A
educação e os professores sempre foram alvos da exploração do sistema político
e dos nossos “representantes”. Sejam eles utilizados como plataforma política
ou quanto massa de manobra para a manutenção da ordem social. Este mês, que se
findou, nos apresentou mais uma vez o “valor” que estes atores sociais recebem
do Estado e por parte da mídia.
Neste
período, podemos presenciar e vivenciar o horror que é ser professor neste
país, seja em qual Estado for. Grande parte da população entrou em estado de
choque quando viu os horrores cometidos pela Guarda Municipal de Goiânia contra
os professores municipais.
Logo
depois deste fato “local,” a população teve o conhecimento do massacre ocorrido
contra os professores do Estado do Paraná, o que aumentou o sentimento de
comoção.
Pois
bem, neste texto não me adentrarei em outros problemas educacionais que estamos
prestes a sofrer, neste caso a terceirização da nossa educação. Me restringirei
somente aos dois acontecimentos com nossos companheiros de classe. Logo após
estes dois massacres em específicos, pois existem mais, os de Goiânia e o do
Paraná, uma onda de indignação, tristeza, solidariedade e revolta tomou conta
das redes sociais e de alguns políticos e instituições.
O que
acarretou diversas paralisações entre algumas instituições educacionais e
profissionais da educação por todo Brasil. Mas o que gostaria de chamar a
atenção é no que se relaciona com a continuidade destas paralisações, elas
prosseguiram ou somente foi um ato de solidariedade?
Tentando elaborar uma resposta para este
questionamento, estas paralisações educacionais, acredito eu que, além de
prosseguirem elas deveriam ganhar força de outros setores e camadas sociais,
ganhar corpo e sustentação para conseguirmos romper com o bloco hegemônico no
poder, deveríamos unir nossas forças “sindicais” (que não são tão mais fortes
assim), unirmos as classes. No entanto, o que presenciamos é uma fragmentação
das classes uma desunião entre os pares.
Esta
fragmentação só contribui para permanecermos no estágio da indignação, tristeza
e comoção não permitindo assim um avanço de forma contundente, é evidente que
nós já rompemos e tivemos muitos ganhos a partir destas lutas, mas acredito que
a luta deve ser intensificada a partir da incorporação de outros setores.
Existiu
um teórico que mencionava que, seria a tomada de consciência da classe
trabalhadora que levaria a revolução, este teórico fala em classe trabalhadora
que em nosso caso inclui entre outros setores os próprios policiais e guardas
que massacraram os nossos professores, enfim este tema classe trabalhadora
permite um longo debate, pois hoje não conseguimos identificar o que é a classe
trabalhadora, mas este problema de não reconhecimento e pertencimento é
amparado pelo sistema do capital e seus discursos “legitimadores”, que absorveu
os trabalhadores para dentro de seu “metabolismo” alienante.
Enfim,
para que possamos conseguir algo efetivo acredito que a nossa união seja de
extrema necessidade, pois não adianta vestir camisetas pretas para “dar aula” e
postar nas redes sociais ou para mostrar sua indignação se você não luta pelo
professor “contrato”, ou também não vai adiantar, você ser professor contrato e
não se mobilizar e deixar o medo de perder o emprego de lado.
Pois
será a partir de nossa união e nossas ações conjuntas que poderemos fazer algo.
Gostaria de deixar evidenciado que este texto é somente um apanhado de ideias e
que nos dão uma série de debates, o que acredito que realizaremos nos próximos
dias...
Flávio Henrique da Silva,
professor de História.
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