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terça-feira

O impasse em preservar nosso “Capital Natural”.

A crise ecológica que enfrenta a humanidade, com riscos claros de uma iminente ruptura do equilíbrio dinâmico e de incapacidade de reorganizar-se de forma a permitir uma sobrevivência da maioria das espécies animais e vegetais, inclusive a sobrevivência do homem, tem, entre suas causas, como a maior responsável, a má utilização da economia. A visão reducionista e a hiperespecialização desta ciência vem provocando um descompasso em outra ciência: a ecologia.
O "economicismo" predominante em nossas políticas públicas, mais de governo do que de estado, tem ampliado o abismo que separa as conquistas do "capital criado" sobre as tentativas, muitas vezes frustradas, de preservar o "capital natural".
O capital natural, finito por essência, de difícil recuperação em curto prazo, perdendo espaço para os avanços desenvolvimentistas, termina por comprometer toda e qualquer sustentabilidade, inclusive a econômica.
O assédio sobre o ambiente ainda preservado, por conta de uma tendência de se facilitar as conquistas (?) de curto prazo, lamentavelmente atraentes para uma população carente de tudo que o mundo moderno oferece em tecnologia, condena o futuro a uma pobreza de alternativas e a uma irreversível incapacidade de usufruir destas mesmas tecnologias ou, o que é pior, dependência destas conquistas tecnológicas que deveriam estar na esteira da satisfação pessoal e de uma qualidade de vida de alto nível.
Por conta desta realidade, devemos reunir esforços para amparar todo o nosso suporte de vida com qualidade e dentro de parâmetros e modelos que assegurem possibilidades reais de opções propositivas na construção de políticas públicas de estado com sustentabilidade socioambiental real, não como mero termo usado demagogicamente, mas como conquista resultante de debates e argumentações cientificamente colocadas e amparadas pela experiência de vida de todos os interessados em um futuro digno.
O Planeta Terra, nossa casa, não suporta mais o reducionismo da "politiquês", da "esperteza" dos que colocam crescimento como sinônimo de desenvolvimento, dos que querem transformar nossa realidade em um tempo sem alternativas, a não ser as que levam a bretes com destino marcado: o dos puros interesses econômicos.

Realidade e sustentabilidade são palavras irmanadas pela garantia de futuro a ser conquistado, pois, considerando que "realidade é um dos casos da possibilidade", deve ser nossa decisão de que futuro queremos, mas uma decisão que não passe por visões retrógradas de que a economia é quem decidirá as novas realidades, isto é , o futuro.
Ninguém melhor do que Edgar Morin para concluir: "..."A economia que é a ciência social matematicamente mais avançada, é também a ciência social e humanamente mais atrasada, já que se abstraiu das condições sociais, históricas, políticas, psicológicas, ecológicas inseparáveis das atividades econômicas".

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