O fim
do mês de abril chegou, mas o salário total dos servidores estaduais não. O
atual governador tão logo assumiu pela primeira vez, adotou algumas medidas
inovadoras para o quadro de servidores públicos estaduais, como implantação de
planos de carreiras nas mais diversas categorias, inclusive adotando como
prática de que o pagamento total do salário estivesse disponível na conta
de todos, sempre no primeiro dia útil do mês seguinte, além do pagamento do
décimo terceiro salário no mês de aniversário do funcionário.
Com a
assunção de Alcides Rodrigues como governador e que embora tenha atrasado o
pagamento no apagar das luzes do seu governo, uma nova modalidade foi adotada,
de se creditar o pagamento integral, ficando já á disposição do servidor,
no último dia útil do mês vincendo, o que motivou a administração que o
sucedeu e que agora se repete por reeleita, a também assim o fazer, ficando
portanto todos os funcionários do Estado, habituados a ter sempre creditado em
sua conta corrente, todo o seu pagamento mensal no último dia do período que a
ele fez jus.
Agora,
com um inflação ascendente, o custo de vida infelizmente, aumentando
meteoricamente, eis que o governo estadual se vê impossibilitado de honrar o
seu compromisso da forma como vinha fazendo com os servidores, e o
pagamento é parcelado, fugindo da formula que até então vinha sendo adotada,
deixando apreensivos milhares de pais e mães de famílias que sobrevivem com o
que recebem do seu labor como empregados da máquina estadual, cujos obrigações financeiras
sempre foram contraídas de acordo com a expectativa que agora tem parte dela,
frustrada.
Há de
se convir que toda prática governamental quando reiterada, embora o país não
adote como lei o direito consuetudinário, acaba assumindo ares de normas
inquebrantáveis ou no mínimo, confiáveis, embora existam alguns “baba-ovos”,
puxa-sacos que estão com um chavão pronto para defender essa medida: a de que
não existe nenhuma anormalidade nisso, desde que se promova o pagamento do
restante até o quinto dia útil, conforme preconiza as nossas leis trabalhistas.
Oras
nunca as pessoas aventaram sequer essa possibilidade de pagamento parcelado,
pois elas não comem, se vestem, se medicam ou e se locomovem por parte, ou por
força de leis, mas através do dispêndio de dinheiro, de “grana” e, para os
trabalhadores do Estado, já é um costume que remonta a quase uma década (de
2007 para cá), de ver a cada último dia do mês trabalhado, o dinheiro do
seu salário total entrar na sua conta corrente.
Assim,
isso significa sim, atraso, mesmo que parcial; significa sim, dores de cabeça,
pois ante uma pontualidade que dela se fez uma continuada prática; a maioria
dos compromissos financeiros de todos estão a coincidir com, no máximo os três
primeiros dias úteis de cada mês; portanto é sim, uma danosa interrupção e irá
desarranjar milhares de lares, mesmo que provisoriamente que é o que se espera,
e deixará marcas e dívidas que levarão tempo para serem quitadas e a vida
cotidiana retomar enfim, o seu curso financeiro normal.
A maioria
dos servidores já haviam adotado e acreditado nessa rotina pois a julgavam mais
do que enraizada como ação governamental, portanto, sua contas não foram
parceladas, pela confiança que se sedimentou nesse costume de quase dez anos,
de extrema e completa pontualidade.
Existe
uma grande preocupação, pois pouquíssimos ou quase ninguém desconhece que o
país se encontra à beira da falência ante uma politica irresponsável(novo
aumento dos juros essa semana, promovido pelo Copom – Comitê de Política
Monetária- mais apertos!), inconsequente e eleitoreira que praticada por
corruPTos instalados em postos chaves do governo federal a solapar os
cofres de estatais onde se encastelaram, isso fazendo com que a equipe
econômica, capitaneada por Joaquim Levy, busque fazer malabarismos para evitar
que tudo descambe de vez, e voltemos aos idos da década de 90, de uma inflação
desenfreada, quando tivemos a participação salvadora de economistas tucanos que
criaram uma “pinguela”, a URV, e assim dar condições para alcançar o real
como forte moeda, o que infelizmente nas últimas três administrações
federais vem sendo solapado ao que parece com o fito de, a esse benéfico plano
econômico, dar um fim.
Só
esperamos que esses reflexos vem agora espraiando seus efeitos negativos
em Goiás, sejam logos embaçados e totalmente apagados ante a
firmeza da condução do setor competente do Estado que que, ressalte-se e
justiça seja feita, pois está havendo firmeza nas decisões corajosas e, mesmo
que dolorosas como essa de parcelar o salário, possibilita que a
situação financeira/econômica estadual não esteja pior, para tanto e
ainda bem, que estamos a contar com o concurso de uma economista do quilate de
Ana Carla Abrão Costa à frente da secretaria da fazenda, pois como integrante
do Fisco Estadual, bem conheço o seu laborioso, eficiente e dinâmico trabalho,
e sei que ela não tem medido esforços e alcançado resultados excelentes, porém
ainda ineficientes para que tudo volte à normalidade.
Resta-nos
tão somente, servidores públicos estaduais, empresários e toda a população em
geral, que também se ressente dessa situação nos mais diversos setores da
economia estadual como uma reação em cadeia, que a crise que assola todo o país
seja de uma durabilidade bem curta e ele logo retome o seu curso de uma
economia forte e pujante no cenário mundial.
Com
grandes apertos e dificuldades financeiras batendo à porta de todos,
enfim, que essa medida nada oportuna (o que, aliás, não o é em
tempo algum, pois postergação de pagamento de salários-mesmo que parte dele – é
sempre muito ruim), não seja o definitivo findar de uma boa
prática, a ocorrer em um momento para lá de péssimo.
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