Uma
americana finalmente encontrou com o homem que recebeu o rosto de seu irmão
morto, que havia sido doado pela família.
O
encontro entre Rebekah Aversano e Richard Norris, o receptor do rosto de Joshua
Aversano, foi acompanhado pela rede de televisão australiana Channel 9.
As imagens, do programa 60 Minutes, mostram
Rebekah tocando o rosto de Norris e o abraçando.
“Eu
cresci olhando para este rosto”, diz a americana emocionada.
O irmão
de Rebekah, Joshua, foi morto há três anos em um atropelamento e a família
decidiu doar o rosto para Norris.
Richard Lee Norris, de 39 anos, vivia em
reclusão após ter sido gravemente ferido por um acidente com uma arma de fogo
em 1997. Até o transplanterealizado por médicos da
Universidade de Maryland, nos Estados Unidos, ele só saía à rua usando máscara.
Ele
havia perdido seus lábios e seu nariz no acidente e tinha movimentos limitados
na boca. Mas, depois do transplante, ele ganhou uma nova face com mandíbula,
dentes e língua novos.
REUNIÃO INÉDITA
James
Partridge, fundador e diretor-executivo da organização de caridade britânica
que dá apoio a pessoas com deformações na face, a Changing Faces, diz que nunca
houve um caso no qual a família do doador foi se encontrar com a pessoa que
recebeu o rosto.
“Não
sei de nenhum outro caso no qual a família do doador foi conhecer a pessoa que
recebeu o rosto. E acho que o fato de estar acontecendo em público é bem
surpreendente”, disse Partridge.
O
fundador da Changing Faces também lembra de como a cirurgia de Norris foi
complicada.
“As
complexidades da cirurgia são colossais. Este homem praticamente não tinha a
parte média da face, por isso, os cirurgiões trouxeram o rosto do doador
completo e praticamente juntaram (ao rosto do receptor).”
“É
claro que o risco de um fracasso (no procedimento) é enorme, provavelmente 50%.
Então, ele passou por uma grande série de operações”, afirmou.
“E há o
ajuste psicológico, que é muito grande também. Já é muito difícil olhar para o
próprio rosto quando ele está sendo reconstruído. (Imagine) Olhar para o
próprio rosto quando ele não é mais seu, é o rosto de outro pessoa.”
“E
então você vai se encontrar com uma pessoa cujo irmão tinha este rosto. Tudo é
muito interessante”, acrescentou.
BBC Brasil.
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