I made this widget at MyFlashFetish.com.

domingo

Saudoso Bom Senso


Hoje, nós velamos o falecimento de um querido e velho amigo, Bom Senso, que ficou com a gente durante muitos anos. Ninguém sabe, com certeza, qual era sua idade, porque os registros de nascimento se perderam no meio da burocracia.

Ele sempre será lembrado por ter transmitido lições como, de quando se tem de sair da chuva para não se molhar, porque um só pássaro não faz o verão, que a vida nem sempre é justa e talvez tenha sido por minha própria culpa.

Bom Senso vivia com suas finanças balanceadas e em ordem (não gaste mais do que ganha) e com estratégias familiares salutares (os adultos, e não as crianças, são os que mandam).

Sua saúde começou a deteriorar, rapidamente, quando regulamentos bem intencionados, mas exagerados, foram instituídos.

Relatos de um menino de seis anos acusado de assedio sexual por beijar uma colega de classe, adolescentes suspensos da escola por usarem só antisséptico bucal após o almoço, e uma professora demitida por chamar a atenção de um aluno indisciplinado, apenas pioraram as condições de Bom Senso.

Bom Senso perdeu terreno quando pais agrediram professores, acusando-os de estarem fazendo o trabalho que eles próprios não conseguiam, para controlar seus filhos rebeldes.

Piorou mais ainda quando as escolas foram obrigadas a pedir permissão aos pais para administrar paracetamol, usar loção bronzeadora ou esparadrapo num estudante, mas eram impedidas de informar aos pais quando uma estudante ficava grávida e queria fazer um aborto.

Bom Senso perdeu a vontade de viver quando os Dez Mandamentos viraram contrabando, as forças policiais viraram grandes negócios e os criminosos receberam melhor tratamento que suas vítimas.

Bom Senso sentiu-se derrotado ao saber que você não pode defender-se de um ladrão que entra em seu lar e ainda é processado pelo assaltante por agressão.

Bom Senso, enfim, não quis mais viver quando, acidentalmente, uma mulher derrubou uma xícara de café escaldante em seu próprio colo e ela pleiteou e obteve, prontamente, uma enorme indenização.

Bom Senso foi precedido pela morte de seus pais, Verdade e Confiança, sua mulher, Discrição, sua filha, Responsabilidade, e seu filho, Razão.

Sobrevivem a ele, três enteados: Conheço Meus Direitos, Outra Pessoa É O Responsável e Eu Sou Uma Vítima.

Poucos compareceram para dizer adeus a Bom Senso, porque não repararam que ele se fora.

Se você ainda se lembra dele, passe para frente essa nota. Caso contrário, junte-se à maioria e não faça nada.


Por Walter Whitton Harri





Caso não consiga naturalmente, tome 1(um) comprimido pela manhã, tarde e noite.

sábado

Carta de Abrahan Lincoln ao professor do seu filho


"Caro professor, ele terá de aprender que nem todos os homens são justos, nem todos são verdadeiros, mas por favor diga-lhe que, para cada vilão há um herói, para cada egoísta, há um líder dedicado.

Ensine-lhe por favor que para cada inimigo haverá também um amigo, ensine-lhe que mais vale uma moeda ganha que uma moeda encontrada.
Ensine-o a perder, mas também a saber gozar da vitória, afaste-o da inveja e dê-lhe a conhecer a alegria profunda do sorriso silencioso.

Faça-o maravilhar-se com os livros, mas deixe-o também perder-se com os pássaros no céu, as flores no campo, os montes e os vales.
Nas brincadeiras com os amigos, explique-lhe que a derrota honrosa vale mais que a vitória vergonhosa, ensine-o a acreditar em si, mesmo se sozinho contra todos.

Ensine-o a ser gentil com os gentis e duro com os duros, ensine-o a nunca entrar no comboio simplesmente porque os outros também entraram.
Ensine-o a ouvir todos, mas, na hora da verdade, a decidir sozinho, ensine-o a rir quando estiver triste e explique-lhe que por vezes os homens também choram.
Ensine-o a ignorar as multidões que reclamam sangue e a lutar só contra todos, se ele achar que tem razão.

Trate-o bem, mas não o mime, pois só o teste do fogo faz o verdadeiro aço, deixe-o ter a coragem de ser impaciente e a paciência de ser corajoso.
Transmita-lhe uma fé sublime no Criador e fé também em si, pois só assim poderá ter fé nos homens.

Eu sei que estou pedindo muito, mas veja o que pode fazer, caro professor."

Abraham Lincoln, 1830

A Educação Musical e sua relação com o Meio Ambiente



De acordo com a Lei 11.769/2008, aprovada no governo do Presidente Luís Inácio Lula da Silva, foi dado como obrigatório o ensino de música na educação básica, ou seja, no ensino fundamental de todo o território nacional.

Isto significa que será disponibilizado o acesso a esta área do conhecimento a toda a população brasileira, uma vez que a música, em todos os anos anteriores à esta lei ficava acessível somente àquelas pessoas que tinham condições econômicas de pagar uma escola especializada de música, demarcando um quadro nitidamente elitista da educação musical brasileira.

Pretende-se, desta maneira, levar democraticamente os bens culturais, ou seja, as músicas da cultura dos povos e etnias da Terra à população brasileira no ensino fundamental para que as crianças venham a conhecer e valorizar a biodiversidade cultural do planeta de maneira democrática para que, através de sua aprendizagem, possam estar cuidando e protegendo o meio ambiente construído, englobando, desta forma, a transformação do homem, da natureza e da sociedade através da cultura.

Atualmente, o conceito de cultura, o que engloba a música, é plural, como afirmam os Parâmetros Curriculares Nacionais do Ensino Fundamental. Neste sentido, deve-se valorizar e resgatar tudo aquilo que cada cultura, o que cada povo ou etnia tem de singular, expresso através de uma linguagem musical própria, peculiar, onde todas as etnias, sejam elas de origem italiana, africana, alemã, norte-americana, nordestina, indígena ou qualquer que seja a sua nacionalidade possam dialogar dentro de uma relação de igualdade, como está previsto na Constituição Federal Brasileira de 1988, onde todos são iguais perante a lei.

Com esta concepção de educação musical, chamada de multicultural, pretende-se que sejam evitados preconceitos, o racismo, a violência e a opressão, tão marcantes na História do Brasil e do mundo.
Com a concepção de educação musical multicultural, pretende-se fazer da música um instrumento da educação ambiental no sentido de misturar as culturas, consistindo em um cadinho de etnias e terminando, assim, com o risco pessoal e socioambiental da guetização, ou seja, o isolamento de uma cultura em relação às outras com sentimentos negativos em relação entre as mesmas.

Com essa ressignificação do conceito de cultura, como não sendo única, mas sim plural, ou seja, a transformação de sentimentos negativos entre as culturas da terra por sentimentos positivos como o de solidariedade, admiração e respeito, objetiva-se fazer com que os alunos valorizem a biodiversidade cultural do planeta, rompendo com preconceitos e visões distorcidas.

Pretende-se, desta maneira, uma transformação na relação do homem com a natureza e com a sociedade, modificando a nossa maneira de pensar e sentir, ou seja, mudando do risco pessoal e socioambiental da guetização para medidas de proteção socioambiental, abrindo-se, desta maneira, para aprender a sentir as músicas das diferentes manifestações étnicas do planeta, formando, assim, o cidadão planetário, cosmopolita e apto a ter sensibilidade para relacionar-se com o novo e com o plural, ou seja, capaz de enfrentar o mundo contemporâneo globalizado com a cultura da paz e os sentimentos positivos, evitando, desta maneira, qualquer tipo de apartheid na escola pública e reconfigurando, desta forma, o surgimento de uma nova sociedade.


Por Giancarlo Leonini Crivellaro.

Casa: um bom cenário para ensinar


As crianças devem se envolver com o orçamento familiar ou com os gastos com a casa? Sim e não. Até os 6 anos, o mais sensato é falar de sustentabilidade e do bom uso dos recursos, e não mencionar valores, mostrar extratos ou deixar que eles participem da conversa dos pais sobre o dinheiro do mês. A ideia não é gerar preocupação, mas uma visão consciente e responsável. E nessa abordagem, o dia a dia da casa é o cenário ideal para as ações educativas. “Os filhos podem aprender sobre economia de luz, gás, água, alimentos, cuidados com roupas e calçados. Percebem que cuidar bem das coisas evitará que elas precisem ser repostas, o que vai gerar um gasto desnecessário”, diz Marisa Gabbardo, psicoterapeuta de casal e família e consultora de um site sobre educação financeira.

O começo
Primeiro, é preciso contar para as crianças que o dinheiro não é apenas usado para comprar mercadorias, mas também para trocar por serviço. O que quer dizer que os pais, no final do mês, pagam pela água, pela luz e pelo gás que a família utilizou. E quanto mais se usa, mais cara será a conta desses serviços.

A proposta
Crianças adoram desafios e ficam orgulhosas quando recebem uma responsabilidade dos pais. Se você tem dois filhos, por exemplo, pode nomear um para evitar o desperdício de luz e outro para cuidar da água. Eles vão relembrar todos para usar só o necessário e se autodisciplinar para não fazer abusos. O mesmo vale para a comida. “Hábitos simples, como só colocar no prato o que vai comer, é educativo. Jogar comida fora é rasgar dinheiro, e isso deve ser falado abertamente”, sugere Marisa.

A recompensa
No final do mês, se realmente houve redução nas contas de luz e água, ou na compra de alimentos, as crianças devem ser as primeiras a serem avisadas e parabenizadas. Alguns pais, até, explicam quanto foi a economia em dinheiro e revertem esse valor para algo que as crianças querem, como comprar livros, fazer um passeio ou simplesmente guardar para uma meta familiar futura, como renovar a decoração do quarto das crianças.

As crianças devem se envolver com o orçamento familiar ou com os gastos com a casa? Sim e não. Até os 6 anos, o mais sensato é falar de sustentabilidade e do bom uso dos recursos, e não mencionar valores, mostrar extratos ou deixar que eles participem da conversa dos pais sobre o dinheiro do mês. A ideia não é gerar preocupação, mas uma visão consciente e responsável. E nessa abordagem, o dia a dia da casa é o cenário ideal para as ações educativas. “Os filhos podem aprender sobre economia de luz, gás, água, alimentos, cuidados com roupas e calçados. Percebem que cuidar bem das coisas evitará que elas precisem ser repostas, o que vai gerar um gasto desnecessário”, diz Marisa Gabbardo, psicoterapeuta de casal e família e consultora de um site sobre educação financeira.

O começo
Primeiro, é preciso contar para as crianças que o dinheiro não é apenas usado para comprar mercadorias, mas também para trocar por serviço. O que quer dizer que os pais, no final do mês, pagam pela água, pela luz e pelo gás que a família utilizou. E quanto mais se usa, mais cara será a conta desses serviços.

A proposta
Crianças adoram desafios e ficam orgulhosas quando recebem uma responsabilidade dos pais. Se você tem dois filhos, por exemplo, pode nomear um para evitar o desperdício de luz e outro para cuidar da água. Eles vão relembrar todos para usar só o necessário e se autodisciplinar para não fazer abusos. O mesmo vale para a comida. “Hábitos simples, como só colocar no prato o que vai comer, é educativo. Jogar comida fora é rasgar dinheiro, e isso deve ser falado abertamente”, sugere Marisa.

A recompensa
No final do mês, se realmente houve redução nas contas de luz e água, ou na compra de alimentos, as crianças devem ser as primeiras a serem avisadas e parabenizadas. Alguns pais, até, explicam quanto foi a economia em dinheiro e revertem esse valor para algo que as crianças querem, como comprar livros, fazer um passeio ou simplesmente guardar para uma meta familiar futura, como renovar a decoração do quarto das crianças.


Fonte: Revista Crescer

terça-feira

Amar ensinar


Na vida fazemos amigos, temos colegas, vislumbramos seres que passam ao nosso lado. Temos todos algo em comum, pelo menos aqueles que aprenderam alguma coisa na vida, as lembranças de pessoas que nos ensinaram com o exemplo. Recordamos pouco o que nos dizem, mas com certeza lembramos os exemplos de vida. Tenho um companheiro de luta no ensino, pelo menos assim o considero, já que ele vive o que predica. Comentou-me que tinha escrito umas linhas para o dia do professor em 2009. Pedi que me deixasse ler o texto, assim o fez e hoje lhe dedico minha coluna. Não somente pelo que fala do professor, mas principalmente porque também me fez lembrar minha avó. Ela não foi professora, mas foi um poço de sabedoria, apesar de não ter terminado o primário. Naquela época as mulheres não necessitavam estudar. Para que? Somente serviam para ter filhos e tomar conta da família. Duas avós, duas histórias, duas mulheres que ensinaram com seu exemplo. Nós, professores também tentamos fazer isto. Talvez voltem os tempos que sejamos valorizados e tenhamos alunos que sejam estudantes e não somente freqüentadores de salas de aula.

“Inquietação

Hoje, 15/10/09, acordei inquieto e com o desejo de expressar o que estava sentindo após 31 anos exercendo a profissão de professor.

Comecei por lembrar minha vida de estudante, revendo em minha memória filmes acontecidos ainda no que era chamado de “Préprimário”, momento em que a professora era muito importante e admirada. Lembro ainda hoje seu nome, Vani.

Depois lembrei que estudava em uma escola pública, recém inaugurada pelo então governador Carlos Lacerda, época em que o ensino público era de qualidade e o professor valorizado. Minha avó era um exemplo. Naquele momento, já aposentada, criou meu pai sozinha e ainda pode comprar uma casa, com apenas uma matrícula no Estado.

Hoje, vejo que uma professora, em situação como a de minha avó, certamente terá muita dificuldade em educar um filho e, provavelmente, não conseguirá realizar o sonho de comprar uma casa. Este é o lado cruel daqueles que abraçam a carreira mais nobre da face da Terra. Hoje, uma matrícula no Estado, tem remuneração próxima a dois salários mínimos, o que não condiz com o papel socialmente desempenhado por um professor.

Somos nós, professores, que damos vida a qualquer outra profissão, que ao compartilhamos nossas experiências, iluminamos caminhos, proporcionando descobertas, estimulando o ato de criar e construir. Trabalhamos quase sem descansar. Estudamos, preparamos aulas e provas, organizamos trabalhos etc.. Somos 24h professores. Isto acarreta o principal desconforto que tenho enquanto pai. Convivi menos com minhas filhas e mais com meu trabalho, Três turnos diários. Justifico tudo em nome do conforto que sempre quis que elas tivessem, mas pergunto: será que agi corretamente? Será que era isso que elas precisavam e queriam? Penso muito nisso.

Vi famílias que, frustradas com o insucesso em educar, mudaram a postura frente ao professor e a Escola, delegando 100% desta árdua missão para a instituição que passou a ser serviçal e não parceira ao ter que assumir a total responsabilidade sobre as transformações exigidas pelos preceitos éticos e morais impostos pela nossa sociedade.

Uma professora, a coisa de duas semanas, me contou que escreveu um bilhete na agenda de um de seus alunos, alertando a família sobre o não cumprimento da tarefa de casa. Em resposta a mãe escreveu: “O que a Escola está fazendo para resolver o problema”?

Apesar de tudo, não me arrependo nenhum minuto sobre a escolha que fiz. Seria professor novamente e novamente e novamente. Sinto prazer em perceber que contribuo para um mundo mais justo, mais ético e mais humano. Este é o legado deixado por nós.

Enfim, não sou um bom escritor e com certeza minha pretensão foi só dividir com você algumas reflexões que faço. Não vou dar parabéns pelo seu dia e sim reverenciá-lo (a) por ter feito uma escolha sublime. Comparo o professor a uma mãe. Preparamos-nos, geramos, criamos e formamos. Temos sobre qualquer outro profissional um diferencial: Temos em nossas mãos a matriz de todas as profissões, sem nós o mundo não evoluiria.

André Menezes”

A educação ainda tem esperança enquanto existam professores que amem ensinar.
E você ama o que faz?

Por Ricardo Irigoyen.( tatirigoyen@yahoo.com.br )

domingo

Nossas expectativas


Olhando a minha volta vejo as pessoas passando. Não sei o que pensam, somente posso imaginar.
Não é a primeira vez que falo deste tema, de alguma maneira, está dentro de qualquer artigo ou pensamento que tenha produzido.
Nossa cultura vem baixando as expectativas dos seres humanos. Na minha época de escola para passar de ano era necessário ter uma média mínima de sete (7), e não existia recuperação, íamos direto para prova final. Aquele que falhasse na prova de dezembro devia fazer uma última tentativa em março, sempre e quando não tivesse levado mais de duas. Isto valorizava ao aluno que estudava durante todo o ano letivo, e aquele que passou o ano brincando perdia as férias estudando. Não lembro nenhum pai ou mãe questionando este método, menos ainda os alunos. Hoje em dia, desde o primeiro dia de aula há pais, mães e alunos questionando desde horário de chegada, de saída até questões disciplinares e pedagógicas que são de âmbito interno dos colégios.
Atualmente os alunos têm direito a várias recuperações durante o ano, além de recuperações finais, e em alguns até recuperação da recuperação. Temos no nosso meio até profissionais da educação que defendem a eliminação da reprovação. Os alunos passam hoje com uma média anual de cinco (5) com todas as facilidades anteriormente mencionadas. Conseqüência disto, pessoas que crescem pensando que ser uma pessoa 5 é bom.
Pessoalmente gostaria, em caso de doença, ser atendido por um médico nota 10, que um engenheiro nota máxima construísse minha casa e que um advogado com excelentes qualificações defendesse meus interesses. Em lugar disto vejo a maioria das pessoas a minha volta se satisfazerem conseguindo o mínimo necessário, em lugar de lutar para dar o melhor de si.
Sempre falo para meus filhos, alunos e ultimamente para meus netos que aquele que procura uma nota 10, geralmente consegue um 8 ou um 9, ocasionalmente um 10; os que procuram uma nota 7 atingirão normalmente um 5 ou um 6, eventualmente um 7; e os que buscam um 5 terão que se satisfazer com um 3 ou 4, às vezes um 5. Posso garantir que ninguém fica satisfeito na vida conseguindo 5.
Somente obtemos na vida aquilo que somos capazes de sonhar, então por que sonhar com 5 quando poderíamos sonhar com um 10? Ensinemos a nossas crianças a sonhar com 10, para ter uma sociedade melhor.
Por Ricardo Irigoven.

Boa semana e se desejar, comente e entre para o nosso rol de comentaristas.

sábado

Professores em fuga...



Não constitui surpresa saber que caiu o número de formandos em cursos que preparam docentes. O desinteresse dos adolescentes pelo magistério não se revelou repentinamente. É reflexo de um processo que vem se corporificando há muito tempo no exercício do magistério, aliado à decadência do ensino público monitorado por políticas públicas equivocadas.

Como professora de escola pública nas décadas de 1970, 80 e 90, fui testemunha da aplicação de leis, regimentos e normas pretensamente democráticas, inovadoras e revolucionárias, impostas ao professor como panacéias solucionadoras de todos os problemas educacionais. A escola transformou-se em entidade predominantemente assistencialista e ao mestre era atribuída toda a responsabilidade pelo insucesso do aluno ─ a reprovação, se ultrapassada determinada porcentagem, era sinônimo de incompetência didática. O professor foi perdendo sua autonomia e, sem ela, sente-se desprestigiado, desmotivado e desestimulado e seu aluno percebe esse desencanto.

Para esse processo de desconstrução, vários outros fatores contribuíram. Entre eles, ainda da perspectiva do docente, destaco o tratamento dispensado aos cursos de formação de professores da Educação Básica. Aos docentes que atuavam nesses cursos recomendava-se, não oficialmente, agir com complacência e não exigir muito do aluno na atividade didática. Isso porque o perfil da clientela, segundo orientadores e diretores de escola, era formado por adolescentes menos favorecidos economicamente e com poucos subsídios culturais e que, muitas vezes, ignoravam o alcance de sua vocação.

Não seria essa uma forte razão para se elevar o nível desses jovens, futuros mentores da fase mais importante e decisiva do ensino, a alfabetização? O que pensar de cursos de graduação em Pedagogia que serviram durante algum tempo de meio de aquisição de maior remuneração para docentes e acesso à classificação privilegiada na atribuição de aulas?

Via e vejo nessa atitude facilitadora e desvirtuada uma contradição que só poderia resultar no quadro preocupante que hoje mobiliza institutos de pesquisas, educadores e especialistas em educação para tentar revertê-lo. A ausência de atração pela carreira docente entre estudantes do Ensino Médio soma-se ao desalento do magistério e cria uma lacuna perigosa na formação de outros profissionais? Quem irá orientá-los? Qual é a saída desse labirinto?

É óbvio que há soluções e elas já foram apresentadas por pesquisadores abalizados como Bernardete Gatti, da Fundação Carlos Chagas. Agora falta aplicá-las. Os professores estão fugindo não por covardia, mas em busca da própria dignidade.


Por. Profª. Vera Lúcia Pereira dos Santos.

terça-feira

Gravidez na adolescência: como orientar os filhos?



Muitas mães só reparam que os filhos já têm vida sexual ativa quando surge uma gravidez precoce na família. Segundo a Organização das Nações Unidas, o Brasil tem a segunda maior taxa de gravidez entre menores de 19 anos. É preciso ficar mais atenta. Albertina Duarte Takiuti, ginecologista especializada em adolescentes, em São Paulo, diz que a melhor prevenção está no amor e na segurança dos pais. Saiba como conversar sobre o tema e como reagir caso isso aconteça com seus filhos.

Como conversar com os meninos sobre sexo
As dúvidas mais comuns que os meninos têm são sobre masturbação, tamanho do pênis, impotência e ejaculação precoce. Na vida dos meninos, não existe um "ritual de passagem" para a vida adulta, como a menstruação é para as meninas. Quando os meninos percebem, eles já são adultos. Mas os meninos têm tantas dúvidas sobre sexo quanto as meninas e também precisam ir ao médico. As meninas devem ir ao ginecologista e eles, ao urologista.

Como orientar as meninas sobre gravidez
As dúvidas mais comuns das meninas são sobre masturbação, a "tabelinha" (método de prevenção de gravidez contraindicado para quem ainda tem o ciclo menstrual irregular), se a primeira vez dói e se elas transam do jeito certo. Quando as meninas começam a apresentar as primeiras mudanças no corpo, esta para a chegada a primeira menstruação. Quando essas mudanças começarem, a menina deve fazer a primeira consulta no ginecologista. É importante que a mãe leve sua filha ao consultório, mas não permaneça na sala durante a consulta para que ela se sinta mais à vontade.

O que fazer ao descobrir que sua filha esta grávida?
Se você descobriu que sua filha está grávida ou que seu filho vai ser pai, não dê bronca, dê amor: é o que eles mais precisam. O mais importante é não forçar o casal a ficar junto, só se eles desejarem e tiverem maturidade e condições financeiras para viver.

Por que os adolescentes procuram sexo cada vez mais cedo?
Hoje, os adolescentes começam a vida sexual entre os 14 e os 16 anos. As gestações cada vez mais precoces têm justificativas:

1. Os adolescentes não têm intimidade com o parceiro e não sabem se impor. Eles são inexperientes e imaturos no tempo de convivência com o parceiro: o conhecem por poucos dias, ou até poucas horas, antes do ato sexual. Com essa falta de intimidade, fica difícil dizer para o outro: "sem camisinha não transo".

2. Adolescentes também sofrem pressão dos amigos. Os jovens são pressionados pela turma, pela cultura e pela sociedade. Muitas adolescentes, com medo de serem rejeitadas pelos amigos, cedem às pressões do parceiro.

3. Falta de autoestima das garotas: quando a filha não é elogiada pela família, acaba procurando aprovação em outras pessoas, que podem se aproveitar dela.

4. Insegurança exagerada: a gravidez na adolescência continua acontecendo não por falta de informação. Os jovens conhecem os métodos para evitar, sabem usar a camisinha e tudo o que envolve a sexualidade. O problema é a insegurança típica dessa fase. "Brigar quando a filha diz que já transou, dizer 'o que você fez menina?' não adianta", diz a médica Albertina. Em vez de proibir, os pais precisam dar atenção, conversar, expressar seu amor aos filhos. "O adolescente é carente como um bebê. Ele precisa se sentir amado tanto quanto um recém-nascido", orienta a médica.

Fonte: M de Mulher


Muito importante aquela conversinha com nossos filhos, não achas?

quinta-feira

A atratividade da carreira docente


O Ministério da Educação apresentou um projeto estabelecendo os objetivos da educação para a próxima década (2011-2020). O texto traz várias metas que pretendem alterar a realidade das escolas no sentido de qualificar o atendimento, principalmente no ensino básico. Todas as metas poderão ser atingidas desde que haja políticas públicas consistentes, continuidade dessas políticas e investimento na formação e valorização do quadro de professores.

O objetivo de assegurar a todas as crianças e jovens o ensino básico e permitir que cada um conclua o processo de escolarização básica pode continuar sacrificando a qualidade em função da quantidade.
Todavia, sabemos que a realidade da escola poderá ser mudada se, sobretudo, as metas propostas estiverem apoiadas na confiança, na ação e no empenho dos professores. Isto significa que, se os professores não acreditarem na força e na seriedade das políticas educacionais e não as efetivarem no contexto das escolas, o Plano Nacional de Educação será apenas mais um plano bem-intencionado, porém ineficaz. Deve existir um projeto social e político que aponte, por meio de ações concretas, o desejo de se transformarem significativamente as metodologias e os conceitos que hoje determinam os fazeres escolares.

Ninguém ignora que é a intervenção pedagógica adequada dos educadores que faz quase toda a diferença na escola. Todos defendem que a atividade docente está cada vez mais complexa e exigente; no entanto, também é consensual a ideia de que a carreira docente com um estatuto social decadente, uma formação fragilizada e uma remuneração baixa não atrai à profissão os estudantes mais qualificados nem anima os melhores profissionais a manter-se nas escolas públicas.
Em um tempo em que nós, a sociedade como um todo, e as autoridades educacionais buscamos uma escola que atenda mais e melhor à população que dela faz uso, é imprescindível que medidas palpáveis sejam estabelecidas a curto e médio prazo, a fim de tornarmos a carreira docente um pouco mais atraente.

É preciso que os jovens sejam motivados a serem professores e encontrem incentivos e sentido no magistério. Uma profissão que não atrai os “bons” com certeza será ocupada por aqueles que, do ponto de vista profissional, não tiveram opções melhores. Assim sendo, estaremos encaminhando pessoas desmotivadas à carreira docente, sem empenho e, sobretudo, que não acreditam que podem. Por isso mesmo, elas provavelmente não farão a diferença, posto que não “escolheram”, mas foram social e economicamente “escolhidas” para serem professores.

Para inverter o “desprestígio” da carreira de professor é imperativo que se efetivem medidas claras de formação continuada dos docentes e, ao mesmo tempo, se definam com clareza novas condições para o exercício da profissão. O PNE 2011-2020 aparece em hora propícia e deseja o desenho de um novo projeto social para a escola pública. Todavia, o primeiro e mais importante passo para tal empreitada é devolver a decência à docência.


Francisca Romana Giacometti Paris.

terça-feira

Por que ensinar Música nas escolas?


Outro dia transitando pelas ruas do Rio Grande, ouvi um transeunte inflamado dizer ao seu colega em uma esquina: Para que aprender música na escola? O outro apenas sorriu como quem não deu real valor a pergunta ou que simplesmente não tinha a resposta para o amigo. Poderia ali elencar inúmeros motivos que vêm sendo disseminados ao longo de tempos, motivos estes que perpassam décadas, séculos, milênios, ora fazendo a música mudar de status como disciplina importante para a formação humana por questões filosóficas, ideológicas e culturais, o que
provavelmente, o interlocutor não teria compreendido em uma curta abordagem: a complexidade do tema.

Nos dias atuais, pelo senso comum a música esta associada à diversão, ao entretenimento, mas nós educadores musicais sabemos que ela é muito mais do que isto. Povos da antiguidade oriental já defendiam o ensino da música: Políbio atribuiu à música o poder de alterar o comportamento humano, o que parece que algumas ONGs redescobriram pelo menos dois milênios depois, já que as artes vêm resgatando jovens da marginalidade em vários projetos sociais, posso citar o afro-reggae e o Acema.

Platão por sua vez reconheceu nesta arte, grande influenciadora da forma de governo, o que nos faz lembrar que renomados músicos de que hoje são considerados ícones da música popular, foram extraditados em tempos de ditadura militar culpados de subversão por usar suas composições para denunciar abusos contra o povo, posso citar Gilberto Gil, Chico Buarque entre tantos outros. Na China Kung-Fu-Tse latinizado por Confúcio atribuía a música o poder de ordenar a moral do povo (moral no sentido de

valores e costumes), o que hoje, nós professores nos damos por conta ao ver nossos alunos rebolando Na Boquinha da Garrafa, vestindo-se à moda de grupos que tem por nome uma peça de roupa intima feminina ou que tratam as jovens por “cachorra” e então nos perguntamos “Por que deixamos de ensinar música na escola”?

Não prego aqui ser a música a salvadora da pátria, quem dera fosse! Como professora de música, devo anunciar as vantagens do ensino musical: a questão do trabalho em grupo em dias que vivemos na individualidade; do acesso e respeito à pluralidade cultural o que possibilitará reconhecer a negação da alteridade, quando desvalorizamos o que é do Outro em detrimento do que é nosso como vemos nas manifestações religiosas e artísticas populares; oportunizar uma fruição estética sem atribuir ao corpo status de objeto, o que acontece com nossas crianças que são diariamente bombardeadas pelos meios de comunicação com músicas de baixo calão e com mulheres com nomes de frutas, afinal, para nos divertirmos, não precisamos de termos e posturas rudes, agressivas e vulgares; enfim, possibilitar aos alunos a
apropriação de subsídios para poder escolher conscientemente o que é melhor para si e em consequência para os que os cercam para coexistir em um mundo melhor.

Não posso deixar de lembrar que a música é a arte dos sentidos, e através desta recebemos uma carga de emoções, sentimentos, sensações sem que percebamos, o que aos ouvidos desatentos e despreparados pode ser uma perigosa forma de recepção de conceitos e posturas que estão visíveis no comportamento dos jovens nas escolas.

Deixo aos que tem dúvida sobre a validação da importância da música na escola uma provocação: por que ensinar música mesmo?

Débora Jara. rofessora mestre.

Concordas com a colega? Opine, participe deste post.

sábado

Controle seu orçamento


O volume de cartões de crédito em circulação no País aumenta a cada ano. Essa oferta em alta escala e a facilidade de obtenção desse tipo de crédito, influencia os consumidores, principalmente das classes C, D e E, ao consumo sem planejamento orçamentário. Essa falta de planejamento financeiro, atrelado ao desemprego aumenta o índice de inadimplência no mercado financeiro e tira o sono de muitos consumidores.
Para ter um sono tranquilo e organizar suas finanças, segue algumas dicas:
– Listar todos os seus gastos, desde os maiores até as pequenas coisas.
– Dos seus gastos, elimine os supérfluos. Aprenda a reconhecer quando você necessita de algo e quando você simplesmente deseja algo.
– Depois de anotadas todas as despesas (moradia, alimentação, transporte, saúde e cuidados, educação, lazer, vestuário e cuidados pessoais, poupança, investimento, etc) anote também suas receitas e faça uma planilha, um controle orçamentário até o final do ano.
– Se em sua planilha você identificou que mensalmente você gasta menos do que ganha – Ótimo. Mas tente diminuir ainda mais as despesas e reserve parte do saldo para fazer alguma aplicação (poupança, fundos, etc).
– Se identificou que gasta o mesmo que ganha – analise e reveja melhor seu orçamento distribuindo na planilha para não se exceder nos gastos. Lembrando que é sempre importante ter alguma reserva.
– Se identificou que gasta mais do que ganha – Sinal vermelho. É hora de ajustar seu orçamento para evitar que esse resultado negativo se transforme em uma dívida de grandes proporções.
– Se já tiver uma dívida, procure negociar sempre, seja com o banco, administradora de cartão, lojas, sempre encontrará uma melhor solução evitando que a dívida aumente ainda mais. Se tiver dinheiro aplicado, décimo terceiro ou férias, utilize-o para quitar a dívida negociando um bom desconto e ainda evitando comprometer seu orçamento mensal.
Dever somente para um credor é melhor que dever para vários, portanto, verifique a possibilidade de adquirir um empréstimo para quitar todas as dívidas. O empréstimo consignado em folha de pagamento possui juros menores por ter menor risco.
Além de todas as dicas, economize sempre. Busque os menores preços, aproveite as promoções nos supermercados, procure os produtos que não são de marca e oferecem o mesmo resultado, nunca deixe de pedir descontos, controle o uso do celular, não compre mais do que realmente é necessário. Corte o que não estiver usando: o clube que você não frequenta, a academia que você não vai, a assinatura da revista que você não lê. Evite desperdício: apagar a luz e fechar a torneira.
Seguindo essas dicas, com certeza você organizará sua vida financeira. Mas o maior segredo é viver de acordo com seu padrão de vida. Boa Sorte!

Por: Rosy Rodrigues do Prado.

Internet: amiga ou inimiga da educação?

A internet, muitas vezes, é vista como inimiga da educação. Retratada como um ambiente descontrolado onde sobra material pornográfico, inutilidades e artigos de cultura inútil. Mas alguns profissionais, atualizados com a evolução no mundo da comunicação e da web, enxergam esse mundo possível com outro olhar: nessa terra sem lei, sobram oportunidades, mesmo que anárquicas, de conhecimento, ferramentas utilizáveis na sala de aula e fora dela, úteis na hora de manter o aprendizado dos alunos em momentos de diversão e descontração.
A Wikipédia é um dos exemplos mais claros de como o digital pode favorecer o conhecimento e o desenvolvimento intelectual. Com 7,5 milhões de artigos, o site colaborativo pode ser alterado por qualquer um e se apresenta como uma poderosa ferramenta educacional.
Mas é importante deixar claro que a internet só é fonte de conhecimento quando o usuário procura por ele. Caso contrário, a criança ou jovem desviarão de todo e qualquer conteúdo interessante e atingirão materiais que não agregarão a sua formação.
É nesse momento que o educador entra em cena. Mostrando caminhos, abrindo trilhas pelas teias da informação e mostrando o alvo certo. A escola deve ultrapassar as cadeiras tradicionais e invadir o espaço eletrônico, ensinando o aluno a utilizar com consciência o mundo de possibilidades que é a internet.


*Eduardo Shinyashiki