A medidas adotadas não são
suficiente para evitar o acesso ilegal as armas
As novas medidas propostas recentemente pelo
presidente norte americano Barack Obama para o combate da violência armada
reacendeu um importante debate mundial sobre o tema.
É inegável que a checagem de antecedentes
criminais e de sanidade mental é fundamental para restringir legalmente que
criminosos e pessoas com transtornos tenham acesso a armamentos. Porém, não o
suficiente para evitar o acesso ilegal por meio do crescente comércio
clandestino nacional e internacional.
No entanto, o destaque nos noticiários ficou
por conta do choro do presidente Barack Obama. Aqui no Brasil também temos
muitos motivos para chorar. A começar pela equivocada política de segurança
pública que vitimiza todos os anos milhares de cidadãos em nossas terras.
Fato é que aqui, ao contrário dos Estados
Unidos, apesar de vigorar leis bastante restritivas, visando o controle e o
desarmamento da população, o que vemos é o contrário. Um total descontrole,
contrabando e o aumento dos índices de criminalidade.
Os resultados são lamentáveis. Milhões de
armas irregulares em circulação e cerca de 60 mil homicídios por ano. Sem
contar os milhões de cidadãos brasileiros que hoje não conseguem ter acesso a
meios efetivos e compatíveis de defesa, devido à discricionariedade na análise
de comprovação de efetiva necessidade, e encontram-se vulneráveis a ação dos
criminosos.
Nos EUA, as novas regras “não são um plano
para retirar as armas de todo mundo”, como destacou o presidente Obama.
Argumenta que são medidas razoáveis para fortalecer o sistema de controle de
compradores e vendedores de armas. No entanto, assim como o cenário brasileiro
sugere, essa ação terá pouca ou nenhuma influência na redução da violência.
Afinal, certamente quem está disposto a cometer um crime não se preocupará em
cumprir leis.
O atual debate em busca de soluções e
medidas efetivas é de extrema importância e deve continuar, porém é preciso
pensar tecnicamente e não politicamente, e levar sempre em consideração a
realidade de cada país, ao invés de promover ações baseadas em ideologias,
suposições ou comparações infundadas.
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