Quando
foi criado, em 2009, o Minha Casa Minha Vida do governo federal foi um dos
responsáveis por aquecer o mercado imobiliário. Ele reforçou o setor de
construção civil e abriu espaço para construção de moradias para setores de
baixa renda (famílias que ganham entre 3 a 10 salários mínimos) que, até então,
recebiam pouca atenção do mercado.
Você
provavelmente conhece o programa, mas não custa nada relembrar: eram PPPs (a
sigla das parcerias público-privadas) que construíam moradias com a
participação dos bancos estatais via financiamento, envolvendo um ecossistema
de municípios, estados, entidades sem fins lucrativos, construtoras e
imobiliárias.
De
acordo com o governo, até o final de 2018, o programa vai chegar a 6,7 milhões
de moradias construídas. Resta saber se a movimentação de corte de gastos não
vai influenciar às expectativas de crescimento do Minha Casa Minha Vida.
Só se
enquadram no programa famílias com renda mensal máxima de R$ 5 mil. São três
categorias. Na primeira faixa, a renda mensal vai até R$1,6 mil e o governo
paga no máximo 96% do valor do imóvel para quem mora numa cidade de até 50 mil
habitantes. O financiamento dura até 10 anos e as parcelas nunca passam de 5%
da renda familiar. Como o governo financia mais, o valor da entrada acaba
reduzido. Vale lembrar que os beneficiados não poderão negociar a unidade até
quitar as parcelas do financiamento.
Quem se
encontra na segunda faixa do programa, com renda entre R$ 1,6 mil e R$ 3,275
mil, tem a entrada facilitada e ainda consegue ter descontos no seguro e pagar
uma taxa de juros menor nos bancos estatais do que as cobradas pelos bancos
concorrentes.
Na
última faixa, com renda familiar entre R$ 3,275 mil e R$ 5 mil, o beneficiado
não recebe subsídio para pagar o valor da entrada. Em contrapartida, ele ganha
descontos no seguro do financiamento e uma taxa especial de juros, ou seja,
mais baixa do que de outros bancos.
Para se
cadastrar no programa, é preciso se dirigir à prefeitura da sua cidade e
comprovar a renda familiar. Além disso, a família não pode ter nenhum imóvel
registrado em seu nome. Assim que aprovado, o beneficiado assina o contrato do
financiamento e tem até 30 dias para se mudar de casa. Para não perder o
direito da casa própria, a pessoa ainda precisa pagar as parcelas do
financiamento em dia, o IPTU e as contas de energia e água.
Assim
como os benefícios, o valor dos imóveis também varia (aqui, conforme o número
de habitantes). Nas regiões metropolitanas de São Paulo, Rio de Janeiro e
Distrito Federal, uma unidade fica na faixa de R$ 190 mil. Em cidades com até 1
milhão de habitantes, o valor cai para R$ 170 mil. Nos municípios com população
inferior a 50 mil pessoas, ficam os imóveis de menor valor: até R$ 90 mil.
Hoje,
seis anos depois, o Minha Casa Minha Vida ajudou a atacar o déficit
habitacional com investimento de R$ 244,2 bilhões para construir e entregar 2
milhões de unidades, em áreas urbanas e rurais. Ainda assim, o problema
continua sério. De acordo com o Ministério das Cidades, o déficit chega a 7
milhões de unidades, sendo 85% em áreas urbanas.
O programa
mudou a face do financiamento imobiliário no Brasil. Ele foi um dos principais
responsáveis pelo crescimento das contratações de crédito imobiliário. Para se
ter uma ideia, logo no primeiro ano, o volume de crédito saltou de R$ 23,3
bilhões, em 2008, para R$ 47,05 bilhões em 2009 na Caixa Econômica Federal, um
avanço de 102%. No ano passado, o montante ficou em R$ 128,8 bilhões.
Com a
oferta de crédito facilitada, o Minha Casa Minha Vida acabou ajudando a
fomentar o avanço dos preços no mercado imobiliário. Além disso, o programa
gerou aumento na procura de lotes, o que fez os preços de terrenos e,
consequentemente, dos imóveis inflacionarem.
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Um comentário:
Muito bom, eu tenho a mesma ideia, o valor atribuído aos imóveis do programa fizeram o preço dos demais imóveis também aumentarem, pois se uma casa minúscula valia 130 mil um imóvel com área maior e melhor localizado também teria seu valor aumentado. Por isso é praticamente impossível comprar um imóvel atualmente. O Governo conseguiu o milagre de aumentar a oferta e, contrariando a lógica, aumentar o preço do produto.
Qua sua dúvida sobre o INSS?
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