Uma defesa psiquiátrica dos
corruptos da Lava Jato
Em
nosso último artigo, de domingo, 7.fev.16 [disponível em dmdigital.com.br],
discorríamos sobre as leis esdrúxulas que o Estado brasileiro aplica aos
cidadãos, nossas “castas inferiores”. Aqui entra a malemolência do populacho,
que não se preocupa muito com estas leis escorchantes porque simplesmente as
ignoram, não sabem e não querem saber que existem, ou então porque, como todo
bom brasileiro, têm amigos, familiares, pessoas da roda de churrasco, da pelada
do fim de semana, do círculo religioso, que quebram-lhe o galho com as leis.
Assim ficou o país por longuíssimos
anos, por séculos. Agora, que a casta burocrática estatal intermediária (a
casta estatal superior são os governantes-políticos) está despertando, está se
“europeizando” mais (vide nosso último artigo), estão, orgulhosamente, exigindo
o cumprimento das leis.
Uma parte da população, aquela que não dá conta de
cumpri-las, se revolta, mas as castas estatais superiores e intermediárias,
mais uma vez, arrumam meios para calar a boca do populacho: por exemplo, criam
leis que exigem que uma firma de engenharia mecânica X contrate 10
profissionais por turno dos quais não tem necessidade, p. ex., engenheiros
civis, elétricos, eletrônicos, técnicos de edificação, etc.
Tais leis são
feitas pela casta político-governamental em conjunto com a casta
burocrática para “proteger o povo” e dar cabide de empregos para os remediados
que estão sem emprego no mercado, aqueles que estudaram mas estão sem ter o que
fazer e não têm força, ou interesse, para tornarem-se, eles mesmos,
empresários.
O Estado e suas castas burocrático/política está sempre querendo
arrumar mais e mais boquinhas para os remediados (“ficar bem na fita”, “jogar
para a galera”), mas chega num ponto que estas boquinhas matam a iniciativa
privada daqueles que tentam sobrenadar acima da passividade do povão e dos
remediados passivos.
As exigências legais de contratação
de engenheiros na firma X, vistas aí acima, calam a boca do populacho e
remediados, mas criam um problema para a população empreendedora: o que
eles ganham não dá para cumprir tantas exigências. Aí, para não morrerem,
entram na tal “corrupção”. Em sua maioria, quem corrompeu os poderes
constituídos (alta cúpula estatal: governantes, políticos , casta burocrática)
é porque não conseguiu cumprir as leis que jogaram em cima deles.
Ou corrompe ou fecha as portas, pois até hoje ninguém teve a profundidade ou a
coragem para desmantelar este pérfido esquema que todo este sistema montou.
Depois de um certo tempo em que a
casta burocrático-estatal já está no poder, já está instalada, já se organizou
(o período Lula-Dilma foi pródigo nisto), ela desenvolve uma psicopatologia
peculiar: por exemplo, para justificar para a população e para si mesmos os
altos salários, benesses, etc, começam a criar leis cada vez mais duras para
“ferrar”com os “exploradores empresários” e “proteger o povão”.
Alguns criam leis draconianas, impossíveis, asfixiantes, pois não têm
muita noção do mundo real, vivem em uma espécie de redoma de vidro, com a vida
tranquila e sem se preocupar em matar um leão por dia para botar o leite na
mesa, em meio a uma selva de leis e exigências. Como bons funcionários
estatais, são criados pensando que o Estado é Deus, ou que o Estado é uma mãe,
que tem de proteger os seus filhinhos-coitadinhos da sanha dos
empresários-capitalistas-predadores.
A população em geral não reage a
estas “leis européias aplicadas num ambiente africano” porque, de modo
geral, tais leis não vinham sendo cumpridas desde que Cabral aqui aportou.
Na medida em que a casta
burocrática, por orgulho, por capacidade (querem mostrar serviço para si
mesmos, afinal para que “estudamos tanto e temos tanta envergadura moral ?”),
por justificativa (“afinal para que ganhamos tão bem e temos uma vida tão
protegida das preocupações dos meros mortais ?”), aperta o parafuso das Leis, a
população – aqui incluidos os pequenos/médios empresários e também os grandes
não mancomunados com o Estado – começa a se dar conta de que não consegue mais
cumprir tanta exigência, encargos, impostos, obrigações, legalismos.
Aí só tem
uma solução: parar de arriscar-se, parar de produzir, tentar virar funcionário
público, ou então, como na Lava Jato, “corromper-se” e tentar sobreviver. Isto
explica o paradão comercial e industrial do Brasil de hoje.
É claro que muitos se dão conta,
alegremente, como vimos na Lava-Jato, de que não apenas conseguem sobreviver,
mas até viver, e muito bem sob a proteção da alta casta estatal
(político-governamental) comprada. O que era para ser uma sobrevivência vira
uma super-vivência, com uma vida de luxo em conluio com a corrupção estatal,
afinal ninguém é de ferro.
Assistimos agora a luta da alta
cúpula estatal (governantes/políticos) contra a casta burocrática estatal, pois
o Estado começa a ver que as “leis excessivas”, burocracia excessiva,
exigências, impostos, contratações obrigatórias e desnecessárias, estão matando
o País e impedindo a alimentação voraz do próprio Estado.
A alta cúpula do Estado
(governantes/políticos) está vendo que a casta burocrática, aplicando as Leis a
ferro e fogo, mesmo que “bem-intencionada como um funcionário caxias”,
está matando o país, além de estar impedindo que esta mesma alta cúpula continue
com seu jogo de corrupção com o altíssimo empresariado. Há, portanto, hoje, uma
guerra de Estado contra Estado: a casta burocrática tentanto botar o alto
empresariado/alta politicagem na cadeia e a alta politicagem tentando diminuir
os poderes da casta burocrática. Recentemente mesmo a alta politicagem emitiu
medida provisória para afrouxar as leis da casta burocrática, livrando o alto
empresariado da cadeia e da falência.
A alta cúpula estatal
político/governamental também vem fazendo várias gestões para tentar diminuir
as benesses e os poderes da casta burocrática, p. ex., contestação de
auxílio-moradia, das altas incorporações salariais, isonomias, indexações
verticais, previdência especial, etc.
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