O Ministério da Educação (MEC) anunciou um
reajuste de 13% no piso salarial dos professores, elevando, desde janeiro, o
valor de R$ 1.697 para R$ 1.917,78. O piso é relativo à jornada de 40 horas
semanais para professores de escola pública com formação de nível médio.
O cálculo do aumento do piso docente é
feito de acordo com as regras da Lei do Piso, aprovada em 2008. O reajuste é
baseado na variação do valor anual mínimo pago por aluno matriculado nos anos
iniciais do Ensino Fundamental de escolas urbanas. Esta quantia é definida pelo
Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos
Profissionais da Educação (Fundeb).
É fato que o aumento salarial cumpriu a
lei, mas é necessário ir além. Em um tempo em que nós, a sociedade como um todo
e as autoridades educacionais buscamos uma escola que atenda mais e melhor à
população que dela faz uso, é preciso fortalecer uma política de valorização de
educadores, com melhores condições de trabalho, salário e formação continuada,
para que a pátria seja, de fato, educadora. Sabemos das dificuldades do país,
mas é preciso acelerar o processo, antes que seja tarde demais.
Esse incentivo precisa vir lá do começo. É
preciso que os jovens sejam motivados a serem professores e encontrem incentivo
e sentido no magistério. Só assim eles serão empenhados e acreditarão no seu
potencial, de forma a fazer diferença em seu trabalho. Valorizar o magistério é
essencial para que os professores possam realizar suas tarefas com dignidade.
É evidente que apenas oferecer um salário
maior não irá comprometer nem qualificar o corpo docente, visto que
possibilidades culturais e de lazer são também fundamentais; é essencial haver
políticas de ampliação das remunerações. Isso, aliado a políticas de avaliação
externa de docentes, discentes e administradores que indiquem intervenções
técnicas de nossos gestores públicos, a fim de dar saltos na qualidade da
escola pública.
O investimento na formação e valorização
dos professores trará melhores perspectivas para o futuro da educação, já que a
intervenção pedagógica adequada dos educadores faz quase toda a diferença na
escola. Todos defendem a ideia de que a atividade docente se torna cada vez
mais complexa e exigente; no entanto, também é consensual a ideia de que a
carreira docente, com um estatuto social decadente, formação fragilizada e
remuneração baixa, não atrai à profissão os estudantes mais qualificados, nem
anima os melhores profissionais a se manterem nas escolas públicas.
Acredito que, em educação, não há uma
solução milagrosa para tudo; então, é preciso combinar diferentes alternativas
e esforços. Pensando de um modo mais amplo, há quatro caminhos para melhorar a
situação da educação brasileira: qualificar continuamente o professor, continuar
a melhoria da distribuição de renda, investir na educação infantil e
alfabetização para que as crianças sejam incluídas em nossa sociedade letrada e
escolher materiais didáticos melhores, que deem chance ao aluno de ter acesso a
conteúdos de qualidade.
Para alcançar esse objetivo, é necessário que todos trabalhem unidos. Sem a cooperação do Poder Público - gerando políticas eficazes -, da iniciativa privada - produzindo conteúdos de qualidade para alunos de todas as classes sociais - e das associações de classe - auxiliando na formação continuada -, não será possível melhorar de fato a qualidade da educação do nosso país.
Para alcançar esse objetivo, é necessário que todos trabalhem unidos. Sem a cooperação do Poder Público - gerando políticas eficazes -, da iniciativa privada - produzindo conteúdos de qualidade para alunos de todas as classes sociais - e das associações de classe - auxiliando na formação continuada -, não será possível melhorar de fato a qualidade da educação do nosso país.
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