Após a
derrota nas eleições presidenciais de 2014, o senador Aécio Neves (PSDB-MG)
sabia que tinha uma missão: permanecer sob os holofotes. E está fazendo isso
com eficiência. Aproveitando o momento de instabilidade política e econômica
que vive o País, o tucano é implacável nas críticas ao governo, liderando uma
oposição que se fortalece a cada dia.
Pode
ser um vento sazonal, mas se a situação permanecer assim, Aécio surge como
favorito para o pleito de 2018. A mais recente pesquisa Datafolha, do jornal
‘Folha de S. Paulo’, confirma essa tendência. Avaliando as intenções de voto de
possíveis presidenciáveis, o levantamento constatou que Aécio, hoje, seria
eleito, amealhando 35% da preferência. Luiz Inácio Lula da Silva (PT) consta
com 25%. Marina Silva (PSB), enfraquecida no último pleito, aparece com 18%.
Eduardo Paes (PMDB), Luciana Genro (PSOL) e Eduardo Jorge (PV) representam 2%
cada um. Ainda, 11% para votos brancos, e 5% para entrevistados indecisos.
É claro
que ainda falta muito tempo até as eleições de 2018, mas essas projeções são
importantes para avaliar em que pé está a visão do povo sobre a política. Meses
após a reeleição de Dilma Rousseff, a pesquisa nada mais indica o esgotamento
do PT no poder. O envolvimento do partido em inúmeros escândalos de corrupção
afastou sua credibilidade. Lula, assim sendo, surge como um salvador da pátria.
Não há nome que possa rivalizar com a oposição nesse momento.
Resta
saber se, até as próximas eleições, Lula estará livre pela lei. Especula-se que
na 14ª etapa da Operação Lava Jato, batizada de 'Operação Erga
Omnes', podem aparecer denúncias contra o ex-presidente. Algo que o povo
brasileiro sempre cogitou, mas nunca apareceram provas contundentes. Até que se
mostre o contrário, ele é inocente e permanece como o grande líder que poderá
salvar o PT da derrocada. A legenda teve conquistas significativas em nosso
País, mas se afastou demais de suas bandeiras históricas. Muito trabalho pela
frente, portanto.
O jogo
político brasileiro está efervescente. Inequivocamente, Dilma não enfrenta
apenas a oposição de Aécio, mas também uma que nasceu dentro do próprio
quintal. O PMDB de Temer, Cunha e Calheiros mais atrapalha do que ajuda a
presidente. O próprio Lula a criticou em discurso recente. Resta aguardar e ver
as peças do tabuleiro se movendo. Até 2018, há muito por acontecer.
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