Gosto muito de
cinema e isso me faz, sempre que possível, ler críticas de especialistas sobre
o que está sendo exibido. Em uma delas, um comentário publicado em uma revista
de grande circulação aqui no Brasil me chamou a atenção. Nela, o crítico
opinava sobre determinado filme e comentava que a direção era, no mínimo,
insossa; afirmava que o enredo era fraco, que a música também não despertava o
interesse do público e por aí ia. Até que chega um momento que ele faz um
comentário positivo: o desempenho da atriz principal, que valia a pena até
mesmo pagar o ingresso só para ver a atuação dela. Em sua opinião, a
interpretação era algo memorável!
Automaticamente criei um paralelo entre o filme e um cenário organizacional. Alguma vez você já viu uma empresa, onde um dos únicos pontos de destaque era um determinado colaborador? Eu já! E várias pessoas comentavam que era aquele colaborador que "carregava" a empresa.
Automaticamente criei um paralelo entre o filme e um cenário organizacional. Alguma vez você já viu uma empresa, onde um dos únicos pontos de destaque era um determinado colaborador? Eu já! E várias pessoas comentavam que era aquele colaborador que "carregava" a empresa.
Assim, o primeiro
fator a comentar é: como é possível que uma empresa chegue a esse nível? O que
pode ter causado isso? Uma das possibilidades é a falta de humildade dos
gestores. Deixe eu me explicar melhor: já vivenciei situações nas quais as
ideias ou a condução de um determinado projeto apresentavam sinais evidentes de
que não funcionariam bem, não trariam os resultados esperados. Mesmo assim, os
gestores, por se sentirem os pais de tudo, não praticaram o desapego nem foram
humildes o suficiente para reconhecerem ideias que poderiam apresentar melhores
resultados.
E o que era
previsível aconteceu: os resultados ficaram abaixo da expectativa gerada. E o
que foi pior: pessoas externas à equipe e alheias ao processo de condução do
projeto creditam o fracasso a todos os integrantes e não apenas ao gestor que
não soube fazer a gestão. Em outras palavras: a competência de cada liderado é
questionada e a imagem comprometida.
Para casos assim, concordo com um famoso consultor que, ao orientar um profissional que estava passando por situação semelhante à citada acima, recomendou: "Não tente mudar a empresa; mude de empresa!".
Para casos assim, concordo com um famoso consultor que, ao orientar um profissional que estava passando por situação semelhante à citada acima, recomendou: "Não tente mudar a empresa; mude de empresa!".
E se o profissional
que está vivenciando essa situação não muda de empresa? O que seria ele? Um
mártir? Um pobre coitado? Um acomodado? Um inseguro, que não tem coragem de
mudar? Apenas uma pessoa comprometida com a causa? O que pode acontecer com
ele?
Neste momento,
convido você a fazer algumas reflexões sobre as possíveis consequências na
carreira desse profissional. Só que, neste momento, preciso da sua colaboração.
Preciso que você reflita e chegue a algumas conclusões, sem a minha
intervenção. Quem sabe você não está passando por essa situação?
E se estiver
vivenciando essa situação? O que pode ser feito? É claro que você não pode,
como é dito no Brasil, chutar o pau da barraca, largar tudo, pois isso seria um
ato de irresponsabilidade, não é verdade? Por outro lado, acredito que não é
uma boa ideia permanecer na mesma condição. Para essa situação, o que você acha
de elaborar um planejamento e definir metas (e ações, óbvio!) para mudar os
rumos da sua vida profissional?
Se você está
vivenciando essa situação e não consegue se ver fora dela, pergunto: quais os
motivos que estão levando você a pensar desta maneira? Eles realmente existem
ou são frutos da sua imaginação fértil? Quais as origens deles? Saiba que,
muitas vezes, somos nós mesmos que nos sabotamos, nós mesmos que não
reconhecemos o nosso valor e a nossa capacidade, nós que criamos as maiores
dificuldades para mudar...
Por outro lado,
precisamos ter cuidado para não nos tornamos prepotentes, inconsequentes,
irresponsáveis, orgulhosos, entre outros adjetivos não tão bem aceitos pela
nossa sociedade, baseados em ideias excessivamente positivas a nosso respeito e
que nem sempre correspondem à verdade. Lembre-se, equilíbrio é tudo!
Lembre-se também
que nenhum ator é obrigado a aceitar qualquer papel que lhe é oferecido; que
quando ele é bom no que faz e é reconhecido pelo público, é disputado pelos
diretores gerando alterações nos valores dos seus cachês. E isso independe de
faixa etária, beleza, raça etc. Ele é destacado pela forma de atuar. E
trabalhos não faltam.
E se você é o
próprio diretor? Aquele do qual já falamos várias vezes aqui? Você está se
dando a oportunidade de ver além da sua própria realidade? Está fechado no seu
próprio mundo? Cuidado: o "seu mundo" pode ser apenas uma partícula
do mundo real e tantas coisas podem estar acontecendo aqui fora... É a hora de
uma avaliação (ou reavaliação) do seu comportamento.
Assim, seja você
ator ou diretor deste roteiro chamado vida, cuide-se para ser reconhecido pelo
seu trabalho e evitar o pior: tornar-se um mero espectador.
Diante do que foi
dito, só me resta dizer: então aja e seja feliz! Em tempo: o filme que serviu
de mote para esse artigo não ganhou o Oscar!
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