Os pais são os maiores antiéticos, mentem fingindo
acreditar na mentira da escola
Qualquer discussão sobre ética e
profissionalismo deveria interessar a toda comunidade escolar (interna e
externa), e em especial aos indivíduos mais esclarecidos, os que têm condições
de confrontar os documentos tendenciosos vindos das instâncias maiores, porque
são poderosos.
Acreditar em citações infundadas é
coisa de criança. Quando éramos crianças, tinha de ser dito o nosso dever, digo
ao referente às boas maneiras. Havendo crescido num lar ético e educado, não é
preciso que se no-lo diga novamente.
O assunto em voga aqui é se nossa
obediência constitui uma expressão da ética advinda do conhecimento de causa ou
da mera subjugação ao poder. Pois, na educação é assim, é dito o conveniente,
se é importante no momento! Vale tudo a salvação de quem tem poder, ignora-se o
certo, e o desconhecimento do receptor favorece a subjugação.
E por falar em conveniência, não
podemos esquecer de que no atual sistema, os bons ficam ruins e os ruins nunca
ficam bons. Para prevalecer me fiz ruim, acomodei-me, sim, apenas queria evitar
indisposição com os que me cercavam. Eu nunca soube me importar com os
orgulhosos demais, chamando-me de incompetente.
Com o tempo, contaminar-se-ão
também. Assim brincamos na gangorra profissional do professorado público sem a
qualidade esperada. Às vezes, tenho me calado com um sufoco na garganta porque
a maioria maltrata o inconveniente, ou melhor, conquista com unhas e dentes,
violentamente, o favorável para si.
Cá no corpo docente, quando alguém
sai do meio dos amigos, é eleito para coordenador ou diretor, esse promove a si
mesmo uma mudança de relacionamento. Circunda-se de uma nova atmosfera de
recíprocas obrigações, pelo menos, em parte, deveria ser assim.
Mas, a maioria dos diretores
escolares eleitos torna-se corpo estranho na equipe. Alguns se tornam novas
pessoas, porém desconhecidas, entram num novo tipo de vida, isto é, uma vida
independente, sem preocupação com o bem-estar, com a segurança e com a
integridade dos outros, outrora colegas íntimos.
E mais para cá, no meio dos
subalternos, nossa relação com os líderes não deve ser assegurada num
ambiente de desonestidade, perseguição, desordem, ódio e hostilidade. Isso não
funciona nem mesmo no Purgatório! Obediência em base legal é simplesmente
a viabilização da ética…
Agora compreendo por que algumas
autoridades do meio educacional querem abolir a eleição direta para diretor
escolar, pelo menos, se não for ético é coerente. Você prefere ser subjugado
por um chefe, chefe imposto e indicado ou desconsiderado por um “amigo”, alguém
em quem votou porque confiava e depositava credibilidade? Não seria mais ético
se talvez tivéssemos diretores por formação e concursado ao cargo? Só
assim, eles teriam tempo suficiente para aprender a trabalhar com mais ética.
Apesar da fala do Albert Einstein:
“Especialista é alguém que lhe diz uma coisa simples, de maneira confusa, de
tal forma a fazer você pensar que a confusão é culpa sua.” A maior tragédia de
um professor comum eleito à direção acontecerá depois do mandato, terá que
voltar ao meio dos colegas “mortos e feridos”, no pós-guerra! Os sábios
pensarão mais nesta frase do comentário de capa do filme “Detenção”: “Dê a um
homem um pouco de poder e ele comete coisas inesperadas. Tire de um homem seu
orgulho e sua humanidade e ele acaba fazendo coisas piores!”
A ética do purgatório é esta: um
aluno com 11 anos de idade pode votar, escolhendo seu diretor escolar, mas não
pode resolver sua vida estudantil na escola sozinho. E o pai vota no candidato
à direção que o filho sugerir.
O aluno de menor não podendo receber
nem mesmo o seu próprio boletim, traz o pai desenformado, e ele nem sabe qual é
a série e a sala do filho, e também motivado por ele vota no candidato
simpático a família! Os pais são os maiores antiéticos que já conheci no mundo
da educação, mentem fingindo acreditar na mentira da escola.
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