Durante muitas e muitas décadas, a sociedade
recorreu a um único parâmetro para separar os indivíduos bem-sucedidos dos
malsucedidos. A inteligência intelectual - ou seja, o nível de conhecimento e a
capacidade de raciocínio, planejamento e resolução de problemas, foi, por muito
tempo, o principal fator analisado para que se fizesse essa divisão. O melhor
exemplo disso aconteceu (e ainda acontece) nas salas de aula: alunos com boas
notas no boletim são muito bem vistos por pais e professores; por outro lado,
aqueles com médias mais baixas chamam a atenção, recebem broncas e, com
frequência, são considerados menos capazes.
É grande a
necessidade de mudarmos esse paradigma. Na infância, em especial, é preciso
ficar atento a muitos outros aspectos para identificar os verdadeiros atributos
e as dificuldades apresentadas pelas crianças.
Tenho quatro filhos e cada um deles me trouxe uma
experiência completamente diferente. Precisei aprender, na prática, a
compreender e lidar com personalidades distintas. A minha segunda filha sempre
foi uma ótima aluna. Dedicada, tirava notas excelentes. Nascido dez anos
depois, o meu terceiro filho seguiu outro caminho. Sua primeira nota vermelha
apareceu no boletim da segunda série do Ensino Fundamental; a primeira de
tantas outras. Compará-los, ainda que apenas com base no desempenho escolar,
nunca foi uma possibilidade. Afinal, além da diferença de idade, meus dois
filhos do meio apresentavam talentos e dificuldades muito particulares. As
notas me serviam de parâmetro, mas jamais seriam suficientes para que eu
avaliasse o desenvolvimento ou o potencial de cada um.
Hoje, quando eles
estão na fase adulta, percebo claramente o quanto foi importante dar espaço
para que crescessem no seu próprio ritmo e caminho. Com seus atributos tão
específicos, eles encontraram as ferramentas de que necessitam para conquistar
felicidade e bem-estar.
Compartilho essa história, como disse, apenas para reforçar minha proposta para a educação. É preciso olhar para a criança, observá-la para que tenha a oportunidade de mostrar seus talentos e dificuldades. Essas características, aliás, aparecem naturalmente, desde que nós, familiares e educadores, estejamos de olhos bem abertos. Basta uma simples brincadeira para que possamos observar, por exemplo, se estamos diante de uma criança introvertida ou extrovertida, líder, produtora, mantenedora, entre tantas outras possibilidades.
Compartilho essa história, como disse, apenas para reforçar minha proposta para a educação. É preciso olhar para a criança, observá-la para que tenha a oportunidade de mostrar seus talentos e dificuldades. Essas características, aliás, aparecem naturalmente, desde que nós, familiares e educadores, estejamos de olhos bem abertos. Basta uma simples brincadeira para que possamos observar, por exemplo, se estamos diante de uma criança introvertida ou extrovertida, líder, produtora, mantenedora, entre tantas outras possibilidades.
A capacidade intelectual serve como referência,
assim como as aptidões emocionais e físicas. A criança precisa ser vista, não
moldada dentro de valores preestabelecidos. Ela nasce pronta para se
desenvolver com suas qualidades inatas. E, se puder ser reconhecida, crescerá
em todas as suas inteligências. Basta que lhe ofereçamos a oportunidade e o
direito de que seja apenas quem e como ela já é.
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