O povo
carente de instrução fica à margem da liberdade. Sem liberdade, perde a
dignidade. Resta lançar a semente e (re)criar a vida. Nada acontece por acaso.
Ante aos ensinamentos é preciso examinar e reexaminar o que se entende por
cultura, por livro, por literatura. Há, entre as pessoas, uma tendência em se
referir a palavra 'cultura' ao indivíduo de muitas palavras, leituras, títulos
acadêmicos, conhecimento de línguas. E tal indivíduo acaba, por vezes, sendo
'cultuado' por seu saber como “homem-símbolo”.
Pelo
corredor curto e estreito da vida, cada um leva adiante o tempo, quando mais
nada serve o “ter”. Tudo representa e resulta no “ser”. Por qual seja a vida,
sua ação de efeito material não significa nem soma. Já o espiritual, da sua
causa, avoluma, une e ajuda para arribar na querência final e feliz.
O ser
humano refere-se à gestação, ao nascer e viver e fazer uso da razão. Quarenta e
seis anos se passaram célebres convivendo nesse meio. E essa vivência e
experiência acumuladas me serviram nessa vida, até agora...
Portanto,
nunca sabemos demais, nunca aprendemos demais, somos a imagem espelhada de
nosso conhecimento. Tenho por objetivo suscitar indagações, logo, faz-se
necessária uma leitura inteligente que saiba relativizar o sentido dos relatos
e afirmações, pois em países do Terceiro Mundo certas tendências assumem
condições muito mais dramáticas. Não podemos nos intitular pensadores da “Nova
Era” e esperar que todos compreendam o que queremos dizer.
Contudo,
assim como a grama irrompe nas rachaduras das pedras, uma nova visão do mundo
vem abrindo caminho por entre os rígidos de um pensamento desgastado. O maior
erro da humanidade foi o de compartimentar, isto é, tentamos ser religiosos no
domingo, tratamos de economia na segunda-feira, e assim por diante.
Por tal
motivo, espero que a educação seja repensada, que o comércio envolva algo mais
do que o dinheiro, que a agricultura se proponha a fazer mais do que produzir
sobras.
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