta e desqualificada, fácil de ser manipulada e que receberá feliz da vida,
de braços abertos o pão e o circo por eles pregados.
Pior é pensar que para muitos dos nossos
políticos e para a mídia marrom, que lucra com violência e morte é mais fácil
construir cadeias, aumentar a violência e até criar projetos sobre reduzir a
maioridade penal e etc., que simplesmente investir em educação e cultura.
É bom lembrar que, com a redução da
maioridade penal, já graduado no crime, se o jovem vai pra cadeia, a violência
e insegurança só aumentam, pois, poderá ser pós-graduado onde aprenderá mais
sobre a prática criminosa, e agora maior de idade, poderá sair mais qualificado
para o universo em que se encontra.
E assim se inicia o ciclo da
criminalidade, aumentando a violência e colocando cada vez mais gente nas
cadeias. É preciso procurar entender que educação é necessária para que o
Brasil alcance outro patamar de desenvolvimento e a partir da resposta,
compreendermos o custo/benefício e como cada ente federado pode contribuir.
“Brasil, pátria educadora”, temos
que transformar essa consciência em ação, para que o lema se transforme em
realidade, tudo isso depende muito da participação e pressão social. Pode não
ser fácil, mas, a Lei precisa ser aplicada com justiça, e quando ela for
ineficaz precisa passar por reformas.
Sem nenhuma intenção de entrar na
discussão sobre a maioridade penal, lembrando as palavras de Jesus: “Pai,
perdoai-os, eles não sabem o que fazem”, em nossas orações podemos acrescentar
a súplica: “Livrai-nos das maldades e das violências dos insanos inconsequentes
que não sabem ou sabem o que fazem”.
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