Esta frase que
desconheço a autoria representa bem o estado de degradação moral do governo, da
política brasileira e das instituições jurídicas de nosso país. A maneira
parcial como a Justiça vem tratando os políticos envolvidos nos escândalos a
descaracteriza, desequilibrando sua balança e tornando a sua venda uma falácia.
Podemos ver a correta aplicação da lei, no caso do ex-deputado federal José
Genoino que, comprovadamente, participou da "estrutura de corrupção e
suborno" e se atreveu a agir independentemente das outras "máquinas
de corrupção" existentes nas diversas esferas de poder.
Esta atitude gerou
prejuízos aos cofres públicos e causou muito mal-estar aos brasileiros, pois verbas
da saúde foram desviadas causando, em última análise, mortes no sistema de
saúde. O lugar certo para Genoino e sua turma é mesmo a prisão, mas ele foi
beneficiado com o perdão judicial, não precisando nem mais cumprir os três anos
e quatro meses de pena que ainda restavam. Que coincidência, logo um amigo do
rei... Quanto presos estão há anos esperando por este benefício e não
conseguem. Quantos foram presos por crimes famélicos para comer e não receberam
o perdão judicial da presidente, mas o companheiro de golpe, sim, merece.
A presidente emitiu
um decreto que, "por coincidência", beneficiou seu companheiro de
partido" concedendo indulto natalino a presos de todo o país que
atendessem a determinados critérios. E como o Judiciário "cumpre"
ordens do governo por unanimidade, o Supremo Tribunal Federal (STF) atestou que
o petista preenche os requisitos e efetivou o benefício.
O ilustre ministro
Luís Roberto Barroso, relator do caso, determinou a expedição do alvará de
soltura do amigo petista, e nem será necessário aguardar a publicação do
acórdão no Diário da Justiça - igual a outro preso comum que teria que esperar
a publicação.
O condenado a
criminoso Genoíno recebeu pena de quatro anos e oito meses, mas teve passagem
rápida pelo sistema prisional em decorrência da própria legislação penal. Ele
foi preso em 15 de novembro de 2013. Logo depois, foi transferido para a prisão
domiciliar por problemas de saúde que não foram comprovados e negados em laudos
médicos, mas, mesmo assim, o sistema prisional foi condolente com ele. Em maio
do ano passado, voltou para a prisão, onde permaneceu por três meses somente.
Em que pese ser um
ato discricionário, tal decisão que libera o Genoíno é um tapa na cara da
sociedade e afronta os princípios da moralidade diante de tudo que está
acontecendo com os envolvidos no Mensalão. Todo dinheiro roubado nos leva a
pensar que está valendo a pena ser "ladrão no Brasil se for amigo do
rei". O que dizer aos cidadãos de bem que dão duro no dia a dia para
conseguir suportar a carga tributaria brasileira e a ausência de serviços
básicos como segurança, saúde e educação? Como ficamos em um país com atos
amorais como este que vêm sendo praticados pelo governo?
É lamentável! Chego
a ter vergonha de ser brasileiro.
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