I made this widget at MyFlashFetish.com.

domingo

FLAGRANTE DE DESAFIO AO PERIGO











Um dia bonito, céu azul, temperatura de quase 30ºC e uma área com extrema beleza natural nas proximidades, oferecendo a possibilidade de um banho para refrescar o calor.
Esse era o contexto da última quinta-feira, quando a reportagem de O Nacional chegou na antiga pedreira do bairro São José e encontrou jovens, com idade entre 15 e 18 anos, nadando no local. Palco de diversas tragédias, mesmo com cadeados nos portões, a antiga pedreira permanece oferecendo risco constante.

Há muitos anos o local era usado para extração de pedras, quando ocorreu a perfuração do lençol freático, o lugar inundou e a empresa deixou a cidade. Hoje, a área pertence à Fundação da Brigada Militar. Em contato com a fundação, a reportagem de ON foi informada que o local pertence ao Estado e ele seria o órgão indicado para isolar a área.

Na quinta-feira, quatro jovens divertiam-se na beleza circundada de perigo da pedreira. Moradores do bairro Leonardo Ilha, eles frequentam o local com consentimento dos pais e são conscientes do perigo que a profundidade apresenta.
"Viemos sempre em mais de uma pessoa, nossos pais sabem e nos deixam vir porque sabemos nadar. Nos dias de semana aqui é calmo, mas sábado e domingo o movimento é maior", garantiu um dos meninos que preferiu não se identificar.

É um risco iminente, que às vezes acaba ofuscado pela beleza do local e pela água atrativa quando se trata de calor exacerbado.Conforme o capitão do CMT 1° SGCI Passo Fundo, Gilcei Leal da Silva, o local precisaria ser cercado, evitando o perigo de pessoas que se arriscam naquelas águas.
Segundo ele, o último afogamento registrado foi em 2006, porém se os banhistas continuam usando a pedreira para banho, estão correndo perigo diariamente. "Há risco de morte na pedreira, assim como em qualquer local onde não dá pé para o banhista. Além disso, eles se arriscam mais com a possibilidade de se jogar nas pedras, de escorregar e cair do penhasco", disse o capitão.

Sinais de ocupação. O lixo divide espaço com os banhistas, na pedreira. Foram encontradas diversas garrafas de bebida alcoólica, tampas, sacolas plásticas, restos de cigarro e a pichação é comum nas pedras com fácil acesso.

Estatísticas apontam o perigoEsse ano, o Corpo de Bombeiros já atendeu sete afogamentos, sendo dois em Passo Fundo e outros cinco em cidades vizinhas como Ijuí, Guaporé, Barracão e Nonoai. Os dados já são considerados superiores aos do ano passado e por isso a população precisa estar cada vez mais atenta. Segundo o Corpo de Bombeiros de Passo Fundo, em oito anos as barragens, açudes e lagoas da região já registraram mais de cem mortes.

A lenda e a história da pedreira. Segundo moradores e frequentadores da pedreira, uma das estradas de acesso à pedreira, descia e se estendia até a metade do local. Lá perfuradores e caminhões realizavam o trabalho pesado. Conta-se que certo dia a perfuração atingiu o lençol de água e a inundação foi imediata. Muitos afirmam que caminhões e equipamentos ainda se encontram no fundo do lago. A pedreira está localizada na nascente do arroio Miranda, um dos principais afluentes do rio Passo Fundo.

Era para ser um parque. Ainda em 2007, trabalhava-se com a possibilidade da pedreira tornar-se um parque de turismo ecológico. O projeto foi apresentado por professores da UPF e está presente no artigo 22 do Plano Diretor do município, já que o espaço é uma área pública. A associação de moradores do São José manteve contato permanente com a prefeitura, mas nada saiu do papel.

Dois casos no ano. No dia 1º de fevereiro, o adolescente Anderson de Oliveira Garcia, de 14 anos, foi pescar na barragem da Corsan e acabou morrendo afogado, pois não sabia nadar.
O fato ocorreu por volta das 16h e em seguida os bombeiros foram chamados para auxiliar nas buscas. Por volta das 19h15, o corpo foi encontrado, em pé, numa das laterais da barragem. Dois mergulhadores profissionais trabalharam no resgate. De acordo com os familiares, era a primeira vez que o jovem ia ao local, a convite de um vizinho.
O acidente mobilizou os moradores das redondezas, assim como amigos e parentes da vítima, que tentaram tirá-lo d`água.

Exatamente uma semana depois, no dia 8, a vítima foi o argentino naturalizado brasileiro Nenesio Agustin Retamal, 34 anos. Segundo informações, ele e um grupo de amigos foram, no sábado, pescar em um açude localizado às margens da RS 153, próximo à ponte do arroio Chifranzinho. Nenesio teria decidido instalar uma rede de pesca. Amigos contaram para a Polícia Civil que o argentino teria deixado as roupas no carro e entrado na lagoa apenas de cueca.
Em determinado momento o homem afundou e desapareceu na água. Os amigos percorreram todo o açude, chamando pela vítima, que não respondeu, e então decidiram voltar para casa, no bairro Jaboticabal.
Fonte: O Nacional.

Nenhum comentário: